Em Busca de Heróis . Морган Райс

Em Busca de Heróis  - Морган Райс


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um exercício de futilidade; depois de tudo, ele estava em seu apogeu e podia governar por mais trinta anos. Qualquer herdeiro que ele escolhesse hoje não poderia subir ao trono em décadas. A tradição inteira o irritava. Isso poderia ter sido relevante nos tempos de seus pais, Mas não tinha nenhum lugar agora.

      Ele limpou a garganta.

      “Estamos hoje aqui reunidos pelo legado da tradição. Como vocês sabem, no dia de hoje, o dia do casamento de meu primogênito, eu estou incumbido da tarefa de nomear um sucessor. Um herdeiro deste reino. Caso eu morresse, não haveria ninguém mais indicado para governar do que a sua mãe. Mas as leis do nosso Reino ditam que apenas a prole de um rei pode sucedê-lo. Portanto, eu devo escolher.”

      MacGil recuperou seu fôlego, pensando. Um pesado silêncio pairava no ar e ele podia sentir o peso da antecipação. Ele olhava os filhos nos olhos e via expressões diferentes em cada um. O bastardo parecia resignado, sabendo que não seria escolhido. Os olhos do depravado estavam brilhando de ambição, como se esperasse que a escolha recaísse naturalmente sobre ele. O beberrão olhava pela janela; ele não se importava. Sua filha o olhava com amor, sabendo que ela não fazia parte desta discussão, mas amando o pai dela, da mesma maneira. O mesmo sucedia com seu filho mais novo.

      “Kendrick, eu sempre considerei você como um filho legítimo. Porém as leis do nosso Reino me impedem de passar a realeza para alguém com menos do que a verdadeira legitimidade.”

      Kendrick curvou-se. “Pai, eu não esperava que o fizesse. Estou satisfeito com o que me toca. Por favor, não deixe que isso o confunda.”

      MacGil se afligiu com sua resposta, ao sentir quão genuíno ele era, desejou nomeá-lo herdeiro mais que nunca.

      “Isso nos deixa com vocês quatro. Reece, você é um bom homem, o melhor que já vi. Mas você é muito jovem para ser parte desta discussão.”

      “Eu não esperava tanto, pai.” Reece respondeu, com uma ligeira reverência.

      “Godfrey, você é um dos meus três filhos legítimos – ainda assim você opta por desperdiçar seus dias na taberna junto com a escória. A você foram entregues muitos privilégios na vida e você rejeitou cada um deles. Se existe uma grande decepção em minha vida, ela é você.”

      Godfrey fez uma careta, mexendo-se desconfortavelmente.

      “Bem, então, acho que já terminei aqui e agora posso voltar para a taberna, não posso Pai?”

      Com uma brusca e irônica reverência, Godfrey se virou e começou a atravessar o salão.

      “Volte aqui!” MacGil retrucou. “JÁ!”

      Godfrey continuou a andar, ignorando-o. Ele atravessou a sala e abriu a porta. Dois guardas permaneciam ali.

      MacGil fervia de raiva, enquanto os guardas olhavam para ele interrogativamente.

      Mas Godfrey não esperou; ele abriu caminho aos empurrões para o corredor aberto.

      “Detenham-no!” MacGil gritou. “E mantenham-no longe da vista da rainha. Eu não quero ver a mãe perturbada por vê-lo assim, no dia do casamento de sua filha.”

      “Sim, meu senhor.” eles disseram, fechando a porta e correndo ao encalço dele.

      MacGil permanecia sentado, respirando agitado, com o rosto vermelho, tentando se acalmar. Pela milésima vez, ele se perguntou o que tinha feito para merecer um filho assim.

      Ele olhou para seus filhos restantes. Os quatro o olhavam também, esperando naquele profundo silêncio. MacGil respirou profundamente, tentando se concentrar.

      “Isso fica apenas entre vocês dois agora.” Ele continuou. “E entre os dois eu escolhi meu sucessor.”

      MacGil dirigiu-se a sua filha.

      “Gwendolyn, será você.”

      Houve um suspiro na sala; todos os seus filhos pareciam chocados, principalmente Gwendolyn.

