Vizinho Silencioso. Блейк Пирс

Vizinho Silencioso - Блейк Пирс


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bairro. Mas você sabe se Jessie Fairchild tinha algum inimigo? Algum sinal de reclamações sobre ela e o marido, ou talvez deles sobre outras pessoas?

      - Não, nada do tipo – Clifton disse. – Mas aquele bairro... enfim, a região inteira... é meio problemática. Recebemos ligações de vez em quando. Esposas com ciúme querendo flagrar os maridos em affairs que não existem, proprietários de casa tentando ferrar os vizinhos porque o cachorro cagou quintal deles. As pessoas naquele bairro se acham muito.

      - Perdão por perguntar, mas por que você está nos dizendo isso? – Rhodes perguntou.

      - Por que mesmo não ousando dizer que Jessie Fairchild tinha inimigos, eu posso praticamente garantir que havia mulheres no bairro que pelo menos tinham inveja dela. É um bairro muito mal-humorado. Eu sei que não é a melhor coisa para um comandante dizer, mas é a triste verdade.

      - Bom, podemos dizer que existem várias possibilidades nesse caso – Chloe disse. – Se as mulheres são como você está falando, deve ter muita fofoca envolvida também. Talvez elas já saibam de coisas que possam nos levar na direção correta.

      Clifton riu e encolheu os ombros.

      - Te desejo sorte nisso.

      Chloe sabia o motivo do comentário, mas irritou-se com palavras que não ajudaram em nada.

      - Por enquanto, eu gostaria do contato da diarista que encontrou o corpo.

      - Nós já falamos bastante com ela – Clifton disse. – Você pode olhar nossas anotações. – Ele não estava necessariamente sendo defensivo, mas queria que ela tivesse certeza de que eles não eram totalmente inúteis. Chloe imaginou se aquilo teria relação com o fato dele ter percebido que não deveria ter deixado o marido da vítima sair da cidade logo após o crime.

      - Mesmo assim, eu acho que gostaria de falar com ela pessoalmente.

      Clifton cruzou os braços, mas assentiu.

      - Vou lhe passar as informações em breve – ele disse, e sorriu antes de continuar: - Foi um prazer conhecer vocês, agentes. – Então, abriu a porta e saiu.

      Nolan encolheu os ombros e disse:

      - Ele fica assim. Especialmente quando tem que trabalhar com o FBI ou outros órgãos... Problemas de controle... cá entre nós.

      Chloe fez um gesto como se estivesse fechando sua boca com um zíper.

      - Entendi. Agora... se pudermos ter o contato da diarista, eu gostaria de encontrá-la antes que seja tarde demais.

      CAPÍTULO CINCO

      Rosa Ramirez morava em um apartamento nos limites da parte mais agradável do centro da cidade. Ao atender a ligação de Nolan, ela pareceu muito animada em ajudar Chloe e Rhodes. Quando as agentes chegaram ao apartamento, às 4:30, ficou claro que ela havia arrumado o local para esperá-las. Havia até café e biscoitos na mesa de centro.

      - Senhora Ramirez – Chloe disse, - há quanto tempo você trabalha para os Fairchild? Pelo que eu soube, eles chegaram no bairro há cerca de cinco semanas.

      - Isso mesmo. Eu respondi um anúncio que vi na internet. Foi cerca de uma semana antes mesmo deles se mudarem. Eles queriam tudo arrumado e pronto quando se mudassem. E isso incluía uma diarista. Eu ajudei até a desfazerem a mudança.

      - Eles pareciam felizes com sua ajuda?

      - Sim. Ficou claro que eles não estavam muito acostumados com pessoas dispostas a ajudar.

      Chloe serviu café a si mesma, mesmo que geralmente tentasse manter os níveis de cafeína baixos em seu corpo. Ela queria que Rosa se sentisse confortável. Uma testemunha ou um suspeito confortáveis sempre tinham mais chances de enxergar verdades que nem sequer tinham percebido.

      - Houve alguma discussão ou conversa mais ríspida entre você e os Fairchild? – Rhodes perguntou.

