Agentes Da Lei E Assaltantes. Katherine McIntyre

Agentes Da Lei E Assaltantes - Katherine McIntyre


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subiu no balcão para começar a correr pela superfície. Gritos seguiram seu rastro enquanto ela pulava por cima das canecas de cerveja e copos de uísque amarelado chacoalhando ao seu redor. Ela arriscou um único olhar para trás.

      Bernard não a seguiu por cima do bar. Em vez disso, o homem endireitou os ombros largos, baixou a testa e atacou.

      Com a atenção de Donovan voltada para ela, ele não percebeu Bernard correndo até que fosse tarde demais.

      Ellie pulou mais uma cerveja, os passos batendo nas vigas da taverna. Alguns bêbados tentaram golpear os tornozelos dela, mas ela sempre foi mais leve do que uma mulher comum.

      O fim do bar apareceu à vista, a poucos metros de distância. A essa altura, mais gritos estouraram, os sons ásperos ecoando atrás dela.

      Ellie não parou no final do bar, ela se lançou para fora da margem. Seus pés bateram no chão de madeira. Ela se virou a tempo de localizar cada sujeito por quem passou correndo, olhando em sua direção.

       Novos amigos, por toda parte.

      O velho grisalho nos fundos do bar se lançou sobre ela, os dedos quebradiços tentando se apoiar. Ela se esquivou com facilidade, muito menos embriagada do que a maioria dos clientes daqui.

      Bernard se esquivou de James Donovan, mas os outros dois meliantes tentaram interferir na trajetória dele. Ellie trouxe seu olhar para o lado direito quando ele atacou com velocidade mortal. Bernard atirou o punho sob a mandíbula de um homem e, um instante depois, ele girou sobre os calcanhares, erguendo o cotovelo para cumprimentar o nariz do outro homem. Bernard Taylor possuía profundezas ocultas, para dizer o mínimo.

      — Pare. — James gritou, levantando a bola de cobre na mão, um dispositivo do tamanho de um punho. — Ou esse bar inteiro vai abaixo com você.

      Ele jogaria. Ela sabia que ele o faria.

      — Rapazes, querem queimar junto do bar? — Ellie gritou para a multidão. — Se não, sugiro parar o idiota com a bomba. Ou o param, ou correm.

      Bernard irrompeu entre os capangas e disparou na direção dela. Ellie estava mudando de um pé para o outro. Assim que ele a alcançou, ela voou.

      Vários sujeitos no bar pularam de seus banquinhos, que caíram no chão. Alguns dos outros seguiram a recomendação de abordar James. Infelizmente para muitos deles, Donovan balançou o braço e a bola de cobre voou de suas mãos.

      Ellie seguiu para a saída, ciente da morte garantida sendo arremessada em sua direção.

      Bernard a ultrapassou com as longas pernas, mas para surpresa dela, ele estendeu a mão para trás e a agarrou pela mão, arrastando-a para frente com ele. A bomba girava na direção deles, pronta para bater nas tábuas do chão, passou pelas mesas e o bar, bem perto da entrada para a qual estavam correndo.

      As panturrilhas de Ellie se contraíram com intensidade quando ela se lançou para a porta, segurando a mão de Bernard com força. O ombro dela acertou o batente da porta enquanto ela se arremessava.

      Um clique deliberado ecoou em algum lugar do bar

      Ellie caiu nas pedras do lado de fora, os joelhos batendo na pedra lascada. Bernard largou a mão dela e se jogou no chão.

      Um zumbido encheu o ar, cada vez mais alto.

       Tique, tique, tique… pop.

      A rajada de calor saiu primeiro pela porta aberta, seguida pelo estrondo que sacudiu as madeiras do prédio antigo.

      Os gritos vieram em seguida. Gemidos horrorizados, uma raiva alta e ensurdecedora, uivos roucos que fizeram a pele dele arrepiar. Ellie tapou os ouvidos com as mãos, tentando bloquear os sons. Ela fechou os olhos com força e respirou fundo. A culpa a assolava como carne viva, mas já fazia um bom tempo que dilacerava sua pele até os ossos.

