Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém. Maisey Yates

Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém - Maisey Yates


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mais civilizado do que no deserto. Era o arquétipo do poder masculino e atraía-a imenso.

      Furiosa, tirou a espada que escondera nas dobras da túnica.

      – Mais um passo e lamentarás.

      – Não me digas? – replicou ele, arqueando uma sobrancelha com um ar trocista.

      A sua insolência era insultante. Farah sabia que não podia vencê-lo em combate, pois era muito alto e muito forte. No entanto, talvez pudesse fazê-lo recuar por um momento, o suficiente para fugir e desaparecer entre as ruelas.

      Em qualquer caso, não tencionava render-se.

      – Pousa a espada, Farah! – ordenou ele, com suavidade.

      Ela mexeu os dedos no punho da espada. A forma como pronunciava o seu nome naquele tom tão viril e sensual fazia a sua temperatura subir.

      – Não.

      – Pensava que eras inteligente, minha pequena Zenóbia. Vais demonstrar-me que me enganava?

      Farah treinara-se para a luta com alguns dos homens do pai, até Mohamed o ter proibido. Depressa lhe tiraria a vontade de se rir.

      – Escapei, não foi? – perguntou ela, com ferocidade.

      Ele cerrou os dentes. Ainda bem. Um homem furioso cometia mais erros do que se estivesse tranquilo, pensou ela.

      – Os meus guardas encontraram-te – observou ele, olhando para a lâmina da espada.

      – Os teus guardas são uns inúteis. Duvido que conseguissem encontrar um grão de areia no deserto. Talvez lhes falte treino.

      Quando Zachim voltou a cerrar os dentes, ela quase sorriu ao verificar que conseguia irritá-lo tão facilmente. Ele tivera sorte quando a apanhara no acampamento. Mas, daquela vez, não seria tão afortunado.

      – Não é boa ideia provocar um leão furioso – avisou ele, num tom rouco.

      Um calafrio percorreu Farah diante da sua ameaça.

      – Se for verdade que os teus homens me localizaram, porque não me prenderam?

      – Ordenei-lhes que não o fizessem.

      – Porquê? – perguntou ela, ficando tensa ao ver que ele começava a aproximar-se.

      Farah interrogou-se porque a praça atrás dela estava tão silenciosa, embora não desviasse os olhos do príncipe. Naquele momento, nada era mais perigoso do que aquele homem. Levantou a espada, preparando-se para a luta.

      – Temias que os magoasse?

      – Não – negou ele, rodeando-a pela direita. – Temia que te magoassem – acrescentou. – Deixa a espada. Não podes ganhar esta batalha.

      Ela não disse nada. Pelo canto do olho, captou movimento no terraço do edifício que tinha ao lado. Portanto, não estavam sozinhos.

      – Precisas de ajuda para desarmar uma mulher, príncipe Zachim? – troçou Farah.

      – Penso que já demonstrei que não, gatinha.

      – Sim! Foi apenas sorte. Apanhaste-me desprevenida.

      – A sério? – perguntou ele e pousou os olhos nos seus lábios, como se soubesse exatamente o que a distraíra da primeira vez. – E quem diz que não voltará a acontecer?

      – Eu – afirmou ela, sentindo-se humilhada pela atração que não conseguia evitar. – Sei que tens uma espada. Tira-a ou afasta-te do meu caminho.

      – Não vou lutar contigo.

      – Tens medo?

      Ele sorriu.

      – Deixa-o. Ambos sabemos que não podes vencer-me.

      Farah susteve a respiração. Aborrecia-a que ele estivesse tão seguro de si próprio. Com todas as suas forças, desejou poder fazer com que o grande príncipe do Bakaan se inclinasse à frente dela.

      – Posso fazer-te correr – ameaçou ela e esgrimiu a espada no ar, testando o seu peso e o seu equilíbrio.

      – Gostaria de o ver – respondeu ele, com um sorriso.

