A Bíblia Sagrada - Vol. III. Johannes Biermanski

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têm levantado no mundo.” (1João 4:1.) E Isaías declara: “A Lei e ao Testemunho! se eles não talarem segundo esta palavra, não haverá manhã para eles.” (Isaías 8:20.)

      Yahshua o Messias prometeu a Seus discípulos: “Quando vier aquele Espírito de verdade Ele vos guiará em toda a verdade; ... e vos anunciará o que há de vir.” (João 16:13.) As Escrituras claramente ensinam que estas promessas, longe de se limitarem aos dias apostólicos, se estendem à assembleia do Messias em todos os séculos. O Salvador afirma a Seus seguidores: “Estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” (Mateus 28:20.) E Paulo declara que os dons a manifestações do Espírito foram postos na assembleia para “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo do Messias; até que todos cheguemos à unidade da fé, a ao conhecimento do Filho de YAHWEH, a varão perfeito, à medida da estatura completa do Messias.” (Efésios 4:12 e 13.)

      Depois da maravilhosa manifestação do Espírito santo no dia de Pentecostes, S. Pedro exortou o povo a arrepender-se e batizar-se em nome do Messias, para a remissão de seus pecados; e disse ele: “E recebereis o dom do Espírito santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos YAHWEH nosso Elohim (D-us) chamar.” (Atos 2:38 e 39.)

      Nestes relatos podemos ver uma prefiguração do conflito perante nós. Olhando-os à luz da Palavra de YAHWEH, e pela iluminação de Seu Espírito, podemos ver a descoberto os ardis do maligno e os perigos que deverão evitar os que serão achados "irrepreensíveis" diante do SEnhor em Sua vinda.

      Mediante a iluminação do Espírito santo, as cenas do prolongado conflito entre o bem e o mal foram patenteadas à autora destas páginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a operação, nas diversas épocas, do grande conflito entre o Messias, o Príncipe da vida, o Autor de nossa salvação, e Satanás, o príncipe do mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da santa lei de YAHWEH. A inimizade de Satanás para com o Messias manifestou-se contra os Seus seguidores. O mesmo ódio aos princípios da lei de YAHWEH, o mesmo expediente de engano, em virtude do qual se faz o erro parecer verdade, pelo qual a lei divina é substituída pelas leis humanas, a os homens são levados a adorar a criatura em lugar do Criador, podem ser divisados em toda a história do passado.

      O objetivo deste livro não consiste tanto em apresentar novas verdades concernentes às lutas dos tempos anteriores, como em aduzir fatos a princípios que têm sua relação com os acontecimentos vindouros. Contudo, encarados como uma parte do conflito entre as forças da luz e das trevas, vê-se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles projeta-se uma luz no futuro, iluminando a senda daqueles que, semelhantes aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo de todos os bens terrestres, para testificar “da Palavra de YAHWEH, a do testemunho de Yahshua o Messias.”

      Desdobrar as cenas do grande conflito entre a verdade e o erro; revelar os ardis de Satanás a os meios por que lhe podemos opor eficaz resistência; apresentar uma solução satisfatória do grande problema do mal, derramando luz sobre a origem e a disposição final do pecado, de tal maneira a manifestar-se plenamente a justiça a benevolência de Deus em todo o Seu trato com Suas criaturas; e mostrar a natureza santa, imutável de Sua lei - eis o objetivo deste livro. Que mediante sua influência almas se possam libertar do poder das trevas, e tornar-se participantes "da herança dos santos na luz", para louvor dAquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, é a fervorosa oração da autora.

      E. G. W.

      a partir de: "O Conflito dos Séculos", por Ellen G. White, em Pôrto Alegre, em 1935, São Paulo, Brasil, págs. 7-10

      Editor: No texto é o nome sagredo de YAHWEH Elohim (D-us), seu Filho nosso SEnhor Yahshua o Messias, e o palavra: Elohim para D-us.

       Predito o Destino do Mundo

      “AH! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas; e te derribarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem; e não deixarão em ti padre sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.” (Lucas 19:42-44.)

