Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams

Amor italiano - Mistérios do deserto - Jennie Adams


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não gosto de a enganar. Quando vamos ao primeiro evento social?

      – Amanhã à tarde – disse Luc, nomeando-lhe os anfitriões e o lugar onde viviam. – É um casal, dono de um complexo de campos de golfe existente no país inteiro. Vou buscar-te às sete horas.

      – Também gostaria de saber como vais explicar estas saídas à tua tia…

      Bella deixou de falar ao dar-se conta de que Luc desligara o telefone.

      Na noite seguinte, enquanto dava os últimos retoques de maquilhagem, Bella recordou a conversa telefónica que tinham tido. Ou, melhor dizendo, pensou no que deveria ter perguntado, mas não tivera oportunidade. Era sábado. Desejou que tivesse passado um ano e que Luchino Montichelli fosse novamente uma lembrança distante.

      Soph aproximou-se da porta da casa de banho com o secador na mão; o cor-de-rosa do seu cabelo desaparecera ao lavá-lo.

      – Podes mudar de ideias, Bella. Luchino Montichelli não tem nenhum direito de te obrigar a fazer isto.

      – Está preocupado com a sua tia – disse Bella, que realmente achava que assim era.

      – E tu vais ver o que se passa com a sua filha – ao dizer aquilo, Soph relaxou um pouco.

      – Sim, farei o que puder. E, Soph, não tenho qualquer outro interesse, a não ser o comercial, para estar perto de Luchino.

      – Se tu o dizes… – disse Soph, que não parecia convencida. – Chrissy e eu continuamos sem gostar que este homem insista para que saias com ele, alegando que é por causa de negócios. O que aconteceria se tentasse seduzir-te novamente? – perguntou, preocupada. – Não queremos que te magoe.

      – Não permitirei que isso aconteça e, de qualquer forma, Chrissy e tu deviam preocupar-se com os vossos próprios problemas, não com os meus. Não devia ter-vos contado tudo.

      Então, viu-se ao espelho para confirmar como estava, compôs o vestido azul-escuro que usava e apressou Soph a ir para a sala.

      – São só negócios, Soph. Só tenho de tratar o assunto como tal.

      Ouviram-se passos fora da casa, seguidos de uma pancada forte na porta.

      – Eu vou – avisou Bella à sua irmã, indo abrir a porta.

      Quando viu Luchino Montichelli ali de pé, vestido com um fato elegante, teve de respirar fundo.

      – Olá, Luchino! Estou pronta para sair.

      – Boa noite, Arabella. Não vais apresentar-me? – Luc olhou sobre o ombro dela e entrou na pequena sala do apartamento.

      Ao passar ao seu lado, Bella pôde cheirar o seu perfume… e gostou muito.

      – Bella? – Soph olhou para Bella com o sobrolho franzido. Aquilo distraiu Bella da sua… surpresa, ou o que quer que fosse.

      – Sophia, este é Luchino. Luchino, a minha irmã, Sophia.

      Não queria demorar-se com as apresentações, nem dar à sua irmã a possibilidade de começar com um interrogatório, que só faria com que perdessem tempo.

      – Vamos embora – disse. Queria Luchino fora da sua casa, assim como acabar, o quanto antes, com aquilo. – Temos de discutir alguns assuntos enquanto nos dirigimos para o jantar. Acabaste a nossa conversa telefónica sem me permitires que te perguntasse o que querias.

      – Tens assim tanta vontade de estar na minha companhia, Arabella? – perguntou ele, examinando-a com o olhar. Este traiu-o, mostrando o interesse que tinha nela. – Estás… bem.

      – Obrigada. Eu, hum… – disse Bella, que tinha de tentar recompor-se. – Não tenho vontade de estar contigo. Simplesmente, há algumas coisas que é necessário suportar e, o quanto antes, melhor. Como quando é necessário tomar um medicamento que sabe muito mal.