      Então, mexendo-se com uma velocidade incrível, Zachim desembainhou a sua espada.

      Sem hesitar, ela carregou contra ele. Os metais chocaram e ecoaram no beco. Finalmente, a adrenalina do combate permitira-lhe esquecer o medo e a tensão que sentira antes. Concentrou-se em procurar um ponto fraco no seu adversário, mas não encontrou nenhum.

      – Para, Farah! – ordenou ele, tirando o suor da testa com a manga.

      Como resposta, ela voltou a atacar o inimigo. Espada contra espada, continuaram a lutar até que, de repente, se ouviu o som de roupa rasgada.

      Ambos ficaram imóveis. Horrorizada, Farah viu como o sangue começava a cair da manga do príncipe.

      Oh, por Alá… Ela não quisera magoá-lo. Com os olhos assustados, olhou para ele por um instante, antes de soltar a espada e fugir por um beco.

      O suor e o medo tiravam-lhe agilidade. Quando uma mão a agarrou pelo lenço da cabeça, gritou com todas as suas forças. Por sorte, o lenço caiu e ela continuou a fugir.

      O som dos passos avisava-a de que o príncipe estava perto, até a agarrar pelo braço e a fazer virar-se de repente.

      Cheia de verdadeiro terror, Farah lutou contra ele com todas as suas forças. No entanto, Zachim só demorou um segundo a imobilizá-la com a cara colada contra uma porta, as mãos por cima da cabeça e as pernas abertas, presas pelas dele.

      Zachim tentou recuperar o fôlego enquanto a segurava contra a porta. O corte doía-lhe, mas não era grave, pois ela recuara no último momento. Devia tê-la desarmado desde o princípio, pensou. Mas desfrutara muito do combate. Era boa com a espada, sim. Não tanto como ele, embora combater com ela o enchesse de vida e excitação. Fora o mesmo que sentira quando tinham galopado juntos pelo deserto. Há muito tempo que não se sentia tão vivo. Talvez fosse por aquela mulher ser tão perigosa.

      Como se tivesse notado que estava perdido nos seus pensamentos, Farah tentou libertar-se e ele apertou-a com mais força contra a porta. Então, pensou que podia ter mais armas. Tinha de a revistar, antes de a soltar. Sem querer, imaginou-se a percorrer-lhe o corpo com as mãos e a tirar-lhe as roupas pouco a pouco. E experimentou uma ereção. Por alguma razão, o seu corpo agia por conta própria quando estava perto dela, pensou, praguejando. Normalmente, costumava sentir-se atraído por mulheres que lhe correspondiam. E aquele não era o caso.

      Zachim teve a tentação de apoiar a sua ereção contra o traseiro arredondado da sua adversária. Seria muito agradável, pensou. E, se fletisse um pouco as pernas, podia aninhá-la entre as suas coxas.

      Com uma ereção que não parava de crescer, o príncipe inspirou o seu cheiro. Aproveitando o momento, a gatinha selvagem deu-lhe um pontapé e soltou uma mão.

      Devia controlar as suas fantasias, repreendeu-se Zachim, segurando-a novamente.

      – Teria corrido melhor se tivesses usado o teu corpinho ágil para me dar prazer, em vez de lutares comigo.

      Uma mistura de medo e fúria brilhou nos olhos castanhos de Farah. Mas Zachim adivinhou neles algo mais. Desejo, interrogou-se. O que faria se a beijasse com paixão até fazer com que lhe rogasse que a possuísse?

      – Preferiria queimar-me com óleo a ferver a ter de te seduzir – declarou ela.

      Normalmente, Zachim não achava difícil controlar as suas emoções. Mas aquela mulher conseguia fazer com que um monge esquecesse os seus votos de celibato.

      – Mentirosa.

      Antes de conseguir pensar se era correto ou não, o príncipe abraçou-a e beijou-a sem piedade. Não parou, por muito que ela se retorcesse e lutasse para se soltar.

      A faísca que havia entre eles


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