Um Juramento de Irmãos . Морган Райс
a perda de Conven. Thor, especialmente, continua revirando sua mente e pensando se há alguma coisa que ele poderia ter feito para impedi-lo. Ele olha para o mar, observando o horizonte cinza e o oceano sem limites, e se pergunta como Conven pode ter tomado a decisão que havia tomado. Ele entende a profunda tristeza de Conven pela perda de seu irmão, mas Thor nunca teria tomado aquela decisão. Thor percebe que ele está sofrendo pela perda de Conven, cuja presença sempre tinha sido sentida, que sempre havia estado ao seu lado desde seus primeiros dias na Legião. Thor se lembra de tê-lo visitado na prisão, de tê-lo convencido a dar uma segunda chance para a vida; ele se lembra de todas as suas tentativas para animá-lo, para tirá-lo daquela situação e trazê-lo de volta à vida.
No entanto, Thor percebe, não importa o que ele tenha feito, ele nunca havia conseguido trazer Conven completamente de volta. A melhor parte de Conven sempre tinha sido o seu irmão. Thor se lembra do olhar no rosto de Conven ao ser deixado para trás. Aquele não tinha sido um olhar de arrependimento; o olhar de Conven tinha sido um olhar de pura alegria. Thor sente que ele está feliz e sabe que não deve ficar muito triste. Conven tinha tomado a sua própria decisão e isso é mais do que a maioria das pessoas neste mundo é capaz de fazer. E depois de tudo, Thor sabe que eles se encontrarão novamente. Na verdade, talvez Conven seja o único que estará esperando para cumprimentá-lo quando sua hora finalmente chegar. A morte, Thor sabe, está chegando para todos eles. Talvez não hoje ou amanhã. Mas um dia.
Thor tenta sacudir aqueles pensamentos sombrios; ele olha para longe e se força a se concentrar no oceano, vasculhando as águas em todas as direções enquanto procura por qualquer sinal de Guwayne. Ele sabe que é provavelmente inútil procurá-lo ali, no mar aberto, mas ainda assim, Thor é tomado por um otimismo recém-descoberto. Ele sabe, ao menos, que Guwayne está vivo e isso é tudo que ele precisa. Ele fará o que for preciso para encontrá-lo novamente.
"Onde você acha que esta corrente está nos levando?" pergunta O'Connor, inclinando-se sobre a borda do barco e deslizando as pontas dos dedos na água.
Thor estende a mão e também toca a água quente; a água passa rápido por eles, como se o oceano não pudesse esperar para levá-los onde quer que eles estivessem indo.
"Desde que seja longe daqui, eu não me importo," diz Elden, olhando assustado por cima do ombro na direção dos penhascos.
Thor ouve um barulho estridente acima deles e, ao olhar para cima, fica emocionado ao ver sua velha amiga Estófeles voando no céu acima deles. Ela mergulha no ar acima deles e, em seguida, volta para o ar. Thor tem a sensação de que ela está tentando guiá-los, incentivando-os a segui-la.
"Estófeles, minha amiga," Thor sussurra para o céu. "Seja os nossos olhos e leve-nos até Guwayne."
Estófeles grita de novo, dando sua resposta, e abre suas grandes asas. Ela se vira e voa para o horizonte, na mesma direção em que a corrente os está levando, e Thor tem certeza de que eles estão se aproximando.
Quando Thor se vira, ele ouve um barulho suave ao seu lado e, ao olhar para baixo, vê a Espada da Morte pendurada em sua cintura; é chocante vê-la ali. Aquilo faz sua viagem para a Terra dos Mortos parecer mais real do que nunca. Thor estende a mão, sente o punho de marfim da espada, decorado com crânios e ossos, e fecha a mão em torno dela, sentindo a sua energia. Sua lâmina é incrustada com pequenos diamantes negros e quando ele ergue a espada para examiná-la melhor, Thor os vê brilhando sob a luz.
Ao empunhar aquela espada, Thor tem a sensação de que está cumprindo o seu destino. Ele não se sente assim com uma arma desde que havia empunhado a Espada do Destino. A Espada da Morte significa mais para ele do que ele é capaz de dizer; afinal, ele tinha conseguido escapar daquele mundo e a espada também; Thor sente que ambos são sobreviventes de uma guerra terrível. Eles haviam passado juntos por tudo aquilo. Entrar na Terra dos Mortos e poder sair de lá tinha sido como caminhar através de uma teia de aranha gigante e se livrar dela. Thor sabe que eles agora estão livres, mas de alguma forma ele sente que a teia ainda se adere a ele. Pelo menos ele tinha conseguido ficar com a espada.