      – É esse o conceito que tens da nossa noite?

      – É o conceito que tenho desta história toda, até, finalmente, acabar – disse ela, deixando de olhar para ele e abrindo a porta do apartamento. – Se a conversa já acabou, talvez devêssemos ir.

      – A noite espera-nos – disse Luc, dirigindo-se para a porta. Então, olhou para Soph. – Prazer em conhecer-te. Talvez, noutro dia, tenhamos oportunidade de falar mais.

      – Depois vemos! – exclamou Soph, com o secador na mão.

      – Está tudo bem, Sophia. Simplesmente, havia algumas coisas que precisávamos de falar. Peço desculpa se te deixámos fora da conversa – disse Bella, ao aperceber-se de que tinham ignorado a sua irmã.

      Então, partiram e entraram no carro de Luc.

      – A tua irmã parece agradável – observou ele. – Talvez um pouco protectora.

      Bella compreendeu que Luc também se apercebera do secador que a sua irmã segurava!

      – Soph é cabeleireira – disse ela, como se, com aquilo, explicasse algo.

      Mas aquela não era a questão. Ela tinha perguntas para fazer e queria respostas.

      – Ainda não me disseste como se supõe que vamos explicar isto tudo à tua tia – Bella queria saber o que ele pensava e estava a planear. – Refiro-me a trabalharmos juntos para vendermos os meus vestidos. Se começarmos a ter a fama que tu esperas, Maria não se perguntará porque aparecemos juntos nesses eventos sociais?

      – Podemos resolver esse problema – disse ele, tirando alguns papéis do bolso da sua camisa e dando-lhos, enquanto esperava que um semáforo ficasse verde. – Este é o itinerário a seguir. Informar-te-ei de qualquer mudança ou novo evento a que tenhamos de ir.

      – À primeira vista, parece… aceitável – disse Bella, que reconheceu alguns dos nomes da lista e sabia que, de outra maneira, nunca se teria aproximado daquelas pessoas.

      Mas, enquanto colocava a lista na sua mala, pensou que não devia sentir-se agradecida.

      – Não respondeste à minha pergunta.

      – Diremos à minha tia toda a verdade que nos for possível. Conhecemo-nos há alguns anos em Milão. Quando regressei à Austrália, voltámos a estabelecer contacto e agora divertimo-nos a sair juntos.

      – Queres fingir que andamos a sair juntos? – perguntou, impressionada.

      – Poupará muitas perguntas difíceis. Acho que conseguimos ter a imagem de duas pessoas que estão muito interessadas uma na outra. Não achas?

      – Simplesmente, porque, em tempos, tivemos um breve romance… – disse ela, furiosa perante aquele descaramento. – Não podemos fingir ser amantes.

      Naquele momento, o semáforo ficou verde e Luc continuou a conduzir.

      – Não recordo ter utilizado o termo «amantes», mas precisamos de uma razão para que nos veja juntos em público. É um problema assim tão grande para ti, Arabella? Se mantiver Maria contente e tu venderes os teus vestidos…

      – Deverias contar-lhe a verdade.

      – É a minha família. Não permitirei que nada lhe aconteça. Já dei alguns passos… – parou de falar.

      Mas já era demasiado tarde. Bella recordava o que ele dissera noutra vez sobre ter comprado algo para a sua tia…

      – Pagaste as suas dívidas, não foi? Mas, se o fizeste, porque te incomodas comigo? Já está resolvido, não está?

      – Excepto o facto de que tu és responsável por devolveres todo esse dinheiro pelos teus vestidos. E pretendo ser testemunha de que o fazes! De qualquer forma, como adivinhaste? Eu não te disse.

      Luc agarrou com força no volante e Bella recordou como aqueles dedos lhe tinham acariciado o queixo, segurando-a, tendo-se preparado para a beijar…

      – Quanto foi, Luchino? Quais são as condições? Quanto dinheiro te deve Maria?


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