Ameaça Na Estrada. Блейк Пирс

Ameaça Na Estrada - Блейк Пирс


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o avião pousou em Phoenix, Riley e Crivaro pegaram suas mochilas do compartimento acima das poltronas e caminharam pela ponte de embarque até o terminal. Cerca de vinte pessoas estavam esperando pelos passageiros do voo, mas foi fácil perceber quem estava lá para encontrá-los.

      Um sujeito de aparência robusta e rosto avermelhado estava acenando fervorosamente para Crivaro. Riley sabia que ele só podia ser Harry Carnes. A mulher igualmente robusta parada ao lado dele com os braços cruzados e a testa franzida devia ser a mulher de Harry, e não parecia feliz naquele momento.

      O homem recebeu Crivaro com um abraço forte, e Jake apresentou Riley ao casal. O nome da esposa era Jillian. Riley imaginou que eles tivessem a idade de Crivaro, ou talvez apenas alguns anos a mais.

      Por um instante, ela surpreendeu-se ao ver os dois usando camisetas, shorts jeans e sandálias. Riley e Crivaro ainda estavam com jaquetas e roupas para um inverno gelado.

      - Bagagens? – Harry perguntou.

      - Não, só as mochilas – Jake respondeu, segurando a sua.

      Harry riu e disse:

      - Bom, acho que você vai ter que se preocupar com isso em breve.

      Riley lembrou-se do que Crivaro havia dito durante o voo.

      “O clima no Arizona nessa época do ano é bem melhor do que em Virginia.”

      Ela definitivamente não estava preparada para o clima lá. Eles haviam saído com tanta pressa, que Riley não tivera sequer tempo de pensar nas roupas que levara. Perguntou-se se precisaria comprar algo novo. Seu orçamento com certeza não cobriria muitas peças.

      Talvez nem seja preciso, ela pensou. Se eles voltassem para Quantico logo, provavelmente as roupas de sua mochila seriam suficientes.

      Harry guiou-os até a praça de alimentação mais próxima, onde todos sentaram-se a uma mesa e pediram sanduíches para almoçar.

      Crivaro disse a Harry:

      - Estou aqui. Agora me conte tudo o que você sabe.

      Harry encolheu os ombros.

      - Eu não sei muito mais do que te contei pelo telefone. A mulher foi encontrada morta ontem em uma trilha perto de Tunsboro, uma cidade ao norte daqui. O nome dela era Brett Parma. Quando soube disso pelos jornais, fiquei curioso e liguei para o comandante da polícia de Tunsboro. Tive dificuldades para fazer ele falar, mas consegui tirar algumas informações. Ele mencionou alguns cortes nos braços da mulher—e também disse que ela sangrou até morrer antes que seu corpo fosse jogado na trilha. Depois, ele basicamente me disse para ficar longe da investigação dele.

      - O que é exatamente o que nós vamos fazer – Jillian comentou.

      Harry inclinou-se sobre a mesa, em direção a Crivaro:

      - Jake, eu senti algo muito estranho com isso tudo. Foi como se o assassinato de Erin Gibney, de um ano atrás, estivesse acontecendo de novo. Comecei a ter flashes de como eu tentei ajudar a polícia de Gladwin a solucionar o caso, e de como nós não conseguimos.

      Harry baixou os olhos e sussurrou:

      - Nós não chegamos nem perto de descobrir quem era o assassino.

      Jillian suspirou, infeliz, e disse a Crivaro:

      - Harry se sente culpado por isso. Ele diz que se tivesse solucionado o caso no Colorado, talvez esse outro crime não teria acontecido. Claro que isso é ridículo. Jake, você pode explicar isso para ele? Dizer que não faz sentido ele estar se sentindo assim.

      Crivaro olhou para Harry, tentando parecer simpático. Ele disse:

      - Jillian está certa. Você não pode se culpar por isso. Mesmo se houver uma ligação entre esses dois crimes—

      Harry interrompeu:

      - Jake, existe uma ligação. Eu tenho certeza.

