O Duque e a Filha do Reverendo. Barbara Cartland

O Duque e a Filha do Reverendo - Barbara Cartland


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imaginação, e muito menos um nome.

      −Tenho a impressão de que você deverá começar a frequentar os bailes realizados durante a temporada. Terá também que aparecer nos salões do Palácio Buckingham, quando as debutantes forem apresentadas.

      Ao ouvir o duque resmungar, o major prosseguiu, em tom mais sério:

      −Você sabe tão bem quanto eu que o tipo de mulher que deseja para Richard não será encontrado na Mansão Carlton ou no Pavilhão Real de Brighton. E certamente não será apresentado a ela por um sócio do White’s Club.

      −Pare de me aborrecer!− exclamou o Duque, irritado.

      −Acontece que estou falando a verdade− replicou o major−, e também aproveito a ocasião para fazê-lo compreender que a tarefa não será fácil.

      −Eu lhe pedi para ajudar-me. Você tem mais probabilidades do que eu de encontrar o tipo de moça que quero. Sabe perfeitamente que, se eu pensar em estudar a situação no mercado de casamento, as mamães ambiciosas se atirarão sobre mim tal qual uma alcateia de lobos!

      O major sabia que isso era verdade, pois, de todos os bons partidos, o mais importante e o menos provável de ser apanhado no laço era o Duque de Kingswood.

      Isso porém não impediria que cada mãe esperasse ansiosamente que ele se enrabichasse por uma de suas queridas filhas e a simples insinuação de que o Duque lançara o olhar numa determinada direção despertaria esperanças adormecidas, e, certamente, ele não teria nunca mais um só minuto de paz.

      −Já sei o que farei, Nolan− tornou a dizer o major−. Quando voltarmos a Londres, falarei com minha irmã. Ela é muito sensata e sua própria filha debutará no próximo ano.

      −Ela serviria para Richard?− perguntou o Duque.

      −Não creio. Jane é uma garota simpática, mas infelizmente saiu ao pai. Portanto, nada bonita.

      −Eu me pergunto se Richard estaria disposto a obedecer-me se eu tentasse pressioná-lo com um casamento− observou o duque pensativamente−. Afinal, se o pai dele ainda vivesse, a estas horas já estaria casado.

      −As moças modernas tornaram-se muito independentes−. ponderou o major−. Talvez seja o resultado da guerra. Há coisa de um mês, o conde de Thame contou-me que a sua filha mais velha recusou-se ter-minantemente a fazer um casamento excelente, e nada que ele pudesse dizer alteraria a decisão dela.

      O Duque riu e o amigo continuou.

      −Thame comentou: “Se isso ocorresse no tempo de meu avô ou mesmo no de meu pai, ela teria sido chicoteada e ficado a pão e água até concordar em fazer o que lhe haviam mandado. Mas hoje em dia as moças fazem o que querem”!

      −É, talvez seja a guerra, como você disse, mas sempre julguei que uma moça obedecesse aos pais e que suas idéias revolucionárias fossem reprimidas.

      −Você deverá conhecer minha sobrinha− disse o major, rindo−, Jane é uma intrépida caçadora a cavalo, bem como todos os filhos de minha irmã e se são corajosos para certas coisas, também o são para outras. Já ouvi Jane desafiar o pai muitas vezes.

      −É melhor você encontrar alguém mais maleável− apressou-se o Duque a dizer−. Conto com você, Bevil. Uma vez que Richard levará tempo para se recuperar, não conseguirá escapar nem das atenções nem das atrações de alguém que você arranje para ele.

      −Francamente, Nolan! Você está me incumbindo da mais impossível das tarefas− queixou-se o major Haverington−. Lembro-me ainda de que agiu assim quando chegamos à França e não havia mantimentos e os vagões de transporte encontravam-se a quilômetros de distância.

      −Creio lembrar-me também de que, após um protesto contra as praxes militares, dirigido ao seu oficial comandante, você fez o que lhe haviam ordenado e voltou com o gado que serviria de alimento.

