Uma Nênia Para Príncipes . Морган Райс
“Está tudo bem” disse Sophia. “Eu estou bem. Pelo menos, acho que estou. Estou só cansada. Já bebia qualquer coisa.”
Kate passou-lhe um cantil de água, vendo Sophia beber com sofreguidão. Ela chamou os marinheiros e, para sua surpresa, o próprio capitão Borkar veio a correr.
“Do que precisas, minha senhora?” ele perguntou, e, depois, olhou para Sophia. Para choque de Kate, ele pôs-se de joelhos. “Sua alteza, tu estás acordada. Nós estávamos todos tão preocupados contigo. Deves estar a morrer de fome. Eu vou buscar comida imediatamente!”
Ele saiu a correr e Kate pôde sentir a alegria a emanar dele como fumo. Ela tinha pelo menos uma outra preocupação, no entanto.
“Sua alteza?” ela disse, olhando para Sophia. “Os marinheiros têm-me tratado de uma maneira estranha desde que perceberam que eu era tua irmã, mas isto? Tu estás a dizer-lhes que és da realeza?”
Parecia um jogo perigoso para jogar, fingir ser da realeza. Estaria Sophia a aproveitar-se de seu noivado com Sebastian, ou a fingir ser alguma nobre estrangeira, ou seria outra coisa?
“Não é nada disso” disse Sophia. “Eu não estou a fingir nada.” Ela segurou o braço de Kate. “Kate, eu descobri quem são nossos pais!”
Essa era uma coisa com a qual Sophia não iria brincar. Kate olhou fixamente para ela, mal conseguindo acreditar nas implicações disso. Sentou-se na beira da cama, querendo entender tudo.
“Diz-me” disse ela, incapaz de conter o choque. “Tu realmente achas... achas que nossos pais eram algum tipo de realeza?”
Sophia começou a sentar-se. Ela tentou sentar-se e Kate ajudou-a.
“Nossos pais chamavam-se Alfred e Christina Danse” disse Sophia. “Eles viviam, nós vivíamos, numa propriedade em Monthys. Os reis e as rainhas eram de nossa família antes da família da Viúva os ter afastado. A pessoa que explicou isso disse que eles tinham uma espécie de... ligação com a terra. Eles não a governavam apenas; eles faziam parte dela.”
Kate congelou ao ouvir aquilo. Ela já tinha sentido essa ligação. Já tinha sentido a paisagem a espalhar-se diante de si. Já tinha alcançado o poder existente na terra. Fora como ela conseguira curar Sophia.
“E isto é verdade?” ela perguntou. “Isto não é nenhum tipo de história?” Não estou a ficar maluca?”
“Eu não iria inventar isto” Sophia tranquilizou-a. “Eu não te faria isso, Kate.”
“Tu disseste que nossos pais eram essas pessoas” disse Kate. “Eles estão... eles morreram?”
Ela fez seu melhor para esconder a dor que passou por si ao pensar aquilo. Ela conseguia lembrar-se do fogo. Conseguia lembrar-se de fugir. Não se conseguia lembrar do que havia acontecido aos seus pais.
“Eu não sei” disse Sophia. “Ninguém parece saber o que aconteceu com eles depois disso. Tudo isto... o plano era ir ter com nosso tio, Lars Skyddar, e esperar que ele soubesse alguma coisa.”
“Lars Skyddar?” Kate tinha ouvido esse nome. Lorde Cranston havia falado sobre as terras de Ishjemme e como eles tinham conseguido impedir a entrada de invasores usando uma combinação de táticas astutas e as defesas naturais de seus fiordes gelados. “Ele é nosso tio?”
Era demais para assimilar. Sem mais nem menos, Kate tinha passado de uma situação em que não tinha nenhuma família além de sua irmã à situação em que tinha uma família que havia sido reis e rainhas, que efetivamente governava em, pelo menos, uma terra distante. Era demasiado, demasiado rápido.
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