A Insensatez. Amanda Mariel

A Insensatez - Amanda Mariel


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anula o fato de que ele passou os últimos quinze anos ignorando o nosso compromisso. Nem eu nem a minha família recebemos qualquer notícia dele ou sobre ele. Eu vim a acreditar que era livre.

      – Talvez ele tivesse uma boa razão? – Juliet disse, o otimismo brilhando em seus olhos azuis.

      – Vocês duas sabem que não desejo me casar com ninguém… jamais. E agora – Olivia soltou um profundo suspiro – agora estou mais uma vez subjugada. Não posso suportar. Não suportarei. Vocês precisam me ajudar.

      Emma pegou a mão de Olivia na dela e lhe deu um sorriso tranquilizador.

      – Então ajudaremos, tanto quanto pudermos.

      – Oh, eu sei. Vamos até a feira. – Juliet as olhou com um sorriso animado, quase saltando no assento. – Foi me dito que há uma mulher lá que lê a sorte. Você pode ir vê-la e talvez ela lhe diga o que fazer.

      Olivia se animou com a ideia e sorriu para a amiga.

      – Ao menos ela poderá me dar algum rumo.

      Juliet sempre tinha acreditado nessas coisas, enquanto Emma chamava tudo isso de pura bobagem. Olivia não tinha opiniões fortes sobre o desconhecido, mas acreditava que algumas pessoas eram abençoadas com intuições e habilidades únicas.

      Ela acreditava que era possível que a vidente pudesse lhe dizer algo útil, ao menos estava disposta a reservar a sua opinião para depois de ver a mulher. Será que doeria?

      – Talvez – Emma soltou a mão de Olivia e suspirou – embora seja mais provável que ela lhe dê nada mais que alguns momentos de diversão.

      Por alguns segundos, Juliet olhou feio para Emma e então sacudiu a cabeça.

      – Você não precisa ser sempre tão séria.

      – Você sabe muito bem o que eu acho dessas coisas. Eu só não quero que Olivia crie esperanças. – Emma ficou de pé. – Vamos então?

      Juliet ficou de pé e então envolveu o braço no de Olivia e se aproximou.

      – Ignore-a, não há nada errado em ter esperança.

      Olivia deu um leve sorriso não querendo estragar a animação de Juliet, mas sabia que o aviso de Emma tinha o seu mérito. Passou o braço pelo de Emma e deu um leve apertão.

      – Não importa qual seja o resultado de tudo isso, obrigada, vocês duas.

      Enquanto elas saíam do salão, o coração de Olivia batia com força, um misto de pressentimento e animação estava causando um nó em seu estômago. Até mesmo se a vidente não dissesse nada bom; nada útil, diga-se de passagem; Olivia escaparia do futuro que estava sendo imposto a ela.

      Tinha que escapar. Não se conformaria com qualquer outro resultado.

      A feira estava em alvoroço com toda a nobreza local e os aldeões. O coração de Olivia saltava livre no peito enquanto ela e as amigas iam em direção à multidão em busca do carroção da vidente. Não tiveram que ir muito longe, pois logo a encontraram.

      Olivia experimentou um momento de hesitação enquanto estava de pé na frente do carroção multicolorido com as amigas ao seu lado. E se a vidente não tivesse nada de bom a dizer? Olivia poderia esquecer o que ela dissesse e seguir em frente? Ou as palavras martelariam em sua cabeça, não importa os seus esforços? Talvez fosse melhor não saber.

      Uma mulher de cabelos escuros com olhos castanhos e profundos apareceu na porta.

      – Não se delongue, criança – disse ela enquanto dava um passo ao lado para permitir que elas entrassem.

      Juliet cutucou Olivia, fazendo com que ela se movesse. Ela deu alguns passos inseguros e então subiu as escadas que levavam ao veículo. Juliet e Emma foram logo depois.

      – Sentem-se. – A vidente apontou para um banco de veludo brilhante.

