Enterrados . Блейк Пирс
será muito fundo. Mas não tem que ser fundo.
Todo aquele tempo não parava de olhar para a praia, à procura da sua presa. E pouco depois apareceu a correr.
E no momento ideal também – o buraco já estava suficientemente fundo.
O assassino atirou a pá para a areia, ergueu as mãos e acenou.
“Venha cá!” Gritou ao homem que corria.
Não que importasse o que tinha gritado – com o som das ondas, o homem não conseguiria perceber as palavras exatas, apenas um grito abafado.
O homem parou de correr e olhou na sua direção.
Então encaminhou-se para o assassino.
O homem sorria ao aproximar-se e o assassino retribuía-lhe o sorriso.
Dali a nada estavam perto um do outro.
“O que é que se passa?” Perguntou o homem.
“Venha até aqui e eu mostro-lhe,” Disse o assassino.
O homem caminhou para o local onde se encontrava o assassino.
“Olhe ali para baixo,” Disse o assassino. “Olhe com muita atenção.”
O homem debruçou-se e com um movimento rápido e hábil, o assassino pegou na pá e atingiu-o na cabeça, empurrando-o para o buraco…
Riley despertou da sua divagação com o som da voz do chefe Belt.
“Agente Paige?”
Riley abriu os olhos e viu que Belt olhava para ela com uma expressão curiosa. Jenn não o conseguira distrair por muito tempo.
Ele disse, “Pareceu ter-nos deixado durante alguns instantes.”
Riley ouviu Jenn a dar uma risada.
“Às vezes ela faz isso,” Disse Jenn ao chefe. “Não se preocupe, é muito séria a trabalhar.”
Riley rapidamente reviu as impressões que acabara de receber – tudo muito hipotético, é claro, e não uma sensação concreta do que tinha realmente acontecido.
Mas teve a certeza de um pormenor – que o homem que corria se tinha aproximado a convite do assassino – e tinha-se abeirado dele sem medo.
Isto dava-lhe uma perspetiva crucial.
Riley disse ao chefe da polícia, “O assassino é encantador, simpático. As pessoas confiam nele.”
Os olhos do chefe arregalaram-se.
“Como sabe isso?” Perguntou.
Riley ouviu um riso vindo de alguém que se aproximava atrás de si.
“Acredite em mim, ela sabe o que está a fazer.”
Riley virou-se ao som da voz.
E ficou muito mais animada com aquilo que viu.
CAPÍTULO SEIS
O chefe Belt encaminhou-se para o homem que se aproximava.
Disse, “Ouça, esta área está fechada. Não viu a barreira?”
“Está tudo bem,” Disse Riley. “Este é o Agente Especial Bill Jeffreys. Ele está connosco.”
Riley foi ter com Bill e falou de forma a não serem ouvidos pelos outros.
“O que é que aconteceu?” Perguntou ela. “Porque é que não respondeste às minhas mensagens?”
Bill sorriu envergonhado.
“Estava só a ser idiota. Eu… “ Não conseguiu prosseguir e desviou o olhar.
Riley esperou pela sua resposta.
Então ele finalmente disse, “Quando recebi as tuas mensagens, não sabia se estava pronto. Liguei ao Meredith para saber mais pormenores, mas mesmo assim fiquei sem saber se estava pronto. Raios, eu nem sabia se estava pronto quando já estava a vir para cá. Só soube que já estava pronto quando vi…”
Apontou para o corpo.
Acrescentou, “Agora sei. Estou pronto para regressar ao trabalho. Contem comigo.”
A sua voz era firme e a sua expressão era assertiva. Riley suspirou de alívio.
Conduziu Bill até ao pessoal reunido à volta do buraco onde se encontrava o corpo. Apresentou-o ao chefe e ao médico-legista.
Jenn já conhecia Bill e parecia contente por vê-lo, o que agradou a Riley. A última coisa de que Riley precisava era que Jenn se sentisse marginalizada ou ressentida.
Riley e os outros disseram a Bill o pouco que sabiam até ao momento. Ele ouviu com um olhar que demonstrava grande interesse.
Por fim, Bill disse ao médico-legista, “Penso que já pode levar o corpo. Isto é, se a Agente Paige não se importar.”
“Por mim, tudo bem,” Concordou Riley. Ela estava feliz por ver o velho Bill em ação novamente.
Enquanto a equipa do médico-legista começou a retirar o corpo do buraco, Bill analisou a área durante uns instantes.
Perguntou a Riley, “Foram ao local do primeiro homicídio?”
“Ainda não,” Respondeu.
“Então temos que lá ir,” Disse ele.
Riley disse ao chefe Belt, “Vamos até à outra cena de crime.”
O chefe concordou. “Não fica muito longe daqui,” Acrescentou.
Todos conseguiram passar pelos jornalistas mais uma vez sem tecer quaisquer comentários. Riley, Bill e Jenn entraram no SUV do FBI, e o chefe Belt e o médico-legista seguiram noutro carro. O chefe guiou-os pela praia ao longo de uma estrada de terra até uma área arborizada. Quando a estrada terminou, estacionaram os carros. Riley e os seus colegas seguiram dois polícias a pé ao longo de um trilho no meio das árvores.
O chefe manteve o grupo num dos lados do trilho, apontando para algumas pegadas nítidas ali em solo mais firme.
“Ténis normais,” Comentou Bill.
Riley anuiu. Conseguiu ver aquelas pegadas em ambas as direções, mas tinha a certeza de que não dariam muitas informações, tirando o tamanho que o assassino calçava.
Contudo, algumas marcas interessantes estavam intercaladas com as pegadas. Duas linhas instáveis estavam marcadas na terra.
“O que te parecem estas linhas?” Perguntou Riley a Bill.
“Marcas de um carrinho de mão, a ir e a vir,” Disse Bill. Olhou por cima do ombro na direção da estrada e acrescentou, “Penso que o assassino estacionou onde nós estacionámos agora e trouxe as sus ferramentas por este caminho.”
“Foi a conclusão a que também chegámos,” Concordou Belt. “E foi-se embora também por este caminho.”
Dali a pouco chegaram a um ponto onde o caminho se intercetava com outro mais estreito. No meio do caminho mais pequeno encontrava-se um buraco longo e fundo. Devia ter a largura do caminho.
O chefe Belt apontou para onde o novo caminho surgia das árvores circundantes. “A outra vítima parece ter vindo a correr daquela direção,” Disse ele. “O buraco estava camuflado e ela caiu dentro dele.”
Terzis acrescentou, “Ficou com o tornozelo partido, provavelmente da queda. E por isso ficou indefesa quando o assassino começou a atirar-lhe terra.”
Riley estremeceu novamente ao pensar naquela forma horrível de se morrer.
Jenn disse, “E tudo isto aconteceu ontem.”
Terzis anuiu e disse, “Tenho quase a certeza que a hora da morte foi a mesma do homicídio na