Thor reflete sobre a sua saída, sobre o preço que ele tinha pagado e sobre os demônios que ele havia involuntariamente libertado. Ele sente um buraco no estômago, sendo tomado pela sensação de que havia libertado uma força obscura que não será tão facilmente contida. Ele sente que tinha lançado algo, como um bumerangue, que um dia, de alguma forma, voltará para ele. Talvez isso aconteça antes do que ele espera.
Thor segura o punho da espada, preparado. Aconteça o que acontecer, ele pretende enfrentar o que for preciso em uma batalha e matar o que surgir em seu caminho.
Mas o que ele realmente teme são as coisas que ele não consegue ver, a devastação invisível que os demônios podem causar. O que ele mais teme são os espíritos desconhecidos, os espíritos que atuam com discrição.
Thor ouve passos, sente seu pequeno barco balançar e, ao se virar, vê Matus em pé ao lado dele. Matus fica parado com uma expressão triste em seu rosto, olhando para o horizonte com Thor. É um dia escuro e cinzento e enquanto eles olham para longe é difícil dizer se é manhã ou tarde, pois o céu está uniforme, como se aquela parte do mundo estivesse de luto.
Thor pensa na rapidez com que Matus havia se tornado um dos seus amigos mais próximos. Agora, com Reece fixado em Selese, Thor sente o distanciamento de seu amigo e a proximidade de Matus com mais intensidade. Thor se lembra de como Matus havia salvado sua vida mais de uma vez lá em baixo e se sente ainda mais leal a ele, como se ele sempre tivesse sido um dos seus próprios irmãos.
"Esta embarcação," Matus diz suavemente, "não foi feita para o mar aberto. Se enfrentarmos uma boa tempestade, todos seremos mortos. Esse é apenas um bote do navio de Gwendolyn, ele não foi feito para cruzar os mares. Temos que encontrar um barco maior."
"E a terra firme," O'Connor entra na conversa, aproximando-se de Thor pelo outro lado, "e provisões."
"E um mapa," Elden interrompe.
"Qual é o nosso destino, afinal?" Indra pergunta. "Onde estamos indo? Você tem alguma ideia de onde seu filho pode estar?"
Thor examina o horizonte, como já tinha feito mil vezes, e reflete sobre todas aquelas perguntas. Ele sabe que eles estão certos e está se fazendo aquelas mesmas perguntas. Um vasto mar está diante deles e eles estão uma pequena embarcação, sem provisões. Eles estão vivos e ele se sente grato por isso, mas a sua situação é precária.
Thor balança a cabeça lentamente. Enquanto ele fica ali, perdido em seus pensamentos, ele começa a detectar algo no horizonte. À medida que seu barco se aproxima, ele começa a enxergar melhor e tem certeza de que está realmente vendo alguma coisa e que não são seus olhos pregando uma peça nele. Seu coração bate acelerado de excitação.
O sol sai de trás das nuvens e um raio de sol ilumina uma pequena ilha no horizonte. É um pequeno monte de terra no meio de um vasto oceano, sem nada mais ao redor dele.
Thor pisca, perguntando-se se aquilo é real.
"O que é aquilo?" Matus faz a pergunta que está na mente de todos eles, que ficam em pé olhando para o horizonte.
Quando eles chegam mais perto, Thor vê uma névoa em torno da ilha, brilhando sob a luz, e sente uma energia mágica naquele lugar. Ele olha para cima e vê que aquele é um lugar austero, repleto de falésias com dezenas de metros de altura, uma ilha estreita, íngreme e implacável, com ondas arrebentando nas rochas que a cercam, emergindo do mar como animais antigos. Thor sente, com cada centímetro de seu ser, que é para lá que eles devem ir.
"Aquela é uma subida íngreme," diz O'Connor. "Se é que seremos capazes de escalar aquilo."
"E nós não sabemos o que nos aguardo no topo," acrescenta Elden. "Pode ser algo hostil. Não temos qualquer arma, com exceção de sua espada. Não podemos ter uma batalha aqui."
Mas Thor observa o lugar e pensa, sentindo algo forte ali. Ele olha para o alto, vê Estófeles circulando a ilha e tem ainda mais certeza de que aquele é o lugar.
"Nenhum lugar deve