      −Quase perdi a vida quando os requisitei do fazendeiro ao qual pertencia− replicou o major−, felizmente, nada parecidos com os franceses, os ingleses pagavam pelo que levavam.

      Do contrário, não estaria agora falando com você!

      −O que estou querendo evidenciar é que, quaisquer métodos que você usasse, era sempre bem-sucedido.

      −Ora, comprar algumas vacas velhas e uns porcos gordos é muito diferente de ter que arranjar uma esposa para Richard! E deixe-me dizer-lhe, desde já, que você não vai conseguir o que exige.

      −Por que diz isso?

      −Porque está pedindo o impossível!

      −O que está insinuando?

      −Que você quer uma moça que seja inocente, pura, atraente e inteligente, para fazer Richard esquecer-se de uma mulher sedutora, que enfeitiçou-lhe o coração e o espírito.

      −É um sumário bastante aceitável de minhas exigências− replicou o Duque−, pelo menos você sabe o que é preciso.

      −Com os diabos, Nolan! Procure-a você mesmo!

      Irritado, esporeou o cavalo e afastou-se, enquanto o Duque, sorrindo, seguiu-o. Esse sorriso, porém, era um tanto cético, pois sabia que estava realmente pedindo o impossível.

      Mesmo que Richard a desprezasse ou a detestasse, pelo modo como ela se comportara, isso não queria dizer que ele não mais a desejasse ou que o poder de Delyth sobre ele enfraquecera de tal forma que não mais a quisesse ver.

      Assim pensando, Nolan disse a si mesmo: ele conseguirá curar-se.

      Contudo, não se sentia tão confiante como se sentiria caso se tratasse de outra pessoa. Richard, que fora criado por pais apaixonados, era incrivelmente idealista.

      O Duque tinha certeza de que Richard devia ter escrito poesias para Delyth, e mentalmente a deveria ter comparado não só com Afrodite mas com todas as deusas do Olimpo.

      Não podia negar que ela era espirituosa e ao mesmo tempo, bonita, inteligente e muito versátil, mas, infelizmente, essa imagem era deturpada por um temperamento tão sensual quanto o de qualquer homem. Além disso, pureza de espírito ou de corpo eram palavras que não figuravam em seu vocabulário.

      Ao emparelhar-se com o major, disse:

      −Delyth não é a única mulher do mundo.

      −Graças a Deus!− foi a resposta veemente.

      Os dois amigos cavalgaram até que o sol começasse a esquentar. Logo em seguida viraram os cavalos para tomar o caminho de casa.

      Ainda estavam bem distantes de Kingswood quando vislumbraram a sua silhueta desenhada no horizonte, com os telhados e torres brilhando ao sol. As árvores viçosas, com seu verde primaveril, circundavam a mansão como a uma jóia.

      Ao vê-la, o major observou:

      −Várias vezes pensei que Kingswood é o que há de mais lindo em toda esta região.

      −Concordo com você− disse o Duque.

      −Ela é demasiadamente grande para um homem sozinho− continuou o amigo−. Deveria estar cheia de crianças… seus filhos, Nolan.

      O Duque continuou a cavalgar em silêncio. Seu amigo perguntava a si mesmo, como já o fizera tantas vezes, qual seria o segredo que levantara uma barreira entre Nolan e as mulheres que o perseguiam tão ardentemente e pensou que não era com Richard que deveria preocupar-se, mas com Nolan. Certamente, seria mais feliz se fosse casado.

      Aqueles pensamentos o surpreenderam, pois faziam supor que o Duque não fosse feliz e como poderia deixar de sê-lo, quando não só era dono de uma riqueza imensa mas possuía todos os atributos de homem?

      Não havia ninguém que montasse melhor, que guiasse uma carruagem com quatro cavalos com mais perícia, que o superasse ao atirar com uma pistola ou que pudesse esgrimir em pé de igualdade com profissionais.

      Além


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