      Riley pode ver a expressão de desconfiança no rosto de Crivaro.

      - Harry, eu já trabalhei em mais casos de homicídio do que você – Crivaro disse. – Eu sei o que é se sentir responsável por uma morte, o que é não conseguir pegar o assassino. Mas você não pode deixar isso te atingir. – Jake colocou uma mão no ombro do amigo. – Você não matou ninguém, Harry. Você não é responsável por isso. Não é sua culpa. Você está escutando o que eu estou dizendo?

      Harry suspirou profundamente, então disse a Jake e Riley:

      - Olhem, eu fui policial tempo o suficiente para saber disso. Nós nunca solucionamos tudo. Mas eu também trabalhei tempo o suficiente para saber que meu instinto geralmente está certo. Isso, esse último crime, está mexendo demais comigo.

      Ele colocou o sanduíche pela metade de volta no prato e o empurrou.

      - Estou feliz por vocês terem vindo até aqui investigar isso – ele continuou. – Isso me faz sentir muito melhor. Terminem seus sanduíches e vou levar vocês até Tunsboro.

      Jillian cutucou o marido no braço e disse, quase sussurrando:

      - Espere aí, Harry. Você não vai levar ninguém a lugar nenhum. Temos que voltar para o camping.

      Harry olhou para sua mulher, como se pedisse desculpas.

      - Calma, amor – ele sussurrou. – Não estamos com tanta pressa. E Tunsboro não fica tão longe daqui.

      - Eles podem alugar um carro – Jillian disse. – Lembre-se, nós temos um acordo.

      Harry parecia envergonhado. Riley imaginou o que estaria acontecendo entre eles. Ela viu que Crivaro parecia não saber o que dizer.

      Por fim, Jillian olhou para Jake e disse:

      - Harry não vai se meter nisso—seja lá o que for isso. Ele está aposentado. Está de férias. Não quero ele todo preocupado por conta da morte de Erin Gibney de novo. Ele sofreu com isso por meses. Achei que tudo já tinha ficado para trás.

      Harry assentiu, relutante, e disse a Riley e Crivaro, com um sorriso tímido:

      - Bem, vocês ouviram o que ela disse. Minha coleira é apertada. Eu queria poder ajudar vocês, mas é isso. Temos uma programação. Vamos para o sul, na Festa Nacional de Coronado hoje. Temos uma reserva no camping Riggs Flat.

      - E não vamos cancelar – Jillian acrescentou. – De jeito nenhum.

      Harry apertou a mão dela e disse:

      - Claro que não, amor. Mas temos tempo suficiente para levar esses dois até a delegacia de Tunsboro. Depois podemos voltar ao camping e pegar nossas coisas. É o mínimo que podemos fazer por eles, depois deles terem viajado até aqui.

      Jillian olhou para Harry com uma expressão dura.

      - Tudo bem—se você prometer que não vai mudar de ideia no caminho.

      Harry levantou a mão direita de um jeito estranho.

      - Prometo – ele disse, e beijou sua esposa rapidamente.

      Jillian sorriu e pareceu tranquila. Ela apontou o dedo para Crivaro e disse:

      - E você não tente fazer ele mudar de ideia!

      - Eu jamais faria isso – Crivaro disse, rindo.

      O casal parecia muito mais relaxado agora. Harry até pegou seu sanduíche novamente e, enquanto todos seguiam comendo, conversou sobre assuntos banais com Riley e Crivaro. De vez em quando, Jillian acrescentava detalhes ou o corrigia.

      Harry e Jillian haviam recém se tornado avós, e sua filha mais nova estava prestes a se casar. Como sempre, naquela época do ano, o clima no Colorado estava frio demais para o gosto dos dois. Então, assim como quase sempre faziam no inverno, o casal havia pego sua cabana e dirigido até o sudoeste, onde o clima era mais ameno, e estava dormindo de camping em camping.

      Harry mostrou a Riley e Crivaro, orgulhoso, uma foto de seu trailer—um veículo grande e branco. O homem


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