Cativeiro. Brenda Trim

Cativeiro - Brenda Trim


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de verão, e ela tomou um grande gole, aproveitando a sensação gelada. Bart pegou um pequeno quadrado de queijo e um biscoito, e os colocou na boca. Liv interpretou isso como uma deixa e fez o mesmo.

      — Nem pensei em nadar. Acho que usei a piscina duas vezes desde que me mudei. Você sabe que pode usá-la a qualquer hora, esteja eu disponível ou não. Mi casa es su casa — proferiu ele, enquanto enfiava uma uva na boca.

      Patricia colocou dois pratos na bancada antes de sair da cozinha.

      Patricia tinha uma elegância que exigia respeito. Portava o título de chef na casa de Bart, mas poderia facilmente ser a dona da casa, com sua graça e porte. E sua paixão por estilo era impressionante. Cada vez que Liv ia àquela casa, Patricia estava vestida como se fosse a uma festa chique. A escolha daquele dia havia sido um terninho verde esmeralda com uma blusa rosa-clara, o que fez seus olhos parecerem ainda mais verdes.

      Um aroma delicioso chamou a atenção de Liv, e ela olhou para os dois pratos. Salmão grelhado em cima de uma salada mista de verduras era o prato principal. O cheiro era divino. Liv adorava visitar Bart porque tudo ali era o que havia de melhor. Não poupar despesas parecia ser a regra de ouro na mansão do governador. Empurrando o prato de queijos para mais perto de Bart, ela pegou seu prato de peixe e os talheres.

      — Vou me lembrar disso. Não se surpreenda quando você sair e vir Cassie e eu bebendo cerveja barata e tocando música country para todos os seus vizinhos ouvirem — provocou ela, dando uma mordida em seu peixe.

      — Ei, contanto que vocês duas estejam usando trajes de banho sexy, podem fazer o que quiserem. Este lugar precisa de um pouco de ação. Tenho estado tão ocupado ultimamente, que esqueci o que é diversão — confessou ele, e Liv podia ver que ele foi sincero em cada palavra que disse, mesmo que a conversa fosse leve e divertida. Ela não havia considerado o estresse e a pressão do trabalho dele.

      — Não é isso que ouço, Sr. Playboy — brincou ela, dando uma piscadela.

      — O quê? Eu, playboy? Acho que está lendo aqueles jornais de fofoca de novo. Não tenho tempo para isso — repetiu ele, com uma expressão zombeteira de choque.

      Sim, ele estava brincando com ela. Os tabloides acertaram, tanto quanto ela podia perceber. Bart era lindo de morrer. Cabelo loiro, curto e arrepiado, com olhos castanhos escuros fazendo contraste com a pele bronzeada. Ele parecia um californiano nativo em vez de um político arrogante.

      — Bem, teremos que remediar essa vida monótona que você leva. Assim que você estiver disponível, vamos planejar uma festa na piscina. Você fornece a comida e as bebidas, e eu fornecerei as mulheres lindas. Espero que tenha alguns amigos elegíveis no Capitólio — professou ela.

      Rindo, ele respondeu:

      — Temos um acordo. Tenho certeza de que posso reunir algumas vítimas dispostas. De qualquer forma, sem querer mudar de assunto, mas você parecia bastante perturbada ao telefone quando ligou. O que está acontecendo? — perguntou, curioso.

      Por onde começar aquela história? Ela não sabia o quanto deveria lhe contar. Afinal, ele era o governador e ela não queria colocá-lo em uma situação comprometedora, contando-lhe sobre o assassinato que testemunhou. Considerando seu dilema, ela precisaria selecionar as palavras com cuidado.

      — O que sabe sobre shifters? — perguntou ela.

      Bart inclinou a cabeça.

      — Não muito, realmente. Eles tendem a permanecer com sua própria espécie. Não estão envolvidos politicamente; então, não me aventuro em suas comunidades. Existe um tabu em torno deles, e os especialistas dizem que eles são violentos e causam a maior parte de nossos crimes. Por que pergunta?

      — Bem, o LPP está fazendo pesquisas nas análises de sangue deles. Jim acredita que a capacidade aprimorada que eles têm de se curar pode ser a chave para a cura do câncer — revelou ela, mordendo o lábio inferior enquanto observava a reação dele.

