A Vida No Norte. Tao Wong

A Vida No Norte - Tao Wong


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Blindado Pessoal Omnitron III Categoria II (Sabre)

      Núcleo: Motor Mana Omnitron Categoria II

      Processador: Processador Categoria D com Núcleo Xylik

      Classificação da Armadura: Nível IV

      Pontos Fortes: 4 (1 utilizado em integrador do Manipulador de Física Quântica)

      Pontos Fracos: 3 (1 utilizado em ligação neurológica)

      Requer: Ligação neurológica para configuração avançada

      Capacidade da Bateria: 120/120

      Atributos Extra: + 20 Força; + 7 Agilidade; + 10 Perceção

      O Ali chegou a ser útil. Trabalhou comigo para ajustarmos a minha escolha inicial da versão Ares deste produto para o Omnitron. O Omnitron tem mais armamento e é blindado, mas tem um motor a Mana mais pequeno. Portanto, seguindo a sugestão do Ali, sacrificámos o armamento instalado e a armadura mais eficaz por um motor a Mana melhorado. Como resultado, ficou apenas a base do produto, sem nenhum apetrecho, mas este pode ser bastante melhorado e tem uma recarga muito mais rápida.

      Para diminuir os custos, também escolhemos uma armadura ablativa. Segundo o funcionamento das armaduras neste novo mundo, podia escolher entre uma armadura super resistente que partiria se fosse atingida ou uma armadura ablativa que vai ficando amolgada, mas que pode ser usada mesmo depois de sofrer danos. Claro que a armadura de Nível IV continuava a ser extremamente forte para os padrões pré-Terra. Aliás, a maioria dos monstros que enfrentei diretamente mal lhe conseguiriam fazer um arranhão. Obviamente, não estou a contar com a salamandra, pois nunca lutei contra ela, apenas corri bastante.

      A única melhoria que comprámos para a mota foi o integrador para o MFQ, que, por si só, tinha custado um quarto do preço da Sabre. Sim, dei-lhe um nome. Julguem-me. Diria que fiquei surpreendido com o quão dispendiosa a melhoria foi, mas, tendo em conta que o MFQ foi ridiculamente útil, estava disposto a pagar.

      No entanto, ficámos com fundos bastante reduzidos para a minha arma pessoal. Acabámos por nos contentar com duas armas diferentes. A primeira estava presa à Sabre através de um coldre acessível, com algumas modificações pequenas. À primeira vista, parecia uma espingarda de caça semiautomática normal, com uma coronha de madeira falsa, apenas tinha uma coronha um pouco mais volumosa do que o normal. Claro que não era bem assim:

      Espingarda Ferlix de Raio Tipo II (Modificada)

      Danos Base: 38

      Capacidade da Bateria: 21/21

      Velocidade de Recarga: 1 por hora por UMG (atualmente 12)

      Tive de chatear o Ali para que me explicasse a velocidade de recarga e ele acabou por mencionar demasiados detalhes, até usou gráficos e tabelas com mapas do sistema solar e da galáxia. Verdade seja dita, desliguei passados cinco minutos. Resume-se tudo a isto: o Conselho Galáctico instituiu uma série de medidas tendo em conta a “base” de Mana disponível no ambiente que rodeia a capital. Este é uma única Unidade de Mana Galáctico ou UMG. Todos os motores a Mana eram classificados com base na sua capacidade de absorver e carregar uma bateria de Mana com apenas uma UMG. Contudo, nos Mundos Masmorra e em zonas com níveis mais elevados, a velocidade de recarga aumenta, uma vez que há mais UMG. As baterias de Mana podem ser recarregadas diretamente, mas é preciso ter um conjunto de competências especializadas, pois uma bateria de Mana mal recarregada pode explodir.

      A minha arma de curto alcance deu azo a um aceso debate. O Ali queria que eu comprasse uma pistola (ele é maluco por armas de fogo), mas eu queria uma espada. Ele só cedeu quando salientei que precisava de uma arma que não ficasse sem recargas a meio de um combate, caso contrário, seria completamente dizimado. Ele ainda está amuado por ter perdido a discussão.

