Uma Justa de Cavaleiros . Морган Райс

Uma Justa de Cavaleiros  - Морган Райс


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um favor. O que pode ser esse favor? Ela se pergunta. O que ele quer que ela faça?

      O Rei havia pedido que ela se encontrasse com ele na sala do trono ao amanhecer e Gwen se apressa em vestir-se, sabendo que já está um pouco atrasada. Seus sonhos a tinham deixado grogue.

      Ao atravessar o quarto, Gwen sente uma pontada de fome, ainda afetada pela travessia do Grande Deserto, olha para a mesa de iguarias que haviam sido servidas para ela – pães, frutas, queijos e pudins – e rapidamente pega algumas coisas, comendo enquanto caminha. Ela pega mais do que realmente precisa e, enquanto avança, estica o braço e oferece metade de sua comida para Krohn, que geme ao seu lado, pegando a comida das mãos dela, ansioso para acompanhá-la. Ela se sente grata por toda aquela comida, abrigo e conforto, tendo a sensação de estar de volta ao Anel, no castelo da Corte do Rei onde havia passado a sua infância.

      Guardas ficam a postos quando Gwen sai dos seus aposentos, empurrando a pesada porta de carvalho. Ela passa por eles, caminhando pelos corredores de pedra do castelo, ainda iluminados pelas tochas que tinham sido acesas na noite anterior.

      Ela alcança o final do corredor e sobe uma escada em espiral feita de pedras, seguida por Krohn, até chegar ao andar superior, onde fica a sala do trono do Rei, já se sentindo familiarizada com o lugar. Ela atravessa outro corredor e está prestes a passar por uma abertura na parede pedras quando sente um movimento pelo canto do olho. Gwen se assusta, surpresa ao ver uma pessoa parada no meio das sombras.

      "Gwendolyn?" ele diz com uma voz suave e forçada, emergindo das sombras com um sorriso presunçoso nos lábios.

      Gwendolyn, surpresa, pisca os olhos e precisa de um tempo para reconhecê-lo. Ela havia conhecido tantas pessoas nos últimos dias, que suas lembranças estão confusas.

      Mas aquele é um rosto que ela não teria sido capaz de esquecer. Afinal, ele é o filho do rei, o outro gêmeo, que havia se pronunciado contra ela durante o banquete.

      "Você é o filho do Rei," ela diz, pensando em voz alta. "O terceiro mais velho."

      Ele sorri, uma expressão astuta da qual Gwen não gosta, e dá um passo adiante.

      "O segundo mais velho, na verdade," ele a corrige. "Somos gêmeos, mas eu nasci primeiro."

      Gwen o observa quando ele dá mais um passo adiante e percebe que ele está impecável, com a barba feita, os cabelos penteados, usando perfumes e óleos e vestindo as roupas mais finas que ela já tinha visto. Ele exibe uma expressão presunçosa, exalando arrogância e vaidade.

      "Eu prefiro não ser considerado apenas um dos gêmeos," ele continua. "Sou um homem independente. Meu nome é Mardig. Ter um irmão gêmeo é apenas um detalhe do destino, algo que eu não pude controlar. O destino, diga-se de passagem, da coroa," ele conclui filosoficamente.

      Gwen não gosta de estar na presença dele, ainda afetada pelo tratamento que havia recebido dele na noite anterior, e sente Krohn tenso ao seu lado quando os pelos do pescoço dele ficam eriçados. Ela está impaciente para saber o que ele deseja.

      "Você tem o costume de se esconder nas sombras desses corredores?" ela pergunta.

      Mardig sorri ao dar mais um passo adiante, chegando perto demais dela.

      "Esse é o meu castelo, afinal," ele responde territorialmente. "Costumo andar por aí."

      “Seu castelo?” Ela pergunta. "E não o castelo do seu pai?"

      Sua expressão se torna mais sombria.

      "Tudo no seu devido tempo," ele responde enigmaticamente, dando mais um passo adiante.

      Involuntariamente, Gwendolyn dá um passo para trás, incomodada com a presença dele. Krohn começa a rosnar.

      Mardig olha para Krohn com desdém.

      "Você sabia que animais não dormem em nosso castelo?" ele comenta.

