Beco Sem Saída. Блейк Пирс

Beco Sem Saída - Блейк Пирс


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      Moulton levou um momento para pensar no que iria dizer. Ele, como Chloe, tomou um gole de sua cerveja como método para ganhar tempo. Ao largar o copo, respondeu da melhor maneira possível.

      - Você está bem?

      - Acho que sim. Mas foi totalmente inesperado.

      - Chloe, nós não precisávamos sair hoje. Eu teria entendido se você tivesse cancelado.

      - Eu quase cancelei. Mas não vi motivo para deixar ele controlar mais uma parte da minha vida.

      Moulton assentiu e os dois ficaram em silêncio enquanto olhavam o cardápio. O silêncio seguiu até que a garçonete voltasse para anotar os pedidos. Quando ela terminou, Moulton inclinou-se levemente na mesa e perguntou:

      - Você quer falar sobre isso ou devemos ignorar o assunto?

      - Sabe, eu acho que devemos ignorar por enquanto. Só quero que você saiba que pode ter alguns momentos da noite que eu vou estar um pouco distraída.

      Ele sorriu e levantou-se da cadeira.

      - Tudo bem. Mas deixe-me tentar algo, se você quiser.

      - O que?

      Moulton deu um passo em direção a Chloe, abaixou-se, e a beijou. Ela recuou a princípio, sem saber o que estava acontecendo. Mas quando percebeu o que ele queria, deixou acontecer. Não só isso, retribuiu o beijo. Foi leve, mas suficiente para que ela soubesse que ele estava pensando naquilo há tanto tempo quanto ela.

      Moulton parou o beijo antes que os dois ficassem desconfortáveis. Afinal de contas, eles estavam em um restaurante, rodeados por outras pessoas. E Chloe nunca fora do tipo que gostava de demonstrações públicas de afeto.

      - Não é uma reclamação – ela disse, - mas o que foi isso?

      - Duas coisas. Foi eu sendo corajoso... algo que eu raramente consigo ser com uma mulher. E também foi eu te dando outra distração... espero que possa ajudar você a se distrair da situação com seu pai.

      Com sua cabeça viajando um pouco e o calor irradiando por seu corpo inteiro, Chloe suspirou.

      - É, acho que ajudou sim.

      - Que bom – ele disse. – Além disso, acho que isso também acaba com aquela besteira de será que nós vamos nos beijar no fim do encontro.

      - Ah, depois disso, acho que vamos – ela respondeu.

      E, como Moulton esperava, os pensamentos sobre seu pai de repente ficaram muito distantes.

      ***

      O jantar foi muito melhor do que Chloe estava esperando. Depois de falarem sobre a visita de seu pai e do beijo inesperado de Moulton, tudo correu muito bem. Eles conversaram sobre o aprendizado no FBI, música, filmes, habilidades e contaram histórias do período na Academia, além de seus interesses e hobbies. Tudo foi muito natural, de uma maneira que Chloe não esperava.

      Tristemente, aquilo a fez desejar ter se separado de Steven antes. Se aquilo era o que ela tinha perdido por ficar tanto tempo insistindo com ele, ela tinha perdido muita coisa.

      Eles terminaram de comer, mas ficaram ali para tomar mais alguns drinks. Moulton mais uma vez mostrou cuidado e afeto ao parar no segundo drink, enquanto Chloe pediu o terceiro. Ele inclusive perguntou se ela se sentiria mais confortável pedindo um táxi do que andando com ele ao volante.

      Moulton a levou de volta para o apartamento, deixando-a na calçada depois da dez. Chloe não estava bêbada, mas tinha bebido o suficiente para imaginar outras formas de se entreter com ele.

      - Foi uma noite ótima – Moulton disse. – Quero repetir logo se você não achar que isso vai nos atrapalhar no trabalho.

      - Eu também. Obrigada por me convidar.

      - Obrigado por aceitar.