      Comecei com uma simples espada de mão e meia e vi-a modificar-se assim que a tornei a minha arma pessoal. De início, tinha um padrão luminoso, mais visível na lâmina, com um embutido verde no punho e uma guarda brilhante. Era simples e bonita para uma arma, mas escolhê-la como arma pessoal eliminou todos os ornamentos. Agora, a arma está mais polida, sem qualquer traço de ornamentação. A única beleza que tem está na simplicidade do seu propósito: é uma arma criada para matar e matar bem.

      Espada Nível II (Arma Pessoal Vinculada à Alma de um Guarda de Honra de Erethran)

      Danos Base: 48

      Durabilidade: N/A (Arma Pessoal)

      Habilidades Especiais: Nenhuma

      A lâmina ficou ainda mais afiada e apesar de ainda se poder partir, só tinha de a largar e voltar a invocá-la para esta reaparecer no seu estado original.

      Com os preparativos terminados e o conhecimento básico absorvido, só restavam as habilidades. Finalmente, afastei-me e acenei à raposa, pronta para esta começar. Assim que acenei, senti a diferença. Isto era ainda mais intenso do que as compras de conhecimento anteriores, como se o mundo tivesse parado e recomeçado de repente. Janelas começaram a surgir pouco depois.

      Habilidade de Combate Desarmado Ganha (Nível 6)

      Habilidade de Mestria de Lâminas Ganha (Nível 6)

      Habilidade de Combate com VBP Ganha (Nível 4)

      Habilidade de Espingarda de Energia Ganha (Nível 3)

      Habilidade de Meditação Ganha (Nível 5)

      Habilidade de Manipulação de Mana Ganha (Nível 1)

      Feitiço de Regeneração Básica Ganho

      Assim que acabo de fechar as janelas, aparece outra notificação.

      Atualização da Demanda do Sistema

      A jornada para a compreensão das origens do Sistema e do Mana tem muitos pontos de partida, mas todas as ruas nos aproximam da compreensão do Mana. Deste o teu primeiro passo para a compreensão do Sistema.

      Requisito: Aprender Manipulação de Mana

      Recompensa: 500 XP

      — Hum — murmuro e faço desaparecer a atualização da demanda. Com tudo tratado e os meus fundos na penúria, dei por mim de volta ao mundo real.

      O cheiro a carne queimada e entranhas regressa, juntamente com a dor. Como já não estou ao cuidado do Sistema, os danos que tinha recebido voltaram de uma vez. Saber o que me espera não impede que caia de joelhos com dores, a cabeça a andar à roda. Só com muito esforço invoco o Feitiço de Regeneração Básica, que cura os danos à medida que o repito. O Ali fica em silêncio, à espera que me torne funcional, antes de dizer:

      — Muito bem, vamos fazer-nos à estrada!

      — Não — abano a cabeça, agarrado aos ombros, enquanto me aproximo da minha mota. Sento-me nela, aciono a mudança na minha mente e sinto a armadura a trepar-me e a unir-se a mim.

      — Vamos atacar alguma coisa?

      — Não exatamente — encaminho-me para o centro da cidade, à procura de possíveis ameaças.

      — Para com isso! Não vamos brincar às adivinhas. Que raio estás a fazer, miúdo? — retorque o Ali, a voar atrás de mim.

      — Estou a ser humano.

      ***

      Disparo contra o último coiote que apareceu, para servir de jantar e faço o saque antes de me voltar para a pira que fiz. Devia ter feito algo em relação aos cadáveres dos monstros, mas não queria saber deles. Os cidadãos da cidade, por outro lado, mereciam melhor. Mesmo com a armadura de energia, passei horas a cortar e arrastar, principalmente porque tive de parar de vez em quando para matar alguns monstros que vagueavam por ali.

      Não tenho palavras quando termino, apesar de ter tentado pensar em alguma coisa nas últimas. No final, tudo o que tenho a dizer é:

      — Lamento.

      Quando


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