O mistério do amor matrimonial. Ricardo E. Facci
um dom que se coroa com a fecundidade. O sexo “desconectado” da fecundidade e da paternidade nos levou ao problema fictício do gênero. Ao subtrair o amor do sexo e a continuação da vida, qualquer “prazer” se torna válido, levando as pessoas a se fecharem cada vez mais em si mesmas. Deus fez o ser humano como alguém capaz de se abrir e ir de encontro ao outro, de tecer sua vida através de uma maravilha que transcende as próprias vidas, fazendo-se filho.
“E Deus disse: não é bom que o homem esteja só, farei para ele alguém que o auxilie e corresponda” (Gênesis, 2, 18). Todas as células partem daí, masculinas e femininas, complementando-se para que os grandes projetos de vida e o fruto se realizem e sejam felizes.
A dinâmica do amor matrimonial se dá necessariamente no encontro do ‘eu’ pessoal e do ‘outro’. Não se pode viver um casamento por meio de um computador, de redes sociais ou do celular... Mesmo a sociedade atual tendo chegado a esse ponto... Alguns parceiros tem até que disputar a atenção do próprio cônjuge frente ao desejo de estar em uma vitrine virtual, conectado anonimamente com muitas pessoas e, por conta disso, muitos se esquecem do carinho, da escuta e da atenção que seu verdadeiro esposo ou esposa precisa.
Deixo aqui algumas palavras para finalizar esta reflexão que sugiro ser feita de mãos dadas: “Eu sou porque ‘você’ é e você é para mim porque ‘eu’ sou para ti. Dizer ‘você’ aqui significa erguer uma ponte infinita, uma ponte de luz que tem a força a sustentar ‘você’ e ‘eu’. Eu vou até você e você vem até mim.” (Lippert).
Para conversar em casal.
1.- ¿Recordamos el momento en el cual el otro comenzó a ser un ‘tú’ que sorprendió al ‘yo’? Narrarlo mutuamente.
2.- ¿Nos regalamos el suficiente tiempo para el encuentro de nuestros ‘yo’ y ‘tú’?
3.- ¿Existe algún aspecto en los que nuestros ‘yo’ viven en vitrina? ¿Cómo mejorar en este sentido?
4.- El individualismo que quiere imponer nuestra sociedad, ¿permite descubrir al ‘tú’? Los jóvenes, ¿tienen posibilidades de salir de su ‘yo’ frente a las propuestas sociales?
5.- ¿Cómo trabajar en la educación de las nuevas generaciones para que puedan descubrir el ‘tú’ del otro?
Para orar juntos.
Senhor Jesus,
em Tua própria experiência do mistério da Trindade
se encontra a dinâmica do ‘EU’ e do ‘VOCÊ’,
por isso, te pedimos que nos ajude
a fortalecer nosso encontro,
que aquela primeira vez em que começamos
a sentir o outro dentro de nós,
seja uma constante motivação para crescer
e ir entrelaçando nossos ‘eus’,
formando assim um maravilhoso ‘nós’.
Também desejamos aprofundar
a busca por ‘Você’, Senhor,
que está no meio de nós,
para que nós dois
nos entreguemos plenamente a Ti.
Amém.
1. Dante Alighieri, Divina Comédia, Paraíso IX, Losada Buenos Aires 2004, pág. 414
Você enche meu coração de alegria
“Como você é linda, minha amada, como você é linda!
Teus olhos são como pombas!
Como você é lindo, meu amado,
você é tão encantador!
As flores sobre a terra foram apreciadas,
chegou o tempo das canções e ouviu-se
na nossa terra o cantar dos passarinhos.
A figueira deu seus primeiros frutos
e as vinhas em flor exalaram seu perfume.
Levante-se, minha amada, minha linda!
Meu passarinho, que se aninha entre as fendas
das rochas e nas escarpas, mostre-me o seu rosto,
deixe-me ouvir a sua voz; porque sua voz
é suave e seu semblante é lindo.”
(Cantar dos Cantares 1, 15-16; 2, 12-14)
Coração Contente (Palito Ortega)
Você é o mais belo
da minha vida,
mesmo que eu não te diga,
mesmo que eu não te diga.
Se você não está aqui
não tenho alegria,
sinto sua falta à noite,
e sinto sua falta de dia.
Gostaria que soubesse
que nunca amei assim,
que minha vida começou
quando te conheci.
Você é como o sol
da manhã,
que entra pela minha janela,
que entra pela minha janela.
Você é a alegria da minha vida,
o sonho da minha noite,
a luz dos meus dias.
Meu coração está contente,
o coração está contente,
cheio de alegria.
Meu coração está contente
desde o momento
em que chegaste até mim.
Dou graças à vida
e peço a Deus
que você nunca me falte,
gostaria que soubesse
que nunca amei assim
que minha vida começou
quando te conheci
Escutei esta música previamente e a propondo-a como reflexão, e meu desejo que ela lembre o quão importante cada um de vocês é para o outro. Sinto muita dor quando percebo a tristeza em um casa-mento e no âmago da intimidade daqueles que se amam.
“Minha vida começou quando te conheci”. Cada um pode dizer ao outro: “quando Deus colocou você em minha vida ‘apareceram as flores sobre a terra, chegou o tempo das canções e ouviu-se em nossa terra o cantar dos passarinhos. A figueira deu seus primeiros frutos e as vinhas em flor exalaram seu perfume”. A vida comelou a pulsar e a sentir que um novo horizonte se abria.
“Você é o mais belo da minha vida, mesmo que eu não te diga”. Nos muitos anos trabalhando com casamentos, encontrei poucos casais que de fato não se amavam; mas já me apareceram muitos casais que não demonstravam que se amavam entre si, como também não o demonstravam aos demais. A rotina e os hábitos do cotidiano influenciavam o casamento, além do desgaste natural que acontece na convivência entre duas pessoas diferentes. Por isso é tão importante que os parceiros reconheçam um ao outro e que relembrem que encontrar-se foi o melhor que já lhes aconteceu na vida. Neste mo-mento, convido vocês a relembrarem os velhos tempos, o entusiasmo que a paixão gerava e a decisão de ser o amado um do outro, por toda a vida.
“Se você não está aqui não tenho alegria, sinto sua falta à noite e sinto sua falta de dia. Gostaria que soubesse que nunca amei assim”. Como seria diferente se o amor que vocês têm sempre fosse destinado um ao outro? Ao se unirem vocês celebraram o maior e único bem que possuem: a vida. O dom maravilhoso da vida que Deus lhes presenteia dura até quando