      Do cimo do monte das Oliveiras Yahshua olhava sobre Jerusalém. Lindo e calmo era o cenário que diante dEle se desdobrava. Era o tempo da Páscoa, e de todas as terras os filhos de Jacó se haviam ali reunido para celebrar a grande festa nacional. Em meio de hortos e vinhedos, e declives verdejantes juncados das tendas dos peregrinos, erguiam-se as colinas terraplenadas, os majestosos palácios e os maciços baluartes da capital de Israel. A filha de Sião parecia diner em sea orgulho: “Estou assentada como rainha, a não ... verei o pranto,” sendo ela tão formosa então a julgando-se tão segura do favor do Céu como quando, séculos antes, o trovador real cantara: “Formoso de sítio, e alegria de toda a Terra é o monte de Sião ... a cidade do grande Rei.” (Salmo 48:2.) Bem à vista estavam os magnificentes edifícios do templo. Os raios do Sol poente iluminavam a brancura de neve de suas paredes de mármore e punham reflexos no portal de ouro, na torre a pináculo. Qual “perfeição da formosura,” levantava-se êle como o orgulho da naçâo judaica. Que filho de Israel poderia contemplar aquele cenário sem um estremecimento de alegria e admiração?! Entretanto, pensamentos muito diversos ocupavam a mente de Yahshua. “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela.” (Lucas 19:41.) Por entre o universal regozijo de Sua entrada triunfal, enquanto se agitavam ramos de palmeiras, enquanto alegres hosanas despertavam ecos nas colinas, e milhares de vozes O aclamavam Rei, o Redentor do mundo achava-se oprimido por súbita e misteriosa tristeza. Ele, o Filho de YAHWEH, o Prometido de Israel, cujo poder vencera a morte e do túmulo chamara a seus cativos, estava em pranto, não em conseqüência de uma mágoa comum, senão de agonia intensa, irreprimível.

      Suas lágrimas não eram por Si mesmo, posto que bem soubesse para onde Seus passos O levariam. Diante dEle jazia o Getsêmani, cenário de Sua próxima agonia. Estava também à vista a porta das ovelhas, através da qual durante séculos tinham sido conduzidas as vítimas para o sacrifício, e que se Lhe deveria abrir quando fosse “como um cordeiro” “levado ao matadouro.” (Isaías 53:7.) Não muito distante estava o Calvário, o local da crucifixão. Sobre o caminho que o Messias logo deveria trilhar, cairia o terror de grandes trevas ao fazer Ele de Sua alma uma oferta pelo pecado. Todavia, não era a contemplação destas cenas que lançava sobre Ele aquela sombra, em tal hora de alegria. Nenhum presságio de Sua própria angústia sobre-humana nublava aquele espírito abnegado. Chorava pela sorte dos milhares de Jerusalém - por causa da cegueira e impenitência daqueles que Ele viera abençoar e salvar.

      A história de mais de mil anos do favor especial de Deus e de Seu cuidado protetor manifestos ao povo escolhido, estava patente aos olhos de Yahshua. Ali estava o monte Moriá, onde o filho da promessa, como vítima submissa, havia sido ligado ao altar - emblema da oferenda do Filho de YAHWEH. (Gênesis 22:9.) Ali, o concerto de bênçãos e a gloriosa promessa messiânica tinham sido confirmados ao pai dos crentes (Gênesis 22:16-18). Ali as chamas do sacrifício, ascendendo dá eira de Ornã para o céu, haviam desviado a espada do anjo destruidor (1Crônicas 21) - símbolo apropriado do sacrifício a mediação do Salvador em prol do homem culpado. Jerusalém fora honrada por Deus acima de toda a Terra. Sião fora eleita por YAHWEH, que a desejara “para Sua habitação” (Salmo 132:13). Ali, durante séculos, santos profetas haviam proferido mensagens de advertência. Sacerdotes ali haviam agitado os turíbulos, e a nuvem de incenso, com as orações dos adoradores, subira perante Deus. Ali, diàriamente, se oferecera o sangue dos cordeiros mortos, apontando para o vindouro Cordeiro de Deus. Ali, YAHWEH revelara Sua presença na nuvem de glória, sobre o propiciatório. Repousara ali a base daquela escada mística, ligando a Terra ao Céu (Gênesis 28:12; João 1:51) – escada pela qual os anjos de Deus desciam e subiam, e que abria ao mundo o caminho para o lugar santíssimo. Houvesse Israel, como nação, preservado a aliança com o Céu, Jerusalém teria permanecido para sempre como a eleita de Deus (Jeremias 17:21-25). Mas a história daquele povo favorecido foi um registo de apostasias e rebelião.


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