      Ela se levantou em meio à fumaça metálica que saía da porta aberta. Rajadas de fumaça preta e oleosa escapavam e, com base na contração de seu nariz, focos de incêndio surgiram lá dentro. Ninguém havia pedido àquele canalha que trouxesse uma bomba para o interior do estabelecimento, embora ela não conseguisse se livrar do puxão persistente em seus calcanhares que causava problemas aonde quer que fosse. Não como se ela algum dia fosse uma boa filha.

      Bernard pairou sobre ela, com a mão estendida.

      — Vamos sair daqui.

      Ela aceitou a mão áspera e quente contra a dela, e ele a puxou com facilidade. Os músculos do homem se contraíram com o movimento, fazendo com que o tecido das mangas dele se enrugasse. Aqueles olhos escuros traziam uma intensidade sedutora enquanto ele a erguia como se pesasse pouco mais do que uma folha seca.

      — Minha casa ou a sua? — Ellie falou devagar, as palavras saindo muito mais sensuais do que o previsto.

      Ela não costuma ceder a impulsos urgentes, embora os sentisse aqui e ali.

      O canto da boca dele se contraiu, revelando um sorriso delicioso emoldurado pelo bigode e barba pretos e grossos.

      — Que tipo de cavalheiro eu seria se não acompanhasse uma dama até em casa? — ele lançou um olhar rápido para a taverna detrás deles, uma primeira chama dourada tremeluzindo no interior.

      Alguns homens saíam cambaleando pela porta da frente, tossindo e cuspindo.

      Alguns podem culpar James Donovan, mas outros apontariam os dedos para ela, e ela não queria ficar por perto para atrair a censura.

      Ellie espanou as calças e partiu em um ritmo acelerado ao longo da rua na direção oposta de onde vieram. O cortiço que ela chamava de lar não ficava longe desta taverna, então ela assumiu a liderança. Se o belo oficial quisesse acompanhá-la de volta, ela não reclamaria. Afinal, ela meio que esperava que esta noite terminasse no fundo de um rio ou fosse presa a ferros.

      Ela teve mais um vislumbre do Rato Afogado, deixando a culpa lá atrás, para queimar como as vigas que haviam se incendiado. O fogo cintilava nas janelas, e mais e mais homens tropeçaram para fora do bar, alguns sangrando por cortes abertos, enquanto outros tossiam como se tivessem contraído tuberculose. O prédio iria queimar e, talvez, outros próximos, como barris de pólvora esperando por um incêndio. Não que os policiais dessem a mínima, as dificuldades dos pobres nunca preocuparam os homens da lei.

      Bernard caminhava ao lado dela, um enigma em um colete feito sob medida e calças compridas. O homem exalava uma masculinidade crua apesar dos suspensórios, algo primitivo que chamou a atenção dela desde o instante em que ele apontou a pistola para ela. Ele poderia ter sido um idiota tenso como a maioria dos gambés com os quais ela se envolvia, mas este detetive continha camadas que ela queria revelar.

      — Estou começando a suspeitar que você invoca inimigos toda vez que entra em um lugar novo. — murmurou Bernard, a voz era um timbre rico que ela pensou gostar. O olhar arqueado que ele lançou enviou um arrepio por sua espinha.

      — É um dom. — respondeu Ellie. — Considero o tédio abominável.

      A respiração dela tornou-se entrecortada. As roupas ainda não haviam secado, a camisa e as calças grudavam na pele com um arrepio profundo. Vigas verdes claras filtravam a luz de uma lamparina a gás quebrada à frente, e as janelas escurecidas dos prédios de dois andares pelos quais passaram a fulminaram com o olhar de condenação.

      — Daí a oferta de se juntar à minha caça a um assassino em série? — ele perguntou.

      Folhas quebradiças arranhavam os paralelepípedos, um riscar que ecoava como garras. Gemidos vieram do beco mais próximo que eles passaram, mas ela sabia ser melhor não arriscar um vislumbre.

      — Testemunhou o grande número de rostos amigáveis que atraio. — respondeu Ellie. — O que o faz pensar que anseio por policiais me perseguindo por esta cidade devido a uma falsidade? — o estômago dela apertou com força. Decerto ela ainda não estava longe demais de merecer perdão. — Além disso, posso ter me envolvido em alguns delitos leves, mas nunca


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