Uma bala com o meu nome. Susana Rodríguez Lezaun

Uma bala com o meu nome - Susana Rodríguez Lezaun


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      Editado por HarperCollins Ibérica, S.A.

      Núñez de Balboa, 56

      28001 Madrid

      Uma bala com o meu nome

      Título original: Una bala con mi nombre

      © Susana Rodríguez Lezaun, 2019

      www.susanarodriguezlezaun.com

      © 2021, para esta edição HarperCollins Ibérica, S.A.

      Tradutor: Fátima Tomás da Silva

      Reservados todos os direitos, inclusive os de reprodução total ou parcial em qualquer formato ou suporte.

      Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos comerciais, acontecimentos ou situações são pura coincidência.

      Desenho da capa: Lookatcia

      Imagem da capa: AlinaStock

      1ª edição: Maio 2021

      ISBN: 978-84-9139-655-0

      Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

      Sumário

       Créditos

       Prólogo

       1

       2

       3

       4

       5

       6

       7

       8

       9

       10

       11

       12

       13

       14

       15

       16

       17

       18

       Epílogo

       Agradecimentos

      «Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males.»

      Apologia de Sócrates, Platão.

      «Ninguém quer acreditar que, por trás de um sorriso bondoso, se esconde o inconcebível.»

      La víspera de casi todo, Víctor del Árbol.

      «E agora sei o que devo fazer: Tenho que continuar

      a respirar, porque amanhã o sol vai nascer…

      Quem sabe o que a maré pode trazer?»

      Tom Hanks em O Náufrago (Robert Zemeckis, 2000).

      Para Ander, Egoitz, Mikel, Ibai, Julen, Asier, Carlos, Nacho, Patricia, Graciela e Abraham. Sorrio sempre que vos vejo e isso é impagável.

      Para Eva e Iker, agora e sempre.

      Para Santos, mais uma vez, e as que forem necessárias.

      Prólogo

      Está frio.

      Está frio e tenho medo.

      Noah flutua ao meu lado, não sei se morto ou inconsciente, e eu concentro as poucas forças que me restam na ponta dos meus dedos, com os quais agarro um ramo quase podre enquanto tento fazer com que a corrente do rio não nos arraste.

      Certifico-me de que a cabeça de Noah continua fora de água, mas é difícil. Mal consigo manter-me à tona. E, apesar de tudo, tenho de reconhecer que tivemos sorte. O carro em que fugíamos voou como uma seta em direção ao rio, mas, felizmente, caiu num areal pouco profundo e consegui sair. Antes de me afastar do veículo, arrastando Noah, certifiquei-me de que partia todos os faróis, que brilhavam como pirilampos furiosos no meio da noite. Tínhamos de ser invisíveis se quiséssemos sobreviver. Era possível que, apesar de tudo, ter caído ao rio acabasse por nos salvar a vida.

      Não sei onde estamos. Noah conduzia como um louco, com os olhos esbugalhados e uma careta aterrorizada na cara. Não me atrevia a perguntar para onde íamos. Estavam prestes a caçar-nos, portanto, era mais do que provável que, muito em breve, nos transformássemos em dois cadáveres frios. A curva era muito cerrada e Noah ia demasiado depressa para a fazer corretamente, portanto, o carro seguiu em frente, voou durante uns segundos eternos e aterrou na água.

      O mais curioso de tudo é que nenhum dos dois gritou enquanto nos dirigíamos para o que ambos pensávamos que seria o nosso fim. Lembro-me de que olhei para Noah, que continuava agarrado ao volante como se ainda tivesse algum tipo de controlo sobre ele. Tinha os lábios afastados, mas não dizia nada. Tinha os olhos fixos no espaço aberto à nossa frente. Não olhou para mim ou falou, nem sequer a breve oração que os condenados murmuram.

      Por instinto, cravei os pés no chão e agarrei-me com força ao meu banco. Uma eternidade depois, ouvimos o estrondo da água ao chocar com a chapa do carro. Bati com a cabeça na janela, mas não cheguei a perder os sentidos. Noah, no entanto, bateu contra o volante e jazia, imóvel, no seu banco, numa posição incómoda por causa do cinto de segurança.

      Esperei. Ouvira dizer que tínhamos de esperar até o carro se encher de água antes de tentar abrir as portas. Chamei Noah e gritei, mas não se mexeu. A água gelada começou a cobrir-nos as pernas, mas parou antes de chegar aos joelhos. Continuava a ver o céu através dos vidros. Não estávamos a afundar-nos.

      Aquela podia ser uma situação passageira, portanto, livrei-me do cinto de segurança e também tirei o de Noah, que caiu aparatosamente para um lado. Apoiei-o contra a porta e abri a minha. Tive de empurrar com força, mas consegui afastá-la o suficiente para sair. Com a água até à cintura, dei a volta ao carro e tirei Noah de lá. Desabou como um fardo. Era uma noite cerrada e não conseguia distinguir a margem. A lógica dizia-me que, se tínhamos continuado em linha reta, devia seguir a trajetória


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