O Livro de Urântia. Urantia Foundation
distinguir entre a Primeira e a Segunda Fonte; como o Pai, o Filho sabe tudo; Ele nunca é surpreendido por qualquer evento no universo; Ele compreende o fim desde o início.
6:4.8 (77.1) O Pai e o Filho realmente sabem o número e o paradeiro de todos os espíritos e seres espiritualizados no universo dos universos. Não apenas o Filho sabe de todas as coisas, em virtude do Seu próprio espírito onipresente, mas, da mesma forma que o Pai e o Agente Conjunto, o Filho é plenamente conhecedor da vasta informação que, por refletividade, provém do Ser Supremo, cuja inteligência é sabedora, todo o tempo, de todas as coisas que acontecem em todos os mundos dos sete superuniversos. E há ainda outras formas por meio das quais o Filho do Paraíso é onisciente.
6:4.9 (77.2) O Filho Eterno, como uma personalidade de amor, misericórdia e ministério espiritual, é plena e infinitamente igual ao Pai Universal e, ao mesmo tempo, em todos os contatos pessoais misericordiosos e afeiçoados com os seres ascendentes dos reinos mais baixos, o Filho Eterno é tão bondoso e pleno de consideração, tão paciente e magnânimo, quanto o são os Seus Filhos do Paraíso, nos universos locais, nos quais tão freqüentemente eles se auto-outorgam aos mundos evolucionários do tempo.
6:4.10 (77.3) Torna-se desnecessário dissertar mais sobre os atributos do Filho Eterno. Registradas as exceções, torna-se suficiente estudar apenas os atributos espirituais de Deus, o Pai, para entender e avaliar corretamente os atributos de Deus, o Filho.
5. As Limitações do Filho Eterno
6:5.1 (77.4) O Filho Eterno não funciona pessoalmente nos domínios físicos, a não ser por meio do Agente Conjunto, como também não funciona no nível da ministração da mente aos seres-criaturas. Essa reserva de qualificação, todavia, não limita de maneira alguma, o Filho Eterno no exercício pleno e livre de todos os atributos divinos de onisciência, onipresença e onipotência espiritual.
6:5.2 (77.5) O Filho Eterno não penetra pessoalmente os potenciais de espírito inerentes à infinitude do Absoluto da Deidade, entretanto, à medida que esses potenciais tornam-se factuais, eles passam ao domínio Todo-Poderoso do circuito de gravidade do espírito do Filho.
6:5.3 (77.6) A personalidade é dádiva exclusiva do Pai Universal. O Filho Eterno deriva a Sua personalidade do Pai, mas Ele não outorga personalidade, sem o Pai. O Filho dá origem a vastas hostes de espíritos, mas tais derivações não são personalidades. Quando o Filho cria a personalidade, Ele o faz em conjunção com o Pai ou com o Criador Conjunto, que pode atuar pelo Pai em tais relações. O Filho Eterno, assim, é um co-criador de personalidades, mas Ele não outorga personalidade a nenhum ser; e, por Si próprio, sozinho, jamais cria seres pessoais. Essa limitação de ação, contudo, não priva o Filho da capacidade de criar todo e qualquer tipo de realidades outras, que não sejam pessoais.
6:5.4 (77.7) O Filho Eterno é limitado na transmissão das prerrogativas de criador. O Pai, ao eternizar o Filho Original, outorgou-Lhe o poder e o privilégio de unir-se, posteriormente, ao próprio Pai, no ato divino de produzir Filhos adicionais que possuam os atributos da criação; e Eles têm feito isso, e ainda o fazem. Mas, uma vez que esses Filhos coordenados tenham sido gerados, aparentemente, as prerrogativas de criação não se transmitem mais. O Filho Eterno transmite poderes de criação apenas à personalização primeira ou direta. Portanto, quando o Pai e o Filho se unem para personalizar um Filho Criador, Eles realizam o Seu propósito; mas o Filho Criador, trazido à existência desse modo, nunca é capaz de transmitir ou delegar as prerrogativas de criação às várias ordens de Filhos que ele possa subseqüentemente criar, não obstante haja, nos Filhos mais elevados de um universo local, um resquício bem mais limitado dos atributos criativos de um Filho Criador.
6:5.5 (78.1) O Filho Eterno, como um ser infinito e exclusivamente pessoal, não pode fragmentar a Sua natureza, não pode distribuir e outorgar porções individualizadas do Seu ser a outras entidades ou pessoas, como o fazem o Pai Universal e o Espírito Infinito. Mas o Filho pode outorgar a Si próprio como um espírito ilimitado, para banhar toda a criação, e Ele o faz, atraindo, incessantemente, para Si próprio todas as personalidades e realidades espirituais.
