O último comboio para a liberdade. Meg Waite Clayton

O último comboio para a liberdade - Meg Waite Clayton


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que corra perigo

       Deuses diferentes

       Tira de papel

       Binário

       Mesmo que nos desterrem, nos expulsem e nos injuriem

       Mesmo separados

       A mala

       Despedida

       Números

       Colar

       Um rapaz judeu de dezassete anos

       A outra mãe

       Quinhentos

       Fraldas húmidas

       Tjoek-Tjoek-Tjoek

       Gémeos que desaparecem

       Meninos sem número

       O paradoxo de Eichmann

       O infinito escondido

       Noutra direcção

       Carl Füchsl

       Juntos

       Desmontagem

       No hotel Metropole

       As luzes de Harwich

       Harwich

       Dovercourt

       Um visto de saída de outro tipo

       Terceira parte. A época posterior. Janeiro de 1939

       Coelho número 522

       Dezanove velas

       Os não eleitos

       Outra carta

       Na praia

       Um bebé num comboio

       Irmãos

       O paradoxo de Kokoschka

       Na estação de comboio de Praga, 1 de setembro de 1939

       Faculdade Newnham, Cambridge

       Estação londrina de Liverpool street: 3 de setembro de 1939

       Paris: 10 de maio de 1940

       Ijmuiden, Holanda: 14 de maio de 1940

       Quarta parte. E então…

       Agradecimentos

      Para Nick

      e em memória de

      Michael Litfin

      (1945-2008),

      que contou as histórias do

      Kindertransport ao meu filho

      e que, por sua vez, mas transmitiu,

      a Truus Wijsmuller-Meijer

      (1896-1978)

      e às crianças que salvou.

      «Lembro-me: Aconteceu ontem ou há uma eternidade…

      E, agora, o menino vira-se para mim. “Diga-me”, pede-me, “O que fez com o meu futuro, o que fez com a sua vida?”… Uma pessoa íntegra pode fazer a diferença, a diferença entre a vida e a morte.»

      — Elie Wiesel, no seu discurso de aceitação do Prémio Nobel da Paz, entregue em Oslo no dia 10 de dezembro de 1986.

      NOTA DA AUTORA

      Depois da anexação alemã do país independente da Áustria em março de 1938 e da violência da «Noite de Cristal» naquele mês de novembro, começou uma tentativa extraordinária de levar dez mil crianças para a Grã-Bretanha. Embora seja uma obra de ficção, este livro foi baseado no Kindertransport de Viena gerido por Geertruida Wijsmuller-Meijer, de Amesterdão, que começara a salvar pequenos grupos de crianças em 1933. Para as crianças, era conhecida como Tante Truus.

Primeira parte A ÉPOCA ANTERIOR DEZEMBRO DE 1936

      NA FRONTEIRA

      Uns flocos grossos suavizavam a paisagem da janela do comboio: Um castelo coberto de neve numa colina nevada erguia-se como um fantasma entre a tempestade de neve. O revisor gritava: «Bad Bentheim; chegámos a Bad Bentheim, na Alemanha. Os passageiros que vão seguir para os Países Baixos devem mostrar os seus documentos.» Geertruida Wijsmuller — uma holandesa de queixo e nariz pronunciados, com a boca grande e os olhos de um cinzento de caxemira — beijou o bebé que tinha ao colo. Beijou-o uma segunda vez e deixou os lábios na sua testa suave. Entregou-o à irmã e tirou o quipá ao


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