      Gwen faz uma careta, sentindo-se irritada.

      "Seu pai não me pareceu incomodado."

      "Meu pai não faz cumprir as regras," ele responde. "Eu faço questão disso. E a guarda noturna está sob o meu comando."

      Gwen fica frustrada.

      "É por isso que você está aqui?" ela pergunta. "Para fazer o controle de animais?"

      Ele também faz uma careta, percebendo, talvez, que havia encontrado alguém a sua altura. Ele a encara, olhando dentro dos olhos dela como se a estivesse avaliando.

      "Não há uma única mulher em todo o Cume que não me deseje," ele declara. "Entretanto, não vejo paixão em seu olhar."

      Gwen fica boquiaberta e horrorizada, finalmente percebendo o motivo de tudo aquilo.

      “Paixão?” Ela repete, estupefata. "E por que eu sentiria isso? Sou casada e o amor da minha vida voltará em breve para o meu lado."

      Mardig cai na gargalhada.

      "É mesmo?" ele pergunta. "Pelo que ouvi, ele já morreu há muito tempo. Ou está tão perdido, que jamais conseguirá voltar até você."

      O rosto de Gwendolyn se contorce à medida que sua raiva se acumula.

      "E mesmo que ele jamais retorne," ela fala, "eu jamais amarei outra pessoa. E muito menos você."

      Sua expressão se torna mais sombria.

      Ela se vira para partir, mas ele estica o braço e a segura. Krohn rosna.

      "Eu não costumo pedir pelo que eu quero," ele diz. "Eu simplesmente pego. Você está em um reino estranho, à mercê do seu anfitrião. Seria inteligente de sua parte fazer a vontade de seus captores. Afinal, sem a nossa hospitalidade, você será enviada de volta ao deserto. Muitas coisas terríveis podem acontecer acidentalmente com os nossos hóspedes, mesmo com anfitriões cuidadosos e bem intencionados."

      Ela o encara, tendo visto muitas ameaças reais em sua vida para temer aqueles avisos insignificantes.

      "Captores?" ela exclama. "É isso que você se considera? Eu sou uma mulher livre, caso você ainda não tenha notado. Posso ir embora agora mesmo, se assim decidir."

      Ele cai na risada.

      "E para onde você iria? De volta para o Grande Deserto?"

      Ele sorri e balança a cabeça.

      "Tecnicamente, você pode ser livre para partir," continua ele. "Mas deixe-me perguntar-lhe: quando o mundo é um lugar hostil, o que lhe resta?"

      Krohn rosna agressivamente e Gwen sente que ele está prestes a atacar. Ela afasta a mão de Mardig de seu braço sentindo-se indignada e coloca a mão sobre a cabeça de Krohn, impedindo-o de atacar. Então, ao encarar Mardig novamente, ela de repente faz uma constatação.

      "Diga-me, Mardig," ela diz com a voz fria e dura. "Por que você não está lá fora, lutando com o seu irmão no deserto? Por que você é a única pessoa que ficou para trás? O medo tomou conta de você?"

      Ele sorri, mas atrás daquele sorriso Gwen é capaz de sentir sua covardia.

      "O cavalheirismo é para os tolos," ele responde. "Tolos convenientes, que abrem caminho para que nós tenhamos o que quisermos. Use a palavra 'cavalheirismo' e eles podem ser usados como marionetes. Eu não me permito ser usada com tanta facilidade."

      Ela olha para ele, sentindo-se enojada.

      "Meu marido e os cavaleiros da Prata ririam de um homem como você," ela diz. "Você não sobreviveria por dois minutos no Anel."

      Gwen olha para a saída que ele está bloqueando.

      "Você tem duas opções," ela diz. "Você pode sair do caminho agora ou meu amigo Krohn fará a refeição que tanto deseja. Acho que você tem o tamanho ideal para ele."

      Ele olha para Krohn e Gwen vê seus lábios tremendo. Ele dá um passo ao lado.

      Mas ela não desiste com facilidade. Em vez disso, ela dá um passo adiante, aproximando-se dele para dar-lhe um recado.

      "Você pode estar no comando deste castelo," ela dispara, "mas não esqueça que você está falando


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