      - Não, nenhuma. Sinceramente, eu pedi um valor um pouco maior do que eu geralmente cobro, e não houve nem negociação. Nenhum dos dois jamais disse algo negativo para mim.

      - E entre os dois? – Chloe perguntou. – Você chegou a vê-los discutindo?

      - Não. Eu tentei pensar nisso, mas não consigo lembrar de nada. Mas é bom lembrar que, nas cinco semanas que eu trabalhei para eles, eu só vi os dois juntos duas vezes. Mark geralmente estava viajando a trabalho.

      - Alguma ideia de para onde ele ia nessas viagens a negócio?

      - Por tudo. Mas acho que principalmente para a costa leste. Boston, Washington, Nova York.

      - Você sabe se Jessie achava isso ruim?

      - Se achava, ela escondia muito bem. Ela se mantinha ocupada. Tipo, muito ocupada. Não sei nem se ela tinha tempo para perceber que o marido estava ausente.

      - Ocupada como? – Rhodes perguntou.

      - Bem, o bairro onde eles moram tem várias pessoas importantes. Ou, sendo sincera, pessoas que acham que são importantes. Jessie já estava tentando encontrar seu lugar nesse meio. Ela estava tentando participar de todos os círculos sociais... clubes, fundações, querendo ajudar na organização de eventos de gala, esse tipo de coisa.

      - Ela entrou oficialmente em algum desses grupos?

      - Não que eu saiba.

      - Senhora Ramirez, tenho certeza que você entende que eu preciso perguntar onde você estava mais cedo no dia que encontrou o corpo de Jessie Fairchild.

      - Claro, claro – ela disse, deixando escapar um suspiro. – Era sexta. E nas sextas, eu tiro a manhã livre. Às vezes eu só durmo até tarde e vejo alguns programas de TV. Outras vezes, resolvo alguns problemas. Mas na última sexta, na verdade, eu estava na biblioteca em boa parte da manhã.

      - Alguém lhe viu? Alguém poderia confirmar isso?

      - Sim. Eu estava doando alguns livros velhos. Doei vários para o projeto ‘Amigos da Biblioteca’. Levei-os até lá e até ajudei a bibliotecária a organizá-los.

      - Você lembra que horas eram quando você estava lá?

      - Claro. Cheguei lá logo depois das dez e meia, eu acho. Fiquei lá até onze e pouco. Depois fui até a casa dos Fairchild.

      - Você parou em algum outro lugar no caminho?

      - Sim. No Wendy’s, para comprar meu almoço.

      - E quando você chegou na casa... você viu algo estranho ou fora do normal?

      - Absolutamente nada. A primeira coisa estranha que eu vi foi Jessie, na cama, com sua roupa de corrida.

      - Ficamos sabendo pela polícia que o marido dela estava na cidade... e não viajando. Você sabe se isso é verdade?

      - Acho que sim. Geralmente eles me dizem quando Mark vai viajar. Mas pelo que eu sei, ele estava no escritório local na sexta. Eu cheguei lá por volta de onze e meia... o que significa que ele provavelmente tinha saído cerca de três ou quatro horas antes de eu chegar lá.

      - Senhora Ramirez – Rhodes disse, - você acha que tem alguma chance de Mark ter matado a esposa?

      Rosa balançou a cabeça, confiante.

      - Não. Digo, eu sei que nada é impossível, mas eu duvido muito. Ele é um cara do bem. E era muito gentil e brincalhão com ela. Os dois tinham cinquenta e poucos anos... o tipo de casal que ainda se dá as mãos. Eu até vi ele batendo na bunda dela, de brincadeira, uma vez, como se fossem recém-casados. Eles pareciam muito felizes.

      Chloe pensou em tudo aquilo. Ela estava certa de que Rosa não tinha nenhuma relação com a morte de Jessie Fairchild. Os álibis da diarista precisariam ser checados, mas Chloe sabia que seria uma perda de tempo.

      - Obrigada pelo seu tempo – Chloe disse, terminando seu café com um gole grande. Ela deu a Rosa um de seus cartões de visita


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