      “O senhor falou corretamente, pai?” Gareth perguntou. “O senhor disse Gwendolyn?”

      “Pai, sinto-me honrada.” Gwendolyn disse. “Mas não posso aceitar. Sou uma mulher.”

      “É verdade, uma mulher nunca havia ocupado antes o trono dos MacGils. Mas eu decidi que já é tempo de mudar esta tradição. Gwendolyn, você possui o melhor espírito e mente de qualquer jovem que eu já conheci. Você é jovem, mas queira Deus, que eu não morra tão cedo, e quando isso acontecer, você já será sábia o suficiente para governar. O reino será seu.”

      “Mas pai!” Gareth gritou, seu rosto estava pálido. “Eu sou o primogênito, nascido legítimo! Sempre, em toda a história dos MacGils, o título de realeza é herdado pelo primogênito!”

      “Eu sou o rei.” MacGil respondeu sombriamente: “Eu dito a tradição.”

      “Mas isso não é justo!” Gareth declarou com sua voz queixosa. “Eu sou quem deveria ser o rei. Não minha irmã. Não uma mulher!”

      “Cale-se!” MacGil gritou tremendo de raiva. “Você se atreve a desafiar minhas opiniões?”

      “Eu estou sendo preterido, por uma mulher? É isso que pensa de mim?”

      “Eu já tomei minha decisão.” MacGil disse. “Você irá respeitá-la e segui-la obedientemente, como qualquer outro súdito do meu reino. Agora, todos podem se retirar.”

      Seus filhos curvaram suas cabeças rapidamente e saíram apressados da sala.

      Mas Gareth parou na porta, incapaz retirar-se.

      Ele voltou-se e uma vez sozinho, enfrentou seu pai.

      MacGil podia ver a decepção em seu rosto. Estava claro que ele tinha esperado ser nomeado herdeiro hoje. Mais do que isso: ele tinha desejado muito isso. Desesperadamente. O qual não surpreendia MacGil o mais mínimo – e essa era a principal razão pela qual ele não havia sido escolhido.

      “Por que me odeia tanto, Pai?” Ele perguntou.

      “Eu não o odeio. Eu apenas não creio que seja o indicado para governar o meu reino.”

      “E por que não sou?” Gareth insistiu.

      “Porque é precisamente a coisa que você mais quer…”

      O rosto de Gareth foi invadido por sombra vermelho escura. Claramente, MacGil tinha lhe dado um opinião perspicaz sobre sua verdadeira natureza. MacGil observava seus olhos, viu-os queimar com um ódio por ele que jamais havia imaginado possível.

      Sem mais uma palavra, Gareth saiu da sala e bateu a porta atrás dele.

      Com o eco reverberando, MacGil estremeceu. Ele lembrou o olhar do seu filho e sentiu seu ódio tão profundo, mais profundo até mesmo que o de seus inimigos. Naquele momento, ele pensou em Argon, em sua afirmação de que o perigo estava por perto.

      Poderia estar tão perto assim?

      CAPÍTULO SEIS

      Thor correu através do vasto campo da arena, com todas as forças que ele tinha. Atrás dele podia ouvir os passos dos guardas do rei, no seu encalço. Eles o perseguiam através da calorosa e poeirenta paisagem, insultando-o enquanto prosseguiam. Diante dele se espalhavam os membros – e novos recrutas – da Legião, dezenas de rapazes, como ele, porém mais velhos e mais fortes. Eles estavam sendo treinados e testados em diversas formações, alguns atirando lanças, outros arremessando dardos, alguns praticando para empunhar lanças. Eles apontavam para alvos distantes e raras vezes erravam. Eles eram seus rivais e pareciam formidáveis.

      Entre eles estavam dezenas de cavaleiros reais, membros do Exército Prata, de pé em um largo semicírculo assistindo a ação. Avaliando. Decidindo quem ficaria e quem seria enviado para casa.

      Thor sabia que tinha de submeter-se à prova, tinha de impressionar esses homens. Dentro de momentos, os guardas estariam sobre ele e se ele tivesse alguma chance de causar uma boa impressão, essa era a vez. Mas como? A mente dele voava enquanto ele corria velozmente pelo


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