Beco Sem Saída. Блейк Пирс
– Moulton perguntou.
- Se tiver, não tenho ideia do motivo. Lauren não era nenhum pouco envolvida com política. Acho que é só o jeito do pai dela de achar que é importante. Alguém matou a garotinha dele então só pode ser porque ele conhece gente importante. Ele é babaca desse tipo.
- E o que você pode nos dizer sobre os últimos dias da Lauren? – Chloe perguntou.
- Eu já disse tudo o que podia para a polícia.
- Nós sabemos – Moulton disse, - e temos cópias de todos os relatórios. Mas para que possamos entender perfeitamente, temos algumas perguntas que podem ser repetidas para você.
- Tudo bem – Jerry disse.
Chloe imaginou que o homem talvez não estivesse totalmente ciente do que estava acontecendo. Ele parecia incrivelmente perdido. Se Chloe não soubesse da situação traumática pela qual Jerry estava passando, ela imaginaria que ele estava usando drogas.
- A primeira pergunta pode parecer boba levando em conta o que aconteceu – Chloe disse, - mas você consegue pensar em alguém que pudesse ter motivos para estar com raiva da sua mulher?
Ele fungou o nariz e balançou a cabeça. Quando falou, sua voz tremia.
- Não. Lauren andava bem quieta ultimamente. Introvertida. E isso vinha piorando ultimamente, sabe?
- Você tem ideia do motivo?
- Ela tinha um passado difícil. Confusão com os pais e tudo. Ela fazia bullying na escola. Acho que chamariam de bullying hoje em dia. Ou quem sabe era só uma garota maldosa. Ela vinha reconhecendo esses erros ultimamente. Acho que tudo piorou quando ela recebeu aquele maldito e-mail convidando para o encontro da turma do ensino médio.
- Ela estava ansiosa pelo encontro? – Chloe perguntou.
- Não tenho certeza. Ela ficou triste, eu acho... em pensar nas pessoas com quem que ela tinha sido maldosa.
- Vocês dois se formaram juntos? – Moulton perguntou.
- Sim.
- E você foi com ela ao encontro?
- Senhor, não. Eu odeio esse tipo de coisa. Ter que fingir que gosto de pessoas, sendo que eu odiava a maioria na escola. Não, não fui.
- Você disse que ela era introvertida – Chloe disse. – Ela não tinha muitos amigos?
- Ah, ela tinha alguns. Claire era uma delas. E os amigos que ela tinha eram como família para ela. Elas eram muito próximas.
- Você conversou com eles desde que tudo aconteceu? – Moulton perguntou.
- Só com uma. Ela ligou logo depois de ficar sabendo e perguntou se eu precisava de algo.
- Essas amigas estavam na reunião com ela?
- Sim. Claire também foi. Mas ela também é meio introvertida. Acho que ela só foi por curiosidade.
- Você e Lauren têm filhos? – Chloe perguntou. – Em um bairro como esse, achei que encontraria pelo menos uma criança em cada casa.
- Temos dois. A mais velha, Victoria, tem dezoito anos. Acabou de entrar na faculdade. Ela... bem, ela escolheu passar esses momentos difíceis com os avós. E por ela ter ido para lá, o mais novo—Carter—quis ir também. Nunca tive a melhor relação do mundo com meus sogros, mas meus filhos estarem com eles agora é uma benção. Eu me sinto um pai terrível, mas se meus filhos estivessem aqui, eu acho que não aguentaria.
- Tem algum problema em seus filhos estarem com os avós agora? – Moulton perguntou.
- Eu queria eles aqui comigo... para vê-los. Mas sou um desastre. E até tudo se ajeitar, é lá que eles precisam estar.
- Você disse que a mais velha escolheu ficar lá nessa hora – Moulton disse. – Por quê?
