Atração. Amy Blankenship
aumentar as apostas.” Damon espetou os seus lábios nos dela, mostrando-lhe a diferença no beijo que ela lhe tinha dado e no que ele precisava. Certificou-se de que seria um que ela se recordaria nas próximas noites. Damon estava pronto para que ela o afastasse ou lutasse para se libertar dele. Quando ela não fez nenhum dos dois, ele intensificou o beijo sentindo a sua própria cabeça acelerar. Para seu espanto, ela estava a beijá-lo de volta e com a mesma paixão.
Sentindo-se como se ela tivesse virado as costas à sua punição, terminou o beijo tão depressa como o instigou e afastou-se dela… desta vez, empurrando a maldita da mala para cima de si. Voltando-se, começou a descer as escadas, duas de cada vez, deixando-a ali especada e desnorteada.
Alicia levou um momento para reaprender a respirar. Não tinha sido capaz de se afastar quando ele a beijou tão exigentemente… queria mais. Ainda queria mais. Raios partam. Quem lhe tinha dado o direito de a excitar daquela maneira e depois deixá-la assim? Esfregando a têmpora, deu-lhe o benefício da dúvida. Se ela estivesse no cio… poderia um vampiro senti-lo?
“Não,” ela respondeu à sua própria pergunta. Era uma coisa de transmorfo. Tinha a certeza.
Damon já estava na sala de estar a relaxar no sofá ao lado de Michael quando Alicia tomou coragem para descer as escadas. Ou, pelo menos, ele fez parecer que estava a relaxar… não que ela estivesse a olhar. Ela desviou o olhar quando ele lhe deu aquele maldito sorriso e virou a sua atenção para Micah que estava sentado na enorme poltrona de dois assentos. Estava a inclinar-se para a frente, perdido na conversa com Michael.
Micah olhou para cima quando Alicia se aproximou da sala. “Ouvi dizer que assumiste missões suicidas como passatempo. Sabes, só estive fora umas duas semanas.” Bateu na almofada ao seu lado e deslizou o braço pelos ombros de Alicia quando ela se sentou. Depois do que Michael lhe tinha dito, perguntou-se quem é que tinha estado em maior perigo… se ele ou Alicia.
Alicia assentiu com a cabeça, tentando manter o seu olhar afastado de Damon. Olhou na direção de Michael e sentiu as borboletas a voarem-lhe no estômago. Finalmente decidiu: dos vampiros, Kane era o mais seguro… embora duvidasse que alguém concordasse com ela.
“Devo aos três um enorme obrigado.” Tentou não hesitar quando sentiu o olhar de Damon. Sentindo um toque vingativo, deu-lhe um sorriso lento, deixando-o a pensar no que ela faria. Rapidamente percebeu quem ganharia o jogo dos olhares e voltou a sua atenção para o que Michael estava a dizer ao irmão.
“A cidade neste momento é perigosa,” indicou Damon. Ele salvou-a três vezes, embora ela só soubesse de duas delas. Acrescentando os salvamentos de Michael e Kane à lista, eram cinco mortes evitadas nas últimas duas semanas. De repente, achou que não era muito seguro sair do lado deles.
“Concordo,” Micah deu de ombros sentindo a proteção de Damon. Michael tinha-lhe informado que Damon era seu irmão e que tinha-se oferecido para ajudar. Quando o questionou sobre a dentada no pescoço de Alicia, Michael confirmou que tinha acontecido durante um ataque atrás do Moon Dance. Isso ainda não queria dizer que confiasse em Damon. Algo no seu sangue lhe dizia que o vampiro era uma ameaça.
Apertando o braço à volta de Alicia e rezando para que estivesse a tomar a decisão certa, Micah dirigiu a sua atenção para o dono da casa. “E é por isso que espero que a Alicia possa ficar convosco por mais algum tempo. Neste momento, este é o lugar mais seguro para ela.”
Era incrível como um simples pedido poderia mudar o ambiente de uma sala inteira.
“O quê?” Alicia encolheu-se, afastando-se dele. Como podia ela dizer ao irmão que, neste momento, aquela casa era provavelmente o lugar mais perigoso do mundo para ela… quanto mais esta cidade?
Damon arqueou uma sobrancelha na esperança de estar a preparar-se para ver uma horrível separação. De qualquer forma, ele era um idiota. Que homem no seu perfeito juízo deixaria a namorada numa casa cheia de homens? Isso mesmo, ele ficaria feliz em atirar o idiota pela porta da frente… ou pela janela. O que quer que fosse mais conveniente… ou o que estivesse mais próximo.