      Juliet fez um gesto de encorajamento para Olivia enquanto Emma lhe dava um leve sorriso.

      Olivia foi até o banco e se sentou. Emma e Juliet sentaram-se ao lado dela, os quadris pressionados um no outro para que todas coubessem lá.

      A vidente se sentou no banco em frente ao delas. Havia uma mesinha as separando e um baralho de cartas estava perto da mulher.

      – Eu sou a madame Zeta, e você quem é? – Ela sorriu, as bochechas sardentas se erguendo com o movimento.

      – Olivia. – Ela pigarreou e disse – Lady Olivia Montague. – Ela olhou ao redor do interior multicolorido do carroção. Era diferente de tudo o que já tinha visto, embora tenha achado alguma coisa ali convidativa. A tensão em seus músculos diminuiu enquanto ela voltava a prestar atenção em madame Zeta.

      – Presumo que a senhorita esteja aqui para ter a sua sorte lida?

      Olivia hesitou por um segundo. Fez que sim, então enfiou a mão dentro da retícula e pegou três xelins.

      – Sim, por favor.

      A dama de pele cor de mel avançou e Olivia deixou as moedas caírem na palma da mão dela.

      Madame Zeta se virou guardando os xelins em uma caixinha ao seu lado.

      – Muito bom. – Ela avançou mais uma vez. – Dê-me a sua mão.

      Embora o pulso de Olivia tivesse acelerado, ela não hesitou enquanto virava a mão e a colocava sobre a de madame Zeta. Algo naquela mulher a deixava à vontade. Talvez fosse o olhar cálido ou a inteligência que havia ali? Seria o sorriso bondoso da vidente?

      Madame Zeta examinou a palma da mão de Olivia, então passou um dedo escuro por algumas das linhas. Sentiu um arrepio quente, mas permaneceu firme e calada.

      – Seu caminho está bem definido, mas não tanto que não possa ser alterado. – O olhar de madame Zeta ficou fixo na palma da mão de Olivia enquanto falava. – Todos temos um caminho a seguir. O caminho da vida. Isso nos mantém firmes, aconteça o que acontecer.

      Olivia mordiscou o lábio inferior enquanto esperava que a mulher dissesse mais.

      – A senhorita está diante de uma encruzilhada. – Madame Zeta olhou nos olhos de Olivia.

      Olivia conseguiu engolir apesar da secura que sentia em sua garganta.

      – Sim.

      – É uma questão do coração – madame Zeta disse, um brilho de sabedoria piscou em seus olhos.

      Olivia não pôde mais que assentir com a cabeça enquanto olhava para a mulher intrigante.

      Madame Zeta envolveu a mão de Olivia com os dedos e a apertou levemente.

      – O amor chegará nas asas da insensatez. A escolha que fizer determinará a sua fortuna, criança. Cuidado com as decisões precipitadas.

      Olivia olhou para madame Zeta, tentando decifrar o significado de suas palavras, mas elas simplesmente não faziam sentido. Soltou um suspiro exasperado e perguntou:

      – O que isso significa? O que eu devo fazer?

      Madame Zeta soltou a sua mão e Olivia, de repente, sentiu um arrepio de frio.

      – Isso é você quem decidirá.

      – Mas…

      Madame Zeta balançou a cabeça e então se levantou.

      – Ninguém mais pode fazer a sua caminhada, criança.

      Olivia olhou para ela com milhares de perguntas percorrendo sua mente. Com certeza havia algo que a mulher pudesse lhe dizer. Ela poderia dar algum tipo de orientação.

      – Por favor? – Olivia perguntou com mais desespero do que pretendia.

      – Não posso predizer mais nada, criança.

      Emma ficou de pé e pegou o braço de Olivia, dando um leve puxão.

      – Vamos embora.

      – Vamos sim. – Juliet ficou de pé em um salto, com um enorme sorriso nos lábios.

      Olivia


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