Transformada . Морган Райс
para baixo e checou seu telefone. Haviam algumas mensagens no Facebook dos seus amigos da última cidade. Eles queriam saber o que ela estava achando da nova casa. Por alguma razão, ela não estava a fim de responder. Eles pareciam estar tão longe.
Caitlin comeu pouquíssimo, uma sensação vaga de náusea do primeiro dia ainda com ela. Ela tentou pensar em outra coisa. Ela fechou os olhos. Ela pensou em seu novo apartamento, no quinto andar de um prédio imundo sem elevador na rua 132. A sua náusea piorou. Ela respirou fundo, se esforçando para focar em algo, qualquer coisa boa em sua vida.
Seu irmão mais novo. Sam. 14 anos, parecendo ter 20. Sam nunca lembrava que era o mais novo: ele sempre agia como o seu irmão mais velho. Ele havia se tornado forte e duro com todas as mudanças de cidade, com a partida de seu pai, com a forma como a mãe tratava a ambos. Ela pôde perceber que tudo aquilo estava afetando-o e que ele estava começando a se fechar. As brigas frequentes dele na escola não a surpreendiam. Ela temia que aquilo apenas ficasse pior.
Mas quando se tratava de Caitlin, Sam a amava absolutamente. E ela a ele. Ele era a única coisa constante na sua vida, o único com quem ela podia contar. Ele parecia manter o seu último ponto fraco no mundo para ela. Ela estava determinada a fazer o possível para protegê-lo.
“Caitlin?”
Ela pulou.
Parado ao lado dela, bandeja em uma mão e estojo de violino na outra, estava Jonah.
“Se importa se eu me juntar a você?”
“Sim—quer dizer, não,” ela disse, nervosa.
Idiota, ela pensou. Pare de ficar tão nervosa.
Jonah deu aquele sorriso e sentou na frente dela. Ele sentou ereto, com postura perfeita, e colocou o seu estojo de violino cuidadosamente ao seu lado. Ele colocou sua comida gentilmente na mesa. Havia algo nele, alguma coisa que ela não conseguia identificar. Ele era diferente de todas as pessoas que ela havia conhecido. Era como se ele pertencesse a uma outra era. Ele realmente não pertencia a este lugar.
“Como foi o seu primeiro dia?” ele perguntou.
“Não foi o que eu esperava.”
“Eu sei como é,” ele disse.
“Isso é um violino?”
Ela apontou com a cabeça para o instrumento dele. Ele o mantinha próximo, e mantinha uma mão sobre ele, como se tivesse medo que alguém o roubasse.
“É uma viola, na verdade. É só um pouco maior, mas o som é muito diferente. Mais suave.”
Ela nunca havia visto uma viola, e esperava que ele a colocasse na mesa e a mostrasse para ela. Mas ele não fez nenhuma menção de fazê-lo e ela não queria se intrometer. Ele ainda estava com a mão sobre o instrumento, e parecia querer protegê-lo, como algo pessoal e privado.
“Você pratica bastante?”
Jonah encolheu os ombros. “Algumas horas por dia,” ele disse casualmente.
“Algumas horas!? Você deve ser ótimo!”
Ele encolheu os ombros novamente. “Eu sou bom, eu acho. Existem muitos outros músicos melhores do que eu. Mas eu espero que esta seja a minha passagem para fora deste lugar.”
“Eu sempre quis tocar piano,” Caitlin disse.
“Por que não toca?”
Ela ia dizer, eu nunca tive um, mas não o fez. Ao invés disso, ela deu de ombros e voltou a olhar para a comida.
“Você não precisa ter um piano,” Jonah disse.
Ela olhou para cima, surpresa ao perceber que ele havia lido a sua mente.
“Existe uma sala de ensaio nessa escola. Com tudo de ruim aqui, pelo menos há alguma coisa boa. Eles dão aulas gratuitas. Tudo o que você precisa fazer é se inscrever.”
