Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс

Ameaça Na Estrada - Блейк Пирс


Скачать книгу
já que eles tinham passado tanto tempo separados, mas os dias seguintes não haviam sido tão animadores. Ryan não estava nada feliz com o novo trabalho de Riley e o inconveniente que ele causara.

      Inconveniente!

      Riley riu em voz alta.

      Para Ryan, o grande problema era que Riley precisaria do carro diariamente para trabalhar, fazendo com que ele tivesse que ir e voltar de seu trabalho de metrô. Aquilo tinha sido um golpe no orgulho dele. Seu Ford Mustang era um dos luxos de sua vida, e ele amava dirigi-lo para ir ao trabalho todos os dias. Riley sabia que o veículo lhe fazia se sentir como o grande advogado que ele esperava ser um dia.

      Ryan não tinha reclamado abertamente sobre essa questão, mas tampouco havia escondido seus sentimentos. Ele tentou desenhar a situação como uma demonstração de sua grandiosidade, como se ele estivesse fazendo um sacrifício enorme para apoiar Riley em sua nova carreira.

      E tudo por causa desse carro ridículo, Riley pensou, ao estacionar e desligar o motor.

      Ela saiu do veículo e olhou para ele por um instante. Lembrou-se da primeira vez em que havia visto aquele Mustang. Ela e Ryan eram ambos universitários e estavam em seu primeiro encontro. Riley ficara muito impressionada ao vê-lo chegando a seu dormitório com aquele carro, e também com a elegância dele ao abrir e fechar a porta para ela.

      Olhando para o mesmo carro, agora, Riley suspirou.

      Aquele tempo bom, de quando ela e Ryan começaram a se conhecer, parecia ter ficado muito para trás. O Mustang já não lhe impressionava mais, e ela desejava que o carro já não significasse tanto para Ryan também.

      Qual o problema de pegar o metrô?

      Riley havia andado de metrô todos os dias no verão, durante o Programa de Estágio de Honra do FBI. Era um meio de transporte eficiente, e na verdade ela até gostava de se juntar a outros passageiros.

      Mas para Ryan, aquilo era algo que afetava sua masculinidade.

      Riley entrou no prédio e mostrou suas credenciais no portão de segurança. O guarda olhou seu nome e disse que ela deveria se apresentar imediatamente na sala do Agente Crivaro.

      Ao pegar o elevador, Riley teve certeza de que aquilo provava sua teoria—de que fora de Crivaro a ideia de transferi-la para Quantico. Não pode deixar de sentir-se orgulhosa por saber que ele a queria ali. Crivaro não era só um bom agente sênior. Ele era quase uma lenda no FBI.

      Mas o que ele iria querer que uma iniciante como ela fizesse no seu primeiro dia de trabalho?

      Lidar com a papelada, provavelmente, imaginou.

      A previsão era entediante, mas Riley sabia que seu trabalho no FBI não seria feito só de aventuras. Mesmo tendo mais experiência do que o normal para uma novata, ela ainda era somente uma novata. Progredir pouco a pouco parecia uma boa ideia. Não seria tão animador quanto uma aventura, porém tampouco seria tão perigoso.

      E seria bom trabalhar com um horário fixo, pelo menos por enquanto. Um cronograma regular poderia ajudar a melhorar a relação com Ryan, dando aos dois a chance de se acostumar com a presença um do outro novamente.

      Riley saiu do elevador, caminhou pelo corredor até a sala de Crivaro, e então bateu na porta. Ouviu uma voz familiar dando-lhe permissão para entrar.

      Ao abrir a porta, Riley viu Crivaro em pé atrás de sua mesa. Ele estava vestindo um chapéu e uma jaqueta.

      Havia uma mochila em seus pés.

      Ele olhou para seu relógio e disse:

      - Chegou em cima da hora.

      Riley olhou para seu próprio relógio e viu que não estava atrasada. Na verdade, havia chegado mais cedo do que o esperado. Mas estava muito assustada para responder.

      - Cadê sua mochila? – Crivaro perguntou.

      - No meu carro, lá fora – Riley disse.

      Mesmo sem saber muito sobre o trabalho de um agente da UAC, Riley sabia que era importante sempre estar preparada para viajar a qualquer momento. No entanto, ela não esperava ter que usar sua mochila tão cedo.

      Crivaro perguntou:

      - Você estacionou nas vagas de funcionários?

      Riley assentiu.

      - Ok, então – Crivaro disse, colocando sua mochila nos ombros. – Vamos pegar suas coisas no caminho até o meu carro.

      Crivaro passou por Riley e saiu pela porta. Riley o seguiu, assustada. Ela gaguejou:

      - M-Mas... para onde nós vamos?

      - Temos um caso no Arizona – Crivaro disse. – Vamos pegar um voo comercial para Phoenix, vamos com meu carro até o aeroporto.

      Riley tonteou com o turbilhão de informações.

      - Quanto tempo vamos ficar no Arizona? – ela perguntou.

      - O quanto for preciso – Crivaro disse. – Nunca me preocupo com esse tipo de coisa.

      Riley segurou um suspiro. Aquela era a última coisa que ela esperava que acontecesse naquele dia.

      E certamente era algo que acabava com suas esperanças de fazer as pazes com Ryan.

      - Você pode me dar alguns minutos antes de sairmos? – Riley perguntou a Crivaro. – Preciso ligar para o meu noivo para avisá-lo.

      Ainda caminhando, Crivaro perguntou:

      - Você está com seu celular?

      - Sim – Riley disse, ainda o seguindo.

      - Você consegue caminhar e falar ao mesmo tempo, não?

      Enquanto continuava seguindo Crivaro pelo corredor, Riley pegou seu celular e ligou para Ryan.

      Quando ele atendeu, ela disse:

      - Ryan, aconteceu algo. Eu, é... estou indo para Phoenix. Nesse momento, na verdade.

      Ela pode ouvir a surpresa na voz de seu noivo.

      - Você o que?

      - Sim, também fui surpreendida – Riley disse ao entrar com Crivaro no elevador.

      Ela estava nervosa agora.

      - Riley, isso é loucura. É seu primeiro dia no trabalho!

      - Eu sei – Riley disse. – Me desculpe.

      - Quanto tempo você vai ficar lá?

      Riley engoliu em seco e respondeu:

      - Eu, é... não faço ideia.

      - Como assim você não faz ideia? O que você vai fazer no Arizona, afinal? Você vai voltar a tempo para o Natal? Faltam só alguns dias, sabia?

      São boas perguntas, Riley pensou.

      Ao invés de tentar responder, ela disse:

      - Olhe, assim que eu souber quando vou voltar, eu vou te avisar.

      - Você vai até lá dirigindo? – Ryan disse.

      - Claro que não. Vamos pegar um voo comercial.

      - ‘Vamos’? Quem?

      - Eu e o Agente Crivaro.

      Riley e Crivaro saíram do elevador e seguiram pelo saguão do prédio.

      Ryan disse:

      - Se você vai de avião, onde está meu carro?

      Riley se assustou. Ela não havia tido tempo para pensar no carro. Ela disse:

      - Está no estacionamento da UAC aqui em Quantico. Não se preocupe, está bem cuidado.

      - Quanto tempo vou ter que ficar sem ele?

      Riley sentiu uma ponta de raiva.

      - Você vai se virar, Ryan – ela disse.

      -


Скачать книгу