Counseling Alimentar. Como Motivar As Pessoas A Modificar Os Hábitos Alimentares. Roberta Graziano
Título original:” Counseling alimentar. Como motivar as pessoas a modificar os hábitos alimentares
Editor livro original: Youcanprint
Editor: Tektime
Traduzido por: Daniela Anna Maria Peruto
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 1
POR QUE AS DIETAS FALHAM 3
COUNSELING NUTRICIONAL 7
A CONVERSA MOTIVACIONAL 9
O COUNSELOR 9
A MOTIVAÇÃO E OS ESTÁGIOS DA MUDANÇA 10
DIFICULDADES NAS MUDANÇAS 11
MOTIVAR PARA A MUDANÇA 12
FACILITAR AS DECISÕES 14
A CONVERSA: CARACTERÍSTICAS E TEMPOS 15
EMPATIA 15
FEEDBACK 15
AUTENTICIDADE 16
COMPORTAMENTO NÃO JULGADOR 16
COMUNICAÇÃO 16
CAPACIDADE DE ESCUTA 20
ESCUTA ATIVA 22
PERGUNTAS ABERTAS 24
A VISITA 28
A PRIMEIRA VISITA 29
TEMA DOS ENCONTROS 30
COUNSELING DE GRUPO 31
BIBLIOGRAFIA 32
Introdução
Antes dos anos 80 na Itália, o counseling de saúde era quase que desconhecido. O próprio termo counseling era usado apenas como referência a intervenções de consultoria clínica mais aprofundadas em áreas bem específicas.
Nos Estados Unidos, no Canadá e na Inglaterra, como também em outros países europeus, estava sendo difundida por sua vez a convicção de que no âmbito da saúde fossem necessários, os que eram definidos como“counselling skills”. Chegou-se até mesmo a pensar que ter competências de comunicação e relacionais de nível elevado fosse um dever de cada profissional da saúde.
Este novo modo de conceber a assistência à saúde não teve poucas críticas (“Mas é, realmente, necessário que a estas exigências respondam médicos, enfermeiros, biólogos, etc.?”, “Os profissionais da saúde têm pouco tempo, a coisa importante é sejam competentes no plano clínico e técnico e depois eles nem são psicólogos”, “Se o paciente quer ser entendido, ouvido, ajudado a enfrentar uma situação, irá ao psicólogo”, e assim por diante). Para responder a estas objeções, deve-se antes de tudo esclarecer sobre o que se entende por “counseling no âmbito da saúde”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, «O counseling é um processo que, através do diálogo e a interação, ajuda as pessoas a resolver e gerenciar problemas e tomar decisões; isso envolve um “cliente” e um “counselor”. A primeira é uma pessoa que sente a necessidade de ser ajudada, a segunda é uma pessoa especialista, imparcial, não ligada ao cliente, treinada para ouvir, dar suporte e orientação».
De acordo com a British Association for Counseling, em vez disso, o counseling é entendido como: «uso da relação hábil e estruturada que desenvolve a autoconsciência, a aceitação das emoções, o crescimento e os recursos pessoais. O counseling pode ser voltado à definição e solução de problemas específicos, à tomada de decisões, a enfrentar os momentos de crise, a se confrontar com os próprios sentimentos e os próprios conflitos internos e a melhorar as relações com os outros. O papel do counselor é aquele de facilitar o trabalho do cliente de modo a respeitar os valores, os recursos pessoais e a capacidade de autodeterminação».
Em linhas gerais, deste modo, podemos dizer que o counseling é um processo que põe juntos em uma relação um profissional (o counsellor) e uma outra pessoa (o cliente) que sente a exigência de ser suportada na gestão de um problema ou de uma decisão. É uma relação de ajuda que deseja facilitar às pessoas tomarem decisões para melhorar a sua situação. Trata-se, assim, de analisar juntos com as pessoas o seu estilo de vida atual, as mudanças possíveis, as dificuldades de aplicar estas mudanças e o modo mais eficaz para enfrentá-las.
A tarefa do “counselor” nunca deve ser aquela de fornecer soluções pré-fabricadas a quem o consulta, mas ajudá-lo a explorar as possíveis escolhas. O counselor não oferece conselhos, não indica soluções, muito menos desenvolve percursos psicoterapêuticos: a sua tarefa é apoiar a pessoa que pede ajuda na busca de possíveis caminhos de mudança de situações que afinal tornaram-se cansativas e fontes de incômodo. O objetivo da intervenção é ativar no cliente o caminho da mudança na direção dos objetivos que vê possíveis e realizáveis.
Configura-se então como uma intervenção profissional, baseada na capacidade de comunicação e de relação, que acolhe uma solicitação de um solteiro, de um casal, de uma família ou de um grupo de pessoas para serem ajudadas a resolver um problema, ao realizar uma mudança e ao achar soluções simples e facilmente aplicáveis.
Por que as dietas falham
Entre os principais fatores de risco para a obesidade e as doenças crônicas não transmissíveis (diabete, hipertensão, dislipidemias, cardiopatias isquêmicas, insuficiência cardíaca, etc.), temos com certeza maus hábitos alimentares e um estilo de vida errado, como por exemplo, uma vida sedentária.
A eficácia limitada dos programas de prevenção e de tratamento do excesso ponderal e do sedentarismo evidenciada é devida ao fato que é preciso enfrentar o problema da obesidade na sua multifatorialidade, ou seja, levando em conta fatores comportamentais, relacionais, motivacionais, psicossociais e ambientais que levam à obesidade, não tratando-a mais como uma simples patologia.
Estudos epidemiológicos demonstram que apesar de modificar os próprios hábitos alimentares seja parte integrante de muitas patologias metabólicas, em muitas pessoas falta exatamente o conhecimento das regras de uma alimentação correta e de um estilo de vida saudável. Mas o que é mais alarmante, porém, é que em muitas pessoas falta a consciência de estar em sobrepeso ou ser sedentários.
Mas os próprios estudos porém evidenciam que, com frequência, o conhecimento das regras da alimentação correta nem as simples prescrições de dietas ou programas de atividade física regular não são suficientes para adotar e manter um estilo de vida saudável e ativo, reduzir o peso em excesso e prevenir as doenças crônicas associadas a uma alimentação não saudável e ao sedentarismo. Sabe-se que a abordagem prescritiva de uma dieta rígida tem efeitos limitados a longo prazo, enquanto os pacientes tendem a abandonar a dieta no curso do tempo.
Tudo isso se verifica apesar de que nos últimos anos à dietética tradicional se uniram novos métodos que se tornam mais simples e utilizáveis e assim, de maior conformidade com a dieta como, por exemplo, dando uma ideia das porções recomendadas com uma olhada sem usar as gramas. Esta escolha se baseia nas evidências surgidas de alguns estudos, que indicando o emprego de modelos visuais além das explicações verbais facilita a conformidade das indicações dietoterapêuticas.
Mas por que as dietas falham? No relatório Obesity Day 2004 dos mais de 6000 questionários preenchidos resultou que 66% dos entrevistados realizaram