Em Busca de Heróis . Морган Райс

Em Busca de Heróis  - Морган Райс


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único estava dividido, seu pai dormia em um lado e seus três irmãos do outro; a diferença das demais casas, a dele tinha um pequeno galinheiro nos fundos, e ali Thor foi exilado para dormir. A princípio ele dormia em um beliche com seus irmãos; mas com o tempo, eles tinham se tornado maiores; mais cruéis e mais seletivos e armaram toda uma cena para privá-lo de seu espaço. Thor tinha sido ferido, mas agora ele apreciava seu próprio espaço, preferindo ficar longe da presença deles. O incidente apenas confirmou o que ele já sabia: que ele havia sido desterrado por sua família.

      Thor correu para a porta da frente e irrompeu por ela sem parar.

      “Pai!” Ele gritou, tentando recuperar o fôlego. “O Exército Prata! Eles estão chegando!”

      Seu pai e três irmãos estavam sentados curvados sobre a mesa do café, já vestidos com suas melhores vestes. Ao ouvir suas palavras pularam e correram atrás dele, esbarrando entre si enquanto corriam para fora da casa em direção à estrada.

      Thor seguiu-os para fora e todos ficaram ali olhando o horizonte.

      “Não vejo ninguém.” Drake, o mais velho, respondeu com sua voz grave. Com os ombros mais fortes, o cabelo cortado curto como seus irmãos, olhos castanhos e lábios finos cheios de desaprovação, ele fez uma careta para Thor, como de costume.

      “Nem eu.” Ecoou Dross, apenas um ano mais novo que Drake, mas sempre tomando seu partido.

      “Eles estão vindo!” Thor gritou de volta. “Eu juro!”

      Seu pai virou-se para ele e agarrou-lhe os ombros severamente.

      “E como é que você sabe?” Ele exigiu…

      “Eu os vi.”

      “Como? Desde onde?”

      Thor hesitou; seu pai o havia apanhado. Ele sabia, é claro, que o único lugar desde onde Thor poderia ter avistado o Exército Prata era o topo da colina. Agora, Thor estava inseguro sobre o que responder.

      “Eu subi a colina.”

      “Com o rebanho? Você sabe que ele não deve ir tão longe.”

      “Mas hoje era diferente. Eu tinha de ver.”

      O pai disse rispidamente.

      “Vá para dentro de uma vez e traga as espadas de seus irmãos e lustre suas bainhas, para que elas se vejam o melhor possível, antes que cheguem os homens do rei.”

      Seu pai, já farto dele, voltou-se para seus irmãos, que estavam todos na estrada olhando.

      “Você acha que eles vão nos escolher?” Perguntou Durs, o mais novo dos três, um total de três anos à frente do Thor.

      “Eles seriam tolos se não o fizessem.”Disse o pai deles. “Eles estão com poucos homens este ano. Deve ter ocorrido uma redução nas filas – ou do contrário eles não se incomodariam em vir. Fiquem alinhados, vocês três, mantenham seu queixo erguido e peito aberto. Não olhem para eles diretamente nos olhos, mas tampouco desviem o olhar. Sejam fortes e confiantes. Não demonstrem fraqueza. Se vocês quiserem estar na Legião do rei, vocês devem agir como se já estivessem nela.”

      “Sim, Pai.” Seus três rapazes responderam em uníssono, ficando em posição.

      Ele se virou e encarou Thor.

      “O que você ainda está fazendo aí?” Ele perguntou. “Vá para dentro!”

      Thor estava ali, indeciso. Ele não queria desobedecer a seu pai, mas tinha de falar com ele. Seu coração batia descompassado enquanto ele debatia isso. Ele decidiu que seria melhor obedecer, trazer as espadas e então, enfrentaria seu pai. Desobedecer abertamente a seu pai, não o ajudaria.

      Thor correu para dentro de casa, cruzou pela parte de trás para o galpão de armas. Ele encontrou as três espadas de seus irmãos, objetos de culto de todos eles, coroadas com os melhores punhos de prata.

