Traída . Морган Райс
O corpo dele se dissolve bem na frente dos olhos de todos, desintegrando-se em uma nuvem de fumaça e então apenas um tufo, subindo no ar em direção ao teto.
Todos param e encaram Kyle.
Kyle levanta a Espada e dá um rugido. É um rugido de vitória.
Os vampiros sobreviventes, de ambos os lados da batalha, viram-se na direção de Kyle. Todos caem de joelhos, abaixando a cabeça, curvando-se até o chão. A luta havia acabado.
Kyle respira profundamente, assimilando tudo. Ele é o líder agora.
SEIS
Caitlin, incapaz de falar, se afasta rapidamente de Caleb e Sera.
Era muita coisa para ela processar de uma só vez. O que ela acabava de presenciar seria real? Como era possível?
Ela tinha pensado que conhecia Caleb tão bem, que eles estavam mais próximos agora do que nunca. Ela tinha certeza de que eles estavam juntos, que formavam um casal, e as coisas seriam assim para sempre. Ela tinha tido um claro vislumbre da vida que levariam juntos, e tinha estado certa de que nada poderia separá-los.
E agora isso. Nunca havia lhe ocorrido que poderia haver outra mulher na vida de Caleb. Como ele pôde esconder esta informação dela?
Naturalmente, Caitlin se lembrava de Sera de sua breve visita aos Claustros, mas Caleb havia insistido que não tinha mais sentimentos por ela, que tudo que havia existido, fazia parte do passado- centenas de anos atrás.
Então o que ela estava fazendo aqui? Especialmente agora, bem nesse momento? Durante o momento mais íntimo entre Caleb e Caitlin, quando Caitlin tinha acabado de despertar, completamente transformada, em uma verdadeira vampira, pelo próprio sangue de Caleb? Como é que ela sabia onde eles estavam? Será que Caleb a tinha convidado? Ele deve tê-la convidado. Mas por quê?
A dor progressivamente toma conta de Caitlin. Não havia como explicar isto. Ela sempre tinha tido receio de ficar vulnerável, especialmente para rapazes, exatamente por esta razão. Mas com Caleb, ela tinha se deixado levar, tinha confiado nele completamente. Ela havia se tornado mais vulnerável do que com qualquer outro rapaz com quem já tinha estado. E ele tinha conseguido magoá-la profundamente, mais profundamente do que ela podia acreditar ser possível.
Ela ainda não conseguia entender como pôde estar tão completamente enganada a respeito dele, como ela pôde ser tão burra, tão errada. Ela sentia como se todo seu ser estivesse se partindo em pedaços. Como seria a imortalidade agora, sem ele? Seria como uma sentença. Uma condenação eterna. Ela queria apenas morrer. E pior ainda, ela se sentia uma verdadeira idiota.
"Caitlin!" Caleb grita atrás dela, enquanto ela ouve seus passos a perseguindo. "Por favor, deixe-me explicar".
O que poderia haver para explicar? Obviamente, ele a tinha convidado. Estava claro que ele ainda gostava dela. E, é claro, o sentimento de Caleb por Caitlin não eram tão fortes quanto os sentimentos dela por ele.
Caleb a segura pelo braço, puxando-a, implorando para que ela vire e olhe para ele.
Mas ela se desvencilha. Ela não consegue suportar a sensação do seu toque.
Ela não quer nada com ele. Nunca mais.
"Caitlin!", ele grita. "Você não me deixa explicar?”.
Mas Caitlin não diminui o ritmo. Ela é uma pessoa diferente, um novo ser agora, e ela sente isso de mais do que uma maneira. Juntamente com sua recém-descoberta força vampira, também sente uma nova gama de emoções. Ela já pode sentir que suas emoções estão mais fortes do que tinham sido enquanto humana; muito, muito mais fortes. Ela sente tudo muito mais profundamente. Ela não se sente apenas deprimida, ela sente como se estivesse literalmente morrendo. Ela não se sente apenas traída, ela sente como se estivesse literalmente sendo esfaqueada no coração. Ela quer se desaparecer, fazer qualquer alguma coisa para parar a dor que dilacerava seu interior.
Ela atravessa todo o terraço e avança para dentro de seu quarto, batendo a porta de carvalho.
