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parou quando viu um clarão de movimento pelo canto do olho.

      Antes que ela pudesse piscar os olhos, Toya estava entre ela e o santuário. Ele estava a olhar para ela assustadoramente através da franja perdida que caíra para proteger os seus olhos, cabelos e roupas ainda a temer por causa da aterragemtão rápida.

      Por que ele podia fazer as coisas mais estranhas e o seu corpo inteiro se iluminava como se uma onda de choque elétrico passasse por ele. O punhado de borboletas a flutuar no estômago dela parecia entrar em frenesim de acasalamento. Ela não sabia o que dizer ou fazer, então ficou parada tentando ler a sua expressão. Ela podia ver todos os tipos de emoções, tudo, desde culpa até raiva … até uma pitada de depressão.

      Finalmente encontrando a sua voz, embora parecesse assustada até para os seus próprios ouvidos, ela disse:

      –Eu … Toy-ya?

      Os olhos dela se arregalaram quando o rosto dele apareceu e os olhos dele fixaram nos dela.

      Kyoko não quis dar um passo atrás, mas ela fez isso sem pensar. Quando ela percebeu com os olhos semicerrados ao vê-la afastar-se dele, ela encarou-o. Timidamente, ela deu um passo em frente para que ele soubesse que ela não tinha medo dele.

      Toya observou-a em silêncio, sentindo medo nela. Quando ela se afastou dele, viu que ele estava com raiva o suficiente para que ele realmente sentisse o seu sangue a ferver. Ele esperou para ver o que ela faria e acalmou-se quando ela se aproximou novamente, recuperando a distância que havia criado. Ele não quero que ela o temesse.

      – Kyoko. – disse sua voz era firme e severa – sabes que eu nunca te magoaria.

      As mãos dele fechadas em punhos ao lado do corpo.

      – Eu sei que sabes disso. – disse com uma voz exigente.

      Kyoko mordeu o lábio inferior, ouvindo a tensão na sua voz. Sim, ela sabia que ele não a magoaria de propósito … mas ela também se lembrava do fato de Hyakuhei ter feito algo ao sangue dele que o tornava extremamente perigoso quando irritado. Respirando fundo, ela começou a caminhar lentamente na sua direção.

      – Onde estavas?

      Toya podia ouvir preocupação na sua voz e os seus olhos arregalaram-se, imaginando o que responderia. Ela esteva preocupado com ele? Ele pensou que ela o odiaria depois do que ele havia feito. Ele ficou doente só de pensar nisso.

      – Como está … Shinbe? – cerrou os dentes ao proferir o nome dele.

      Kyoko franziu a testa:

      – Ele vai viver. Mas vai demorar um pouco para ele estar bem o suficiente para vir de volta. Eu nem tive a chance de perguntar o que aconteceu, então por que não me contas? Porque… fizeste isso?

      A sua voz parou por um momento e então ela sussurrou:

      – Suki e os outros pensaram que ele estava morto.

      A sua voz elevou alguns pontos, tornando-se acusadora:

      –Poderias ter pelo menos lhes dito onde ele estava.

      Ela olhou para trás para a estátua da donzela, evitando o seu olhar. A crueldade dos seus olhos era demais para ela aguentar agora.

      Toya sentiu frio e calor ao mesmo tempo. O sentimento em si era perturbador. Tudo o que ele conseguia pensar era a questão que ela o odiaria, e essa era a única coisa que ele não podia lidar. E pensar que ela estava sozinha com Shinbe no seu tempo também era demais para ele engolir.

      Especialmente depois das coisas que o seu irmão havia dito. Era a mesma coisa que ameaçá-la.

      Kyoko observou as emoções a mudar nos seus olhos dourados, agora escurecendo com os pensamentos dele. Ele estava a sentir uma calma de morte, o que estava a começar a assustá-la. Ela deu alguns passos, como se quisesse dar a voltar para o santuário, mas ele moveu-se para bloqueá-la e isso agitou-a ainda mais.

      – Olha, se não vais dizer nada, eu vou voltar para verificar os estragos que fizeste com o teu irmão Shinbe. – gritou com ele.