      Ele correu para os seus irmãos, entregou a cada um uma espada, em seguida, virou-se para seu pai.

      “O quê! Não estão polidas?” Disse Drake.

      Seu pai virou-se para ele com desaprovação, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Thor falou.

      “Pai, por favor. Eu preciso falar com você!”

      “Eu lhe disse para polir.”

      “Por favor, Pai!”

      O pai o olhou de volta, vacilante. Ele deve ter visto a seriedade no rosto de Thor, porque, finalmente, disse, “E então?”

      “Eu quero me alistar com os outros… Na Legião.”

      Seus irmãos, atrás dele, caíram na risada fazendo com que seu rosto ficasse vermelho, ardendo de raiva…

      Mas seu pai não riu; ao contrário, sua carranca se fechou mais ainda.

      “Você quer mesmo?” Ele perguntou.

      Thor assentiu vigorosamente com um movimento de cabeça.

      “Tenho 14 anos. Eu sou elegível.”

      “A idade mínima é quatorze anos.” Drake disse com desprezo, por cima do ombro. “Se eles o aceitassem, você seria o mais jovem. Você acha que eles escolheriam você em lugar de mim, alguém que é cinco anos mais velho do que você?”

      “Você é um insolente.” Disse Durs. “Sempre foi.”

      Thor virou-se para eles e disse: “Eu não estou perguntando para vocês.”

      Ele voltou-se para seu pai, que ainda estava carrancudo.

      “Pai, por favor.” Ele disse. “Permita-me ter uma chance. Isso é tudo que eu peço. Eu sei que sou jovem, mas eu vou me pôr à prova ao longo do tempo.”

      Seu pai abanou a cabeça.

      “Você não é um soldado, rapaz. Você não é como seus irmãos. Você é um pastor. Sua vida está aqui. Comigo. Você vai cumprir com suas obrigações e cumpri-las bem. Ninguém deve sonhar alto demais. Abrace a sua vida e aprenda a amá-la.”

      Thor sentiu seu coração partir quando viu sua vida desmoronar diante de seus olhos.

      Não, ele pensou. Isso não pode ser verdade.

      “Mas, Pai!…”

      “Silêncio!” Ele deu um grito tão agudo que cortou o ar. “Já tive suficiente. Aí vêm eles. Fique fora do caminho e melhore suas maneiras enquanto eles estiverem aqui.”

      Seu pai se aproximou e com uma mão empurrou Thor para o lado, como se ele fosse um objeto que era melhor não ser visto. Sua palma corpulenta espetou o peito de Thor.

      Um grande estrondo se ouviu, os habitantes debandaram de suas casas, ganhando as ruas. Uma nuvem de poeira crescente anunciava a caravana, momentos depois, chegou uma dúzia de carruagens puxadas por cavalos, fazendo um barulho como o de um grande trovão.

      Eles chegaram à cidade como um exército repentino, parando perto de casa de Thor. Os seus cavalos, empinando no lugar, bufando. Levou muito tempo para que a nuvem de poeira assentasse. Thor ansiosamente tentava vislumbrar suas armaduras, suas armas. Ele nunca tinha estado tão perto do Exército Prata antes e seu coração batia acelerado.

      O soldado que cavalgava sobre o garanhão cor de chumbo desmontou. Ali estava ele, um membro real do Exército Prata, coberto com sua cota de malha com seus elos brilhantes, uma longa espada em seu cinto. Ele parecia estar na casa dos trinta, um homem de verdade, barba por fazer, cicatrizes no rosto e um nariz quebrado durante alguma batalha. Ele era o homem mais substancial que Thor já tinha visto – duas vezes maior do que os outros – com um semblante que indicava que ele estava no comando.

      O soldado saltou para a estrada de terra, as esporas tilintando quando ele se aproximou dos rapazes enfileirados.

      Rapazes de todas as partes da vila permaneciam atentos, expectantes. Juntar-se ao Exército Prata significava uma vida de honra, de batalha, de renome, de glória – juntamente com terras, títulos e riquezas. Representava a melhor noiva, a terra mais seleta,


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