- Ela queria sair da nossa casa logo. A relação dela com Lauren foi tensa nos últimos anos. Coisas de mãe e filha. Nossa filha... andava saindo com uns caras, fugindo de casa à noite. Fazia isso desde os treze anos. Teve a primeira suspeita de gravidez aos quinze. E se você fizer as contas... Lauren tinha trinta e sete anos. Tivemos nossa filha quando nós dois tínhamos dezenove.
Chloe imaginou que a relação tumultuada da família piorava ainda mais a situação de Jerry Hilyard. Ela não achava que havia algo no qual valesse a pena se aprofundar, ainda que talvez fosse interessante conversar com a filha do casal.
- Senhor Hilyard, você se importaria se nós olhássemos sua casa? – ela perguntou.
- Tudo bem. O comandante e alguns tiras já foram lá algumas vezes. O código para entrar é dois-dois-dois-oito.
- Obrigado, senhor Hilyard – Moulton disse. – Por favor entre em contato conosco se você pensar em algo mais. Por enquanto, acho que vamos falar com a senhora Lovingston para ver se ela tem algo a mais para dividir conosco.
- Ela já disse tudo o que sabe para a polícia. Está começando a ficar irritada, eu acho.
- E o marido dela? Ele conhecia bem sua esposa? Vocês quatro costumavam sair juntos?
- Não. O marido de Claire trabalha bastante fora da cidade. Eu falei com ele no FaceTime para ter certeza de que ele não se importava por eu ficar aqui. Mas enfim, era mais apenas Claire e Lauren. Elas tinham um encontro semanal para tomar vinho na varanda, revezando as casas toda semana.
Claire entrou na sala devagar, aparentemente tendo colocado o bebê para dormir.
- E nós fazíamos coisas que todas as mulheres fazem. Falar sobre os maridos, lembrar do passado. Eu falava para ela dos prós e contras de ter um bebê. E mais recentemente, nós falávamos sobre o que ela estava passando com a filha.
- O que você pode nos dizer sobre Lauren e o que pode ter levado alguém a fazer algo assim com ela? – Chloe perguntou.
- Lauren tomou algumas decisões durante o ensino médio que os pais dela não concordaram muito – Claire respondeu. – Quando ela terminou o segundo grau e teve a filha... bom, a faculdade ficou fora dos planos.
- Eles ficaram envergonhados – Jerry acrescentou. – Eles ficaram bravos e se mudaram para New Hampshire. Eles contam mentiras severas sobre Lauren para a nossa filha sempre que podem.
- Eles tentam se compensar pelos erros e pela distância na criação da Lauren – Claire disse. – É um casal de verdadeiros babacas.
Sentindo que a conversa estava indo para um caminho ruim, Chloe disse:
- Senhora Lovingston, você talvez consiga pensar em quaisquer inimigos ou relações difíceis que Lauren tinha?
- Não além da família dela. E mesmo eles sendo dois idiotas, com certeza eles não fariam isso. É... terrível.
Moulton colocou a mão no bolso e puxou um cartão de visitas. Colocou-o na mesa de café e deu um passo atrás.
- Por favor... se um de vocês pensar em algo a mais, não deixem de entrar em contato.
Claire e Jerry assentiram levemente. A conversa havia sido curta, mas pesada. Chloe e Moulton saíram em um silêncio incômodo.
Do lado de fora, no caminho para o carro, Chloe parou na calçada por um momento. Ela olhou pela rua, na direção da casa dos Hilyard, mas não pode a enxergar. Ainda assim, estava começando a concordar com Moulton. Talvez fosse muito perto. E se o quarto ainda se parecesse pelo menos um pouco com as fotos que ela havia visto, parecia quase mórbido que Jerry estivesse dormindo ali tão perto.
- Pronto para ver a casa? – Chloe perguntou.
- Não mesmo – Moulton disse, com as imagens do crime claras em sua mente. – Mas precisamos começar de alguma maneira.
Os dois voltaram para o carro e seguiram pelo caminho que tinham feito na ida. Chloe seguiu dizendo a si mesma que a cena não poderia ser tão feia quanto parecia nas fotos—com