Sentindo-a afastar-se de si, Micah estendeu a mão e agarrou-a pelos ombros, fazendo-a virar-se para ele. “Alicia, sabes que te amo com todo o meu coração, mas pensa por um momento.” Ignorou o rosnado que vinha do sofá. “Acabámos de atacar os lobisomens e matámos o alfa deles. Qualquer pessoa que seja burra o suficiente para se vingar, virá atrás da nossa família. Além do mais, o Michael disse-me que já foste atacada por monstros.”
Alicia lançou um olhar rápido de ‘obrigadinha’ a Michael e depois voltou-se para Kane quando ele abriu a sua grande boca.
“Pareces um íman para os sem alma,” acrescentou Kane, tentando não rir em voz alta do facto de Damon estar a contar as formas como podia matar Micah sem que ninguém soubesse. O pobre do puma não fazia ideia do problema em que se tinha metido. Sabendo que Damon o faria, decidiu largar a bomba. “Talvez queiras escutar o teu irmão neste caso.”
Alicia rosnou para Kane e depois aproveitou o tempo para lançar a Damon um olhar ameaçador, desafiando-o a pôr a valer os seus dois cêntimos. Quando Damon lhe deu um sorriso lento e quase perverso, ela sabia que ele podia acabar com ela. Voltou-se rapidamente para Micah sem dar tempo suficiente a Damon para falar: “Se estamos em tanto perigo, então talvez devêssemos ir embora juntos e não dizer a ninguém para onde vamos.”
Micah franziu a testa para Alicia apertando-lhe os braços por um instante, sabendo que alguma coisa lhe estava a escapar. Procurou o rosto dela e voltou a notar que os seus olhos estavam excessivamente brilhantes. Soltando-lhe os braços, pressionou as costas da mão sobre a testa dela, estreitando o olhar.
Alicia afastou a mão dele, sentindo-se derrotada e envolta num mundo de problemas. A última coisa que ela queria fazer era insinuar que ele fugia de alguma coisa. Era uma coisa que Micah jamais faria e ambos sabiam disso. Se tivesse descoberto porque é que ela estava… demasiado quente, então teria sorte de ver a luz do dia por meses.
“Fico com uma condição,” ela admitiu.
“Qual?” Micah ergueu uma sobrancelha.
“No Night Light, o Quinn pôs os guardas atrás de mim ao ponto de eu ter de me disfarçar para poder sair do clube sem ser seguida. Se ficar aqui, entro e saio quando quiser… nada de babysitters.” Manteve a voz firme. “Não sou nenhum bebé.”
“Não, não és,” Micah sorriu e depois voltou-se para olhar para Michael para a confirmação.
“Concordo,” Michael assentiu com a cabeça. “Se é liberdade que ela quer, então ela tê-la-á enquanto estiver a viver aqui.”
Damon manteve a boca fechada porque não concordava com a quantidade de liberdade, mas ninguém tinha de saber desse pequeno facto. Inalou lentamente, deixando sair a maior parte da tensão agora que ela não se ia embora e o homicídio estava fora da lista. Irmão… Micah era seu irmão.
O telemóvel de Michael vibrou quando chegou uma mensagem. Ao lê-la, olhou para Micah. “Parece que a tua irmã não é a única artista foragida entre nós.”
Capítulo 4
O beco ficou um pouco mais escuro do que o resto da cidade e Misery desceu sobre ele para verificar a fenda na parede dimensional que tinha criado com o sangue de Kane. Ela gostava do facto dos humanos não a verem, embora tivesse a certeza que alguns com um sexto sentido mais apurado evitariam o beco.
Deixando a escuridão implodir, avançou, escolhendo a forma de uma criança enquanto se ajoelhava ao lado da abertura. Não se atreveu a tocar nela com medo que a arrastasse através da barreira, mas agora podia sentir os demónios a reunirem-se do outro lado. Aqueles demónios conseguiam ver a fenda e era esse o propósito da sua criação. Misery deixou que alguma da sua própria maldade deslizasse do seu corpo em forma de tentáculos de fumaça e ria-se enquanto a via penetrar a fenda.
Dentro de instantes, aconteceu a mesma coisa, mas desta vez, ao contrário. As costas de Misery se arquearam e os seus olhos ficaram vermelhos como o sangue quando a escuridão serpenteou, subindo pelo seu corpo e depois afundando-se na sua aura. O outro