Os olhos de Caitlin se abriram.
“Mesmo?”
“Tem uma folha de inscrição do lado de fora da sala de música. Peça pela Sra. Lennox. Diga a ela que você é minha amiga.”
Amiga. Caitlin gostou do som daquela palavra. Lentamente, ela sentiu uma felicidade crescendo dentro dela.
Ela deu um sorriso largo. Os olhos dos dois se encontraram por um momento.
Olhando para aqueles olhos verdes e brilhantes, ela desejou profundamente lhe fazer um milhão de perguntas: Você tem namorada? Por que está sendo tão legal? Você gosta mesmo de mim?
Mas, ao invés disso, ela mordeu a língua e não disse nada.
Temendo que o tempo deles juntos fosse acabar em breve, ela procurou por algo para perguntar que prolongasse a sua conversa. Ela tentou pensar em algo que garantisse que ela o veria novamente. Mas ela ficou nervosa e imóvel.
Ela finalmente abriu a boca, e no momento em que o fez, o sino tocou.
O local explodiu em barulho e movimento, e Jonah levantou, segurando a sua viola.
“Estou atrasado,” ele disse, pegando sua bandeja.
Ele olhou para a bandeja dela. “Posso levar a sua?”
Ela olhou para baixo, percebendo que havia esquecido dela, e sacudiu a cabeça.
“OK,” ele disse.
Ele ficou parado ali, tímido de repente, sem saber o que dizer.
“Bem…até mais.”
“Até mais,” ela respondeu desajeitadamente, sua voz apenas um sussurro.
*
Com o fim do seu primeiro dia de aula, Caitlin saiu do prédio e encontrou uma tarde ensolarada de março. Apesar de uma brisa forte estar soprando, ela não sentia mais frio. Apesar de todos os garotos em torno dela estarem gritando enquanto saíam, ela não estava mais incomodada com o barulho. Ela se sentiu viva, e livre. O resto do dia havia passado como uma névoa; ela não conseguia se lembrar do nome de um único professor.
Ela não conseguia parar de pensar em Jonah.
Ela se perguntou se havia agido como uma idiota na cantina. Ela tinha atropelado as palavras, quase não tinha feito nenhuma pergunta a ele. Tudo o que ela conseguiu perguntar foi sobre aquela viola estúpida. Ela devia ter perguntado onde ele morava, de onde ele era, para qual faculdade ele queria ir.
Mas principalmente, se ele tinha uma namorada. Alguém como ele tinha que estar namorando alguém.
Naquele exato momento, uma garota bonita e hispânica passou por Caitlin. Caitlin a olhou da cabeça aos pés quando ela passou, e se perguntou por um segundo se era ela.
Caitlin virou na rua 134, e por um segundo, esqueceu para onde estava indo. Ela nunca havia ido à pé da escola para casa e, por um momento, ela não conseguia lembrar de onde ficava o seu novo apartamento. Ela ficou parada lá, na esquina, desorientada. Uma nuvem cobriu o sol e um vento forte soprou, e de repente, ela sentiu frio novamente.
“Ei, amiga!”
Caitlin virou-se e percebeu que estava na frente de um bar imundo de esquina. Quatro homens estranhos estavam sentados em cadeiras de plástico na frente do bar, parecendo não sentir o frio, sorrindo para ela como se ela fosse a sua próxima refeição.
“Venha aqui, amor!” gritou outro.
Ela se lembrou.
Rua 132. É isso.
Ela se virou rapidamente e caminhou em um passo acelerado por outra rua lateral. Ela olhou por cima do ombro algumas vezes para ver se aqueles homens a estavam seguindo. Felizmente, eles não estavam.
O vento frio queimava o seu rosto e a acordou, enquanto ela começava a entender a dura realidade da sua nova vizinhança. Ela olhou para os carros abandonados, as paredes pichadas, o arame farpado, as barras em todas as janelas, e de