A corda do Diabo . Блейк Пирс
que você vá para a academia. Quero que você persiga seu sonho.”
Mas obviamente, aqui não iria acontecer.
E quanto mais rápido eu tirar isso da minha cabeça, melhor.
Os 20 estagiários formaram três filas para os fotógrafos—uma sentada em uma mesa comprida, com as outras duas em pé, atrás deles. Com todos alinhados em ordem alfabética, Riley estava na fila de trás, entre duas outras estudantes cujos sobrenomes começavam com S—Naomi Strong e Rhys Seely.
Ela não conhecia nenhuma das duas muito bem.
Na verdade, ela não conhecia bem nenhum dos outros estagiários. Havia se sentido um peixe fora d’água entre eles desde o primeiro dia do programa, dez semanas antes. O único aluno de quem ela se aproximara durante todo aquele tempo fora John Welch, que agora estava em pé, um pouco mais a sua esquerda.
Naquele primeiro dia, John havia explicado porque os outros estavam olhando estranho e sussurrando coisas sobre ela.
“Todo mundo aqui sabe quem você é. Acho que sua reputação fala por você, antes de você mesma.”
Riley era, de fato, a única estagiária que já tinha o que todo mundo chamava de “experiência de campo”.
Ela segurou outro suspiro ao pensar naquelas palavras.
“Experiência de campo.”
Achava estranho pensar no que acontecera na Lanton University como “experiência de campo”. Aquilo havia sido mais um pesadelo. Nunca conseguira tirar de suas memórias a imagem de duas amigas próximas com suas gargantas cortadas em seus quartos banhados de sangue.
Na época, a última coisa que ela pensara era em um treinamento no FBI. Fora colocada no caso sem escolha—e havia ajudado a resolvê-lo, e por isso todos no programa sabiam quem ela era desde o primeiro dia.
Então, quando o programa começara, e todos os outros estudantes começaram a aprender sobre computadores, peritos e outros assuntos menos interessantes, Riley havia parado o mortal Palhaço Assassino. Ambos os casos haviam sido traumáticos e ameaçadores.
Aquele começo especial na “experiência de campo” não a tornara muito popular entre os outros estagiários. Na verdade, ela havia percebido um ressentimento mudo entre eles durante todo o treinamento.
Agora, pelo menos alguns deles a invejavam por entrar na Academia.
Se eles soubessem tudo o que eu passei, pensou.
Riley duvidada que eles a invejariam.
Sentiu medo e culpa ao lembrar das duas amigas sendo mortas na Lanton, e desejou que pudesse voltar no tempo e evitar aquilo. Não só suas amigas ainda estariam vivas, mas sua própria vida seria completamente diferente. Teria um diploma de psicologia e algum trabalho comum, além da incerteza do que faria pelo resto da vida.
E Ryan estaria perfeitamente feliz comigo.
Mas Riley duvidava que estaria feliz. Ela não sentira paixão por nenhuma carreira até que a possibilidade de ser uma agente do FBI tinha aparecido—mesmo sentindo que essa carreira havia a escolhido, e não o contrário.
Quando as três filas de estagiários estavam perfeitamente posadas, Hoke Gilmer fez uma piada para fazer todos rirem enquanto o fotógrafo tirava as fotos. Riley não estava nenhum pouco bem humorada, então não achou a piada muito engraçada. Ela tinha certeza de que seu sorriso sairia forçado e falso na foto.
Também sentiu-se insegura com seu terninho, que havia comprado meses antes em um brechó. A maioria dos outros alunos tinha uma vida financeira melhor do que a dela, e estavam muito mais bem vestidos. Definitivamente, ela não estava ansiosa por ver aquela foto.
Depois, o grupo se desfez para aproveitar os salgados e refrigerantes colocados em outra mesa, no meio da sala. Todos formaram grupos e, como sempre, Riley se sentiu isolada.
Percebeu que Natalia Embry estava se engraçando para Rollin Sloan, um aluno que iria diretamente para um emprego de salário alto, como analista de dados, em um grande escritório no meio-oeste.
Riley ouviu uma voz a seu lado.
- É, parece que a Natalie conseguiu o que ela queria aqui, ein?
Riley virou-se e viu John Welch a seu lado. Ela riu e respondeu:
- Ah, John. Você não está sendo um pouco malvado?
John encolheu os ombros e disse:
- Vai dizer que eu estou errado?
Riley olhou novamente para Natalie, que estava mostrando seu novo anel de noivado para alguém.
- Não, acho que não – Riley respondeu.
Natalie não parara de mostrar aquele anel para todo mundo, desde que Rollin havia lhe dado, dias antes. Aquele romance evoluíra rápido—ela e Rolling sequer se conheciam antes de entrarem no programa de verão.
John deixou escapar um suspiro falso de simpatia.
- Pobre Rollin – disse. – Só pela graça de Deus.
Riley riu alto. Ela sabia exatamente o que John queria dizer. Desde o primeiro dia do programa, Natalie estivera procurando um noivo. Havia inclusive tentado com John, até que ele deixara claro que não gostava dela.
Riley perguntou-se—será que Natalie chegou a estar interessada no programa? Apesar de tudo, ela havia sido inteligente o suficiente para ser aceita naquele programa de honra.
Provavelmente não, deu-se conta.
Natalie parecia ter entrado no programa pela mesma razão pela qual algumas amigas de Riley haviam ido para a faculdade—para conseguir um marido de sucesso.
Riley tentou imaginar como seria uma vida com as prioridades de Natalie. As coisas com certeza seriam mais simples, pelo menos, e as decisões seriam mais claras.
Encontrar um homem, se mudar para um boa casa, ter filhos...
Riley não pode deixar de invejar, pelo menos, a estabilidade de Natalie.
Mesmo assim, sabia que viveria entediada com uma vida assim—e era exatamente por isso que as coisas não andavam bem entre ela e Ryan naquele momento.
Então, John disse:
- Imagino que você vá direto para Quantico depois daqui.
- Sim. Você também, certo?
John concordou. Riley sentiu-se animada ao pensar que ela e John estavam entre os poucos alunos que continuariam na Academia do FBI.
A maioria dos outros estagiários procuraria outras possibilidades. Alguns iriam fazer faculdade em campos que haviam atraído sua atenção durante o programa. Outros começariam em seus novos trabalhos, em laboratórios ou escritórios ali mesmo, no Hoover Building ou em sedes de outras cidades. Eles começariam carreiras no FBI como cientistas da computação, analistas de dados, técnicos—trabalhos com horários regulares que não levavam a situações que colocavam a vida em risco.
Trabalhos que Ryan aprovaria, Riley pensou, melancólica.
Ela quase perguntou para John como ele iria para Quantico. Mas já sabia—ele iria dirigindo seu carro caro. Riley quase considerou pedir uma carona. Afinal, economizaria dinheiro tanto do táxi quanto do trem.
Mas ela não conseguiu fazer isso. Não queria admitir para John que Ryan não a levaria sequer até a estação. John era um cara esperto, e com certeza perceberia que as coisas não estavam bem entre ela e Ryan. Preferiu não falar sobre aquilo—pelo menos não naquele momento.
Ao seguir conversando com John, Riley não pode deixar de notar novamente o quão atraente ele era—atlético, com cabelo curto e um lindo sorriso.
Ele era bem de vida e estava usando um terno caro, mas Riley não via sua riqueza como um ponto negativo. Seus pais eram advogados de sucesso em Washington, muito envolvidos em política, e Riley admirava