Pickle Pie. George Saoulidis

Pickle Pie - George Saoulidis


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href="#u4b455cff-1a89-5c91-9406-ae04aaeb1f52">GOTA SESSENTA E UM

       GOTA SESSENTA E DOIS

       GOTA SESSENTA E TRÊS

       GOTA SESSENTA E QUATRO

       Final

      Pickle Pie

      Ver 2.0.6

      George Saoulidis

      Copyright © 2018 George Saoulidis

      Publicado por Tektime

      Traduzido por Aida Carvalho

      Todos os direitos reservados.

      Imagem da capa Copyright © João de Souza Antunes Jr AKA Antunesketch

      GOTA UM

      Patty foi atingida e seu corpo ficou completamente paralisado.

      Ela odiava ser atingida, e aquela espada longa estúpida não oferecia proteção alguma. Ela preferia espada e escudo, ter algo para bloquear, algo para cobrir seu corpo. Mas o treinador estúpido a forçou a usar essa arma inútil.

      “Uma Pinup Girl caiu, e parece que mais estão prestes a seguir pelo mesmo caminho,” disse o comentarista.

      A adversária que a acertou com sua própria espada longa, Echidna era o nome dela, partiu para rasgar mais uma companheira de equipe, depois sua Qwik. Oh, ela bloqueou bem, ambos os braços juntos cobrindo seu corpo, mas a força do golpe a fez tropeçar para trás, deixando-a vulnerável para outra jogadora, Hydra. Hydra era uma Chain e podia alcançar uma longa distância, então tudo o que ela precisava era de uma abertura. Ela foi em frente, seu braço cibernético como um monte de cobras se contorcendo ao seu lado, estendendo-se como um chicote, mandíbulas estalando.

      A Qwik também caiu, sangrando. Ela se ajoelhou em uma poça crescente de sangue cor-de-rosa, sua panturrilha mordida, paralisada.

      A cabeça de Patty estava em um ângulo estranho e tudo que ela podia fazer era voltar seus olhos para a ação. As Beasties passaram pelo resto de sua equipe, o tambor batendo, devagar, tão lento.

      A Qwik das Beasties, uma mulher pequena e ágil chamada Gorgon, tinha o crânio e estava indo em frente, correndo para marcar.

      “E a Qwik das Beasties vai para o crânio final. Lá vai ela, meio displicente, já que a partida está praticamente terminada. Acabado, como Acabamento Anglet para madeira, o melhor verniz de acabamento que o dinheiro pode comprar.”

      Batida de tambor, a batida final.

      Patty voltou a sentir todo o seu corpo novamente, os dedos das mãos e dos pés formigando, mas não havia tempo para se recuperar. Ela cambaleou na direção da Qwik, desviou de uma cobra, deslizou os últimos metros ajoelhando-se no chão e acertou Gorgon na perna. Ela ajoelhou-se e deixou o crânio cair, chutando-o sem querer.

      Echidna chegou até ela, sua espada longa numa enxurrada de golpes. Patty mal conseguiu aparar o golpe e ouviu o tambor bater novamente.

      Gorgon estava prestes a se recuperar. Patty fez uma finta que, se bem sucedida, lhe daria uma janela de oportunidade.

      Echidna deixou-se enganar. Ela deu um passo para trás, esquivando. Patty brandiu sua espada longa e em vez de atacá-la, acertou a Qwik inimiga novamente, desta vez no pescoço.

      Seu movimento foi tão rápido que a atingiu com bastante força.

      Algo estalou.

      “Oh, que golpe de Patty Roo! Foi intencional? Porque se foi, foi bai-xo.”

      Gorgon ficou paralisada novamente. A Qwik de Patty se recuperou e foi atrás do crânio, mancando. Um rastro cor-de-rosa atrás dela.

      “E nós ainda temos a Qwik das Pinup Girls, ela simplesmente não desiste, não é?”

      “Bem, afinal de contas, é o jogo decisivo para a fase preliminar do torneio. As garotas estão dando tudo de si,” respondeu o segundo comentarista.

      Patty colocou seu corpo no caminho de sua oponente. “Sem escudo, merda,” ela sussurrou. Ela fez o melhor para cobrir sua Qwik.

      Echidna deu um passo à frente, seu movimento foi um golpe incrivelmente rápido, sua espada longa direto nas costelas da Qwik. Ela se dobrou e se ajoelhou, desta vez tanto de dor como da paralisia.

      Estava tudo acabado.

      Patty olhou para trás, para sua companheira de equipe. Ela não iria se recuperar, não importava quantos estimulantes ou bolsas de sangue ela pudesse receber.

      Distraída, Echidna a atingiu no tronco.

      Crack.

      Outro golpe no braço.

      “Falta! O juiz está ficando louco com isso, mas Echidna não parece se importar.”

      Outro no rosto. Patty cuspiu sangue cor-de-rosa, os lábios quase incapazes de se mover sob a paralisia.

      “Que finalização de Echidna! Finalizando a partida para as Beasties, mas a um preço muito alto realmente. Os médicos estão entrando rapidamente agora, as coisas não parecem boas para a Qwik das Beasties. A percussão parou e Gorgon ainda não está se movendo, pessoal. Podemos já ter uma baixa tão cedo no torneio.”

      Patty observou os médicos como um sonho, petrificada. Eles imobilizaram o pescoço de Gorgon, levantaram-na em uma maca, levaram-na embora.

      Um rastro de sangue cor-de-rosa pingando pelo lado de sua boca.

      Uma Beastie, claro. A inimiga, claro. Mas ela nunca quis machucar ninguém.

      “E nós temos os exames preliminares, ela vai sair dessa, gente! Apenas uma lesão na coluna vertebral. Gorgon está fora de jogo, possivelmente para sempre. Uma das Qwiks mais rápidas já vistas no Cyberpink, com um saldo de 452 crânios no monte. Irão as Beasties se recuperar desse sério golpe tão cedo no torneio?”

      Um ruído veio dos assentos ao redor do estádio. Vaias para Patty Roo. Muitas e muitas vaias.

      Os joelhos de Patty cederam, a adrenalina baixou, os estimulantes seguiram seu curso resultando em uma marca de mijo bem cara. Elas haviam perdido.

      Ela viu os médicos sobre sua cabeça e depois tudo ficou escuro.

      GOTA DOIS

      “O que eu devo fazer com isso?” Hector disse, empurrando o pen drive de volta.

      O cliente estava inquieto, para dizer o mínimo. Ele continava lambendo os lábios, coçando o cotovelo até sangrar, e apenas metade desse comportamento era devido ao abuso de substâncias. “Vamos, cara, é uma garantia. Eu vou pagar o resto assim que eu tiver lucro. Eu tenho uma informação privilegiada, cara. Eu tenho uma dica.”

      Hector recostou-se na cadeira e suspirou alto. Ele nunca ficava sentado quando havia um cliente presente em sua loja, mas Diego não era mais um bom cliente. Um cliente de longa data, claro, mas bom?

      Nah...

      Ele pegou uma peça de armadura e continuou trabalhando nela para manter as mãos ocupadas enquanto o viciado se desculpava e continuava falando sobre como finalmente conseguiria sua grande pontuação e quitaria suas dívidas.

      Ele consertou uma falha na axila, o cliente havia se queixado de que ela havia fincado em sua pele e o deixado desconfortável. Armaduras personalizadas eram sua especialidade, então ele simplesmente pegou suas ferramentas e consertou. Sim, ele correu os dedos na curva,


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