      Toya não aguentou. Num piscar de olhos, ele tinha-a, segurando-a presa nos seus braços, todos os seus instintos a dizerem-lhe para não deixá-la entrar no coração do tempo … de volta aos não-confiáveis guardiãos.

      – Kyoko, espera. – disse com a sua voz ainda um pouco dura que ele tentou amolecer quando a sentiu endurecer contra ele. – Kyoko, não sabes por que brigamos. Não sabes o que ele disse. Não podes confiar nele. Eu não confio nele. Ele mudou, e eu não gosto.

      Kyoko sentiu os braços dele apertarem ao redor dela e ela sabia que ele estava a falar a sério. Toya nunca mentiu para ela … mas simplesmente não fazia sentido. Ela tentou recostar-se nos braços dele para ver os seus olhos.

      – O que queres dizer? Ele é o mesmo de sempre.

      Toya rosnou baixo e disse:

      – Não, Kyoko, ele escondeu isso de ti. Há algo nele e não sei o que é, mas posso sentir. Ele está a esconder alguma coisa.

      Toya esperava que ela ouvisse as suas palavras e não apenas que pensasse que ele estava a dar uma desculpa para espancá-lo.

      Kyoko franziu a testa. Ela havia notado pequenas coisas sobre Shinbe. Mas para ela, as mudanças não haviam ocorrido. Tinha sido mau, mas sabia que Toya tinha instintos muito bons, e não podia apenas descartá-lo completamente.

      Só para ter certeza disso, ela suspirou:

      – Não estás apenas a dizer isso por causa do beijo, estás?

      Ela sentiu o peito de Toya a vibrar contra ela.

      – Aquele beijo. – Toya rosnou e estendeu a mão para agarrar o queixo na mão dele, trazendo o seu rosto para perto dele. Havia uma pergunta que o estava a incomodá-lo.

      – Kyoko, porque o beijarias por te salvar, e não a mim? Eu não entendo.

      Os seus olhos baixaram para os seus lábios amuados e antes que ela pudesse rejeitá-lo, ele pressionou os seus lábios nos dela, sentindo pela primeira vez os seus lábios sedosos contra os dele.

      Quando ela se engasgou com o ataque repentino nos seus sentidos, Toya aprofundou o beijo, procurando a reação dela. Ele podia ouvir o batimento cardíaco dela acelerar e também podia sentir o corpo dela a ficar cada vez mais quente.

      Kyoko estava a receber o beijo que ela sempre quis, mas em algum lugar no fundo de sua mente, ela não podia deixar de pensar que era pelas razões erradas. Ele estava a beijá-lo porque Shinbe já o tinha feito? 'Não, isso estava errado.' Ela pressionou contra o peito dele por mais razões do que apenas falta de ar.

      – Espera Toya. – disse ela ofegante. – Pára, eu não consigo pensar.

      Toya sorriu, relaxando os braços, mas não a soltando. – Isso é uma coisa boa, Kyoko.

      Ele sentiu algo com o beijo, e isso fê-lo sentir-se melhor sabendo que ela também o beijava de volta. Talvez ele afinal, não a perdera para Shinbe. Lembrou-se da ameaça que Shinbe disse quando o provocara.

      – Shinbe não deve ser totalmente confiável. Prefiro que fiques aqui comigo e deixes a tua família cuidar dele por enquanto. – disse com os seus olhos a atraírem os dela num apelo silencioso.

      Kyoko franziu a testa.

      – Não, eu tenho que voltar. Ele só acordou alguns minutos antes de eu vir aqui para que vocês soubessem que ele ficaria bem. – A culpa tomou conta dela – Além do mais, eu sinto que é minha culpa que vocês tenham lutado, e então eu vou cuidar dele até que ele melhore, e eu vou trazê-lo. – Os olhos dela semicerraram. – E temos que nos dar bem se quisermos encontrar o resto do talismã.

      Ela colocou um dedo no peito dele e finalmente deu um passo para trás, fora do círculo dos seus braços.

      – Isso significa que não há mais brigas. Entendes? Quase o mataste.

      Os olhos dela procuraram os dele pela verdade.

      – Então


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