"Caitlin, Caitlin, por favor!" fala a voz abafada do lado de fora de sua porta.
Caitlin se vira e bate a porta.
"Vá embora!" ela grita, "Volte para a sua esposa!”.
Depois de alguns segundos, ela finalmente sente que ele parte.
Agora ela está sozinha. Apenas o silêncio.
Caitlin se senta à beira da cama em seu pequeno quarto, leva as mãos à cabeça e chora. Ela chora um choro contínuo e dilacerante. Ela sente que todos os motivos que tinha para viver lhe tinham sido subitamente roubados.
Caitlin ouve um gemido, e sente um leve toque em seu rosto, olhando para baixo ela vê Rose, esfregando o rosto contra o seu. Rose lambe as bochechas de Caitlin, tentando secar suas lágrimas.
Isso ajuda Caitlin a sair do transe. Ela acaricia o rosto de Rose, passando a mão por seu pelo. Rose pula no colo de Caitlin, ainda pequena o suficiente para fazê-lo, e Caitlin a abraça.
"Eu ainda tenho você, Rose," fala Caitlin, "Você não vai me deixar, vai?".
Rose se inclina para trás e lambe seu rosto.
Mas a dor é grande demais. Caitlin não podia se permitir ficar ali sentada por mais um segundo que fosse. Ela parecia estar prestes a atravessar as paredes.
Olhando para a enorme janela, ela vê o convidativo céu noturno, e, sem hesitar, coloca Rose no chão e pula para fora da cama, dando dois longos passos e saltando para a noite.
Ela sabe que suas asas brotariam, e a levariam para longe. Mas uma parte dela deseja que não o fizessem – deseja que elas lhe deixem na mão e permitam que ela despenque até a terra.
SETE
Samantha está acorrentada. Ela havia sido presa por vários vampiros que agarraram seus braços com brutalidade e a arrastaram pela enorme sala. O quarto tinha se tornado um matadouro. Onde quer que olhe, ela pode ver milhares de corpos de vampiros, membros do seu antigo coven, seu sangue agora formando uma enorme poça no chão, tendo sido cortados em pedaços por Kyle e sua maldita Espada. Aquela Espada tem poderes muito além dos que ela havia imaginado.
Mas no meio de toda aquela carnificina, centenas vampiros continuam vivos. Seguidores do Kyle, agora. E a cada minuto, mais dezenas deles entravam pelas portas abertas. Na verdade, a fila de vampiros ansiosos em declarar lealdade a Kyle parece não ter fim. Está claro que aquele era o coven dele agora. Com a morte de Rexius, quase não havia mais ninguém a quem declarar lealdade. E Kyle tinha ganhado este direito. Ele tinha dado um jeito de acabar com todos os vampiros que de alguma forma o tinham traído.
Centenas de vampiros tinham ajudado ele na batalha contra Rexius. Alguns eram realmente leais ao Kyle, embora alguns fossem simplesmente oportunistas. Outros simplesmente não gostavam de Rexius, e estavam apenas à espera de uma oportunidade.
Vampiros estavam surgindo vindos de covens de toda a cidade. As notícias se alastravam rapidamente no mundo dos vampiros e todos queriam fazer parte da próxima guerra. Independente de suas razões, este seria o exército de Kyle agora.
Agora que Kyle era líder, agora que ele tinha a Espada, era evidente que em breve haveria uma grande guerra, uma guerra diferente de qualquer guerra que todos os vampiros já haviam travado. Kyle era implacável e sentia um desejo por sangue, e mesmo aquela carnificina não o tinha satisfeito. Ele tinha um sentimento de rancor de que ele simplesmente não consegue se livrar. Todos os vampiros lá fora que já não tivessem se apressado em lhe declarar absoluta lealdade iriam pagar por isso. Junto com todos os inocentes seres humanos. Sua vingança se estendia interminavelmente, Samantha sabia, e a cidade de Nova Iorque logo seria seu brinquedo.
Eles arrastam Samantha bruscamente por todo aquele caos, até o centro da sala.
Kyle, agora sentado no trono de Rexius saboreando seu poder, carrega um sorriso maquiavélico no rosto, enquanto vampiros ajoelham-se para ele de todos os lados. Sergei, em pé ao lado de Kyle, bate seu cajado de metal no chão, três vezes.
Toda a sala,