6:5.6 (78.2) Lembrai-vos sempre de que o Filho Eterno é a representação pessoal do Pai espiritual, para toda a criação. O Filho é pessoal, e nada mais que pessoal, no sentido de Sua Deidade; e tal personalidade divina e absoluta não pode ser desintegrada ou fragmentada. Deus, o Pai, e Deus, o Espírito, são verdadeiramente pessoais, mas Eles são também tudo o mais, além de serem tais personalidades da Deidade.
6:5.7 (78.3) Embora o Filho Eterno não possa participar pessoalmente da outorga dos Ajustadores do Pensamento, em concílio com o Pai Universal, no eterno passado, Ele aprovou esse plano e prometeu cooperação interminável, quando o Pai, ao projetar a outorga dos Ajustadores do Pensamento, propôs ao Filho: “Façamos o homem mortal à Nossa própria imagem”. E, da mesma forma que o fragmento do espírito do Pai reside dentro de vós, a presença espiritual do Filho vos envolve, pois estes dois trabalham como um para o vosso avanço espiritual.
6. A Mente Espiritual
6:6.1 (78.4) O Filho Eterno é espírito e tem mente, mas não uma mente ou um espírito que a mente mortal possa entender. O homem mortal percebe a mente nos níveis do finito, do cósmico, do material e do pessoal. O homem observa também os fenômenos da mente em organismos vivos funcionando no nível subpessoal (animal), mas é difícil para o homem captar a natureza da mente quando associada a seres supramateriais e como uma parte das personalidades exclusivamente espirituais. A palavra mente, contudo, deve ser definida de um modo diverso, quando se refere ao nível espiritual de existência e quando é usada para denotar funções da inteligência do espírito. Essa espécie de mente, que é diretamente aliada ao espírito, não é comparável, nem à mente que coordena o espírito e a matéria, nem àquela mente que está aliada apenas à matéria.
6:6.2 (78.5) O espírito é sempre consciente, dotado de mente, e possui várias fases de identidade. Sem mente, em alguma fase, não haveria a consciência espiritual, na fraternidade dos seres espirituais. O equivalente da mente, a capacidade de conhecer e de ser conhecido, é inerente à Deidade. A Deidade pode ser pessoal, pré-pessoal, suprapessoal ou impessoal, mas a Deidade nunca é desprovida de mente, ou seja, nunca deixa de ter a capacidade de, pelo menos, comunicar-se com entidades, seres ou personalidades semelhantes.
6:6.3 (78.6) A mente do Filho Eterno é como a do Pai, mas não Se assemelha a nenhuma outra mente dos universos e, junto com a mente do Pai, é a ancestral das diversas e vastas mentes do Criador Conjunto. A mente do Pai e do Filho, aquele intelecto que é o ancestral da mente absoluta da Terceira Fonte e Centro, é ilustrada talvez de um modo melhor pela pré-mente do Ajustador do Pensamento, pois, embora esses fragmentos do Pai estejam inteiramente fora dos circuitos da mente do Agente Conjunto, eles têm alguma forma de pré-mente; eles conhecem, são conhecidos e desfrutam de um equivalente do pensamento humano.
6:6.4 (78.7) O Filho Eterno é completamente espiritual; o homem é quase inteiramente material; conseqüentemente, o entendimento de muito daquilo que diz respeito à personalidade do Filho Eterno, daquilo que diz respeito às esferas espirituais que circundam o Paraíso e à natureza das criações impessoais do Filho do Paraíso, terá de aguardar até que vós alcanceis o status de espírito, que vem em seguida à completa ascensão moroncial no universo local de Nébadon. E, então, à medida que passardes pelo superuniverso seguindo até Havona, e começardes a ser dotados com a “mente do espírito” — o discernimento espiritual interior — muitos desses mistérios ocultos do espírito serão esclarecidos.
7. A Personalidade do Filho Eterno
6:7.1 (79.1) O Filho Eterno é aquela personalidade infinita de cujos elos inqualificáveis de personalidade o Pai Universal escapou pela técnica da trinitarização e, em virtude da qual, Ele sempre continuou a auto-outorgar a Si próprio, em uma profusão infindável, ao Seu universo sempre em expansão de Criadores e criaturas. O Filho é personalidade absoluta; Deus é personalidade-pai — a fonte