      — Uau, isso seria incrível! Que grande avanço para sua empresa, se isso for verdade. Então, qual é o problema, Liv? Quando você começa a morder o lábio, é porque está preocupada ou nervosa. Desembuche. — Ele abaixou a cabeça de forma que ela teria que fazer contato visual. Os olhos castanhos e calorosos dele procuraram os dela e ela pôde ver a preocupação e o cuidado neles.

      Soltando um suspiro que não percebeu que estava segurando, ela continuou:

      — O problema é que temos um shifter no laboratório. Ele está sendo mantido contra sua vontade. Jim afirma que é porque o homem é uma fera selvagem e que está protegendo seus funcionários, mas não tenho tanta certeza. Algo em meu íntimo está me dizendo que é muito mais grave do que isso — declarou ela, colocando o garfo no prato. De repente, seu apetite sumiu e ela se sentiu enjoada.

      Bart se recostou na parte de trás da banqueta e cruzou uma perna sobre o joelho, considerando as palavras dela. Depois de alguns momentos, ele falou, com expressão séria:

      — Essa é uma acusação muito forte. Você tem alguma prova de que Jim não está dizendo a verdade, porque eu vou lhe contar uma coisa… Jim Jensen é altamente considerado na comunidade. Maldição, em todo o Estado, por falar nisso.

      — Eu sei, eu sei. Jim também é um desgraçado que trairia sua esposa com qualquer mulher que tirasse a calcinha, então não saia dizendo como ele é considerado. Estou lhe dizendo, Bart. Não tenho provas concretas, mas eu vi este shifter ser espancado. Ele está acorrentado a uma parede, pelo amor de Deus. Não há nada que você possa fazer? — implorou ela.

      O coração dela acelerou, fervendo o sangue, enquanto pensava em Lawson e na maneira como ele foi tratado. Estava tão furiosa, que aquilo chegava a assustá-la. Era ilegal e desumano, e depois de se sentar com ele, percebia que não podia simplesmente cruzar os braços e não fazer nada.

      — Uau, desacelere um segundo. Não posso começar a lançar acusações sem provas sólidas. Você tem que saber que poderia haver sérias repercussões para mim e meu trabalho, se eu estiver errado. Devo lembrá-la que o relacionamento entre eles e nós não é o melhor? Não confiamos nos shifters e eles não confiam em nós. Simples assim. Nós coexistimos e isso é tudo — explicou ele e Liv sentiu que a chance de salvar Lawson escorregava por entre seus dedos.

      — Mas e quanto a ele estar acorrentado e ser espancado? Não pode ser legal — retrucou ela, cruzando os braços sobre o peito. Bart deveria estar do lado dela, não do de Jim, e isso a irritava.

      Ele estendeu as mãos e descruzou os braços dela, pegando suas mãos nas dele.

      — Concordo, isso soa horrível. Ninguém deve ser tratado dessa forma. Mas escute-me. Se houver uma pequena possibilidade de que Jim descobriu algo sobre o sangue de shifters, você tem que saber que ele não vai parar até que obtenha as respostas. É certo prender alguém contra sua vontade? Não. Mas e se a chave para a cura do câncer estiver aí? Não valeria a pena? — perguntou ele, esfregando levemente os polegares no topo das mãos dela.

      Bart sabia que a avó dela havia falecido de câncer. Também sabia como ela era apaixonada sobre encontrar uma cura. Talvez ele tivesse razão.

      — Sim, suponho — murmurou Liv, então balançou a cabeça. — Não, não à custa das vidas deles. Esse é o meu problema com toda essa bagunça. Qual é o custo real da cura? Jim me designou para o caso e estarei trabalhando junto com Lawson. Saberei se eles o maltratarem novamente — comunicou ela.

      Suas palavras refletiam o trem da culpa que estava estacionado na estação e se recusava a partir. Então, ela se sentia responsável pelo que estava acontecendo com Lawson, e odiava isso com cada fibra de seu ser.

      — Você está mordendo o lábio de novo. Tem certeza de que está bem? — questionou Bart, apertando as mãos dela com força.

      — Sim, estou bem. Obrigada pela atenção. Estou feliz por ter vindo procurá-lo — admitiu ela.

      Bart era o seu ouvinte e protetor. Havia


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