      Mesmo sabendo que não era uma mestre na arte da sedução, Chloe inclinou-se e o beijou. Assim como o beijo no restaurante, esse começou devagar, mas depois esquentou. A mão dele repente estava no rosto dela, correndo por sua nuca e a puxando para perto. O apoio de braço do banco estava entre eles, e ela mexeu-se para fazer com que sua mão encontrasse o peito de Moulton.

      Ela não sabia quanto o beijo tinha durado. Foi devagar e romântico. Quando se separaram, Chloe encontrou-se quase sem ar.

      - Então, já falamos que eu não tive muitos encontros na vida – ela disse. – Então, se eu fizer algo errado na próxima parte, você vai ter que me desculpar.

      - Que parte?

      Chloe hesitou por um momento, mas os três drinks ajudaram.

      - Quero te chamar pra entrar. Eu poderia dizer que seria para um café ou mais um drink, mas seria mentira.

      Moulton pareceu verdadeiramente surpreso. Foi um olhar que a fez imaginar se ele tinha entendido bem.

      - Tem certeza? – ele perguntou.

      - Não falei direito – ela disse, envergonhada. – O que eu quis dizer é que... eu gostaria de beijar você sem esse apoio de banco atrapalhando. Mas eu não... não vou dormir com você.

      Mesmo com pouca luz, ela pode ver o rosto dele ficando vermelho.

      - Eu jamais esperaria isso de você.

      Ela assentiu, um pouco envergonhada.

      - Então... você quer entrar?

      - Quero, quero muito.

      Então, ele a beijou. Dessa vez, de um jeito mais brincalhão. Durante o beijo, ele bateu no apoio de braço com o cotovelo.

      Ela interrompeu o beijo e abriu a porta. Enquanto caminhavam até o prédio, Chloe não conseguiu se lembrar da última vez em que se sentira tão... tão nas nuvens.

      Nas nuvens, ela pensou, sorrindo. Era uma expressão que Danielle usara certa vez para explicar a sensação física de um orgasmo. A lembrança fez com que Chloe de repente se sentisse quente, pegando nas mãos de Moulton quando eles entraram no prédio.

      Eles tomaram o elevador e, quando as portas se fecharam, Chloe surpreendeu a si mesma pressionando-o contra as paredes do elevador e o beijando. Agora conseguindo colocar as mãos nele, ela o segurou pela cintura e o puxou para perto dela. O beijo seguinte foi muito mais apaixonado, dando uma dica do que ela gostaria de fazer com ele naquela hora.

      Ele estava ansioso, e suas mãos encontraram as costas dela. Quando Moulton a pressionou para mais perto dele e os corpos se encontraram, Chloe ofegou. Ela se sentiu um pouco envergonhada.

      O elevador parou e Chloe se afastou. Ela podia imaginar o olhar das pessoas do prédio se flagrassem os dois se beijando no elevador. Ficou aliviada ao ver que Moulton também parecia em êxtase e estava respirando fundo.

      Ela o levou pelo corredor, passando por quatro portas até seu apartamento. Então, deu-se conta de que, além de Danielle, Moulton seria a primeira pessoa a visitar sua casa.

      Que pena que eu não pretendo perder tempo mostrando o apartamento, pensou.

      Aquele pensamento também a fez sentir-se um pouco envergonhada. Ela nunca tinha sentido uma necessidade física parecida com um homem. Depois de um tempo, sexo havia se tornado algo protocolar com Steven. E, sendo sincera consigo mesma, Chloe sabia que poucas vezes se satisfazia com ele. Por conta disso, ela não tinha muito desejo de ter momento íntimos com ele.

      Ela destrancou a porta e entrou. Acendeu a luz da cozinha e largou sua bolsa em uma das banquetas.

      - Quanto tempo você mora aqui? – Moulton perguntou.

      - Seis meses, por aí. Não costumo ter muita companhia.

      Moulton aproximou-se de Chloe e colocou uma mão na cintura dela. Eles se beijaram devagar. Alguns momentos depois, ele gentilmente a pressionou contra o balcão e o beijo ficou mais quente. Chloe sentiu o ar indo embora novamente, sentindo um desejo que não sentia desde seus primeiros


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