Assassinato na Mansão. Фиона Грейс
dela. Mas o homem esclareceu: "Porque eu tenho chalés para alugar".
"Ah?" ela respondeu, surpresa.
O homem assentiu e tirou um pequeno cartão de visita do bolso do jeans. Os olhos de Lacey o examinaram.
Aconchegantes, rústicos e charmosos chalés de Ivan Parry. Ideal para toda a família.
"Estou com todos reservados, como Brenda disse", continuou Ivan, indicando a garçonete com um movimento da cabeça. "Além de um, que acabei de comprar num leilão. Ainda não está pronto para ser alugado, mas posso mostrar a você, se estiver realmente precisando. Posso cobrar a diária com desconto, pois não tem muito conforto... Só para ajudar você até que as pousadas tenham vaga novamente".
Uma onda de alívio inundou Lacey. O cartão de visita parecia legítimo e Ivan não havia acionado nenhum alerta de esquisito em sua cabeça. A sorte dela estava mudando! Ela ficou tão aliviada que poderia ter beijado a careca dele!
"Você é um salva-vidas", disse ela, conseguindo se conter.
Ivan corou. "Talvez seja melhor esperar até ver o lugar, antes de fazer esse julgamento".
Lacey riu. "Sinceramente, quão ruim pode ser?"
*
Lacey parecia uma mulher em trabalho de parto enquanto subia a encosta ao lado de Ivan.
"É muito íngreme?" ele perguntou, parecendo preocupado. "Eu deveria ter mencionado que ficava no penhasco".
"Não tem problema", Lacey chiou. "Eu... adoro... a vista para o mar".
Durante toda a caminhada até aqui, Ivan se mostrou o oposto de um empresário astuto, mencionando várias vezes o desconto prometido (apesar de nem sequer terem discutido o preço) e repetidamente dizendo a ela para não criar grandes expectativas. Agora, com as coxas doendo pela caminhada, ela estava começando a se perguntar se ele estava certo em subestimar o chalé.
Mas isso foi só até a casa aparecer no topo da colina. Com uma silhueta preta recortada contra o céu rosa claro, estava uma alta construção de pedra. Lacey ofegou em voz alta.
"É este?" ela perguntou, sem fôlego.
"É este", respondeu Ivan.
Uma força vinda do nada subitamente impulsionou Lacey pelo resto do penhasco. Cada passo que a aproximava daquela casa cativante revelava outra característica impressionante: a encantadora fachada de pedra, o telhado de ardósia, a roseira que serpenteava nas colunas de madeira de uma varanda, a antiga porta grossa e arqueada que parecia saída de um conto de fadas. E emoldurando tudo havia o oceano brilhante e arrebatador.
Os olhos de Lacey se arregalaram e sua boca se abriu enquanto ela corria os últimos passos em direção à casa. Uma placa de madeira ao lado da porta dizia: Chalé do Penhasco.
Ivan apareceu ao lado dela com um grande chaveiro tilintando em suas mãos enquanto procurava a chave certa. Lacey parecia uma criança diante do carrinho de sorvete, esperando com impaciência para pegar o seu, quase saltitando na ponta dos pés.
"Não tenha muitas esperanças", disse Ivan pela enésima vez, finalmente encontrando a chave certa — uma de bronze enferrujado e bem grande, que parecia feita para abrir o castelo de Rapunzel — antes de girá-la na fechadura e abrir a porta.
Lacey entrou ansiosamente dentro do chalé e foi atingida pelo repentino e poderoso sentimento de voltar para casa.
O corredor era rústico, para dizer o mínimo, com tábuas de madeira não tratadas e papel de parede desbotado. Ao longo do meio da escada à sua direita, havia um tapete vermelho muito fofo com detalhes laterais dourados, como se o dono original pensasse que era uma casa imponente, e não um pequeno e pitoresco chalé. Uma porta de madeira à sua esquerda estava aberta, como se estivesse chamando-a para entrar.
"Como eu disse, está um pouco abandonado", disse Ivan, enquanto Lacey entrava na ponta dos pés.
Ela se viu em uma sala de estar. Três das paredes estavam cobertas com papel listrado nas cores verde-hortelã e branco, e a outra exibia os blocos de pedra expostos. Uma grande bay window dava para o oceano, com um assento sob medida. Um fogão à lenha com uma longa calha preta ocupava um canto inteiro, com um balde prateado ao lado, cheio de lenha. Uma grande estante de madeira ocupava a maior parte de uma parede. O sofá, a poltrona e o apoio dos pés pareciam originais, da década de 1940. O lugar estava precisando de uma boa limpeza, mas para Lacey, isso só o tornava ainda mais perfeito.
Ela girou para encarar Ivan. Ele parecia apreensivo enquanto esperava a avaliação dela.
"Eu amei!" ela exclamou.
Ivan parecia surpreso (e com uma pitada de orgulho, observou Lacey).
"Ah!" ele exclamou. "Que alívio!"
Lacey não conseguiu se conter. Emocionada, ela precorreu a sala, observando todos os pequenos detalhes. Na estante de madeira esculpida e ornamentada, havia dois livros de mistério, com as páginas enrugadas por causa do tempo. Um cofrinho de porcelana com uma ovelha e um relógio que não estava mais funcionando eram exibidos na prateleira seguinte, e embaixo havia uma delicada coleção de bules de porcelana. Era o sonho de uma fã de antiguidades que se tornava realidade.
"Posso ver o resto?" perguntou Lacey, sentindo seu coração crescer dentro do peito.
"Fique à vontade", respondeu Ivan. "Vou para o porão, resolver o aquecimento e a água".
Eles seguiram pelo pequeno corredor escuro, e Ivan desapareceu por uma porta embaixo da escada enquanto Lacey continuou até a cozinha, com o coração batendo forte.
Quando ela passou pela porta, deixou escapar uma exclamação.
A cozinha parecia vinda de um museu vivo da era vitoriana. Havia um genuíno AGA preto, tachos e panelas de latão pendurados em ganchos aparafusados no teto e uma grande tábua de carne quadrada bem no meio. Pelas janelas, Lacey podia ver um amplo gramado. Do outro lado das elegantes portas francesas, havia um pátio, onde uma mesa e uma cadeira bambas haviam sido colocadas. Lacey podia se imaginar sentada ali, comendo croissants recém-assados enquanto bebia café peruano orgânico da cafeteria gourmet.
De repente, um som alto de algo batendo a tirou bruscamente de seu devaneio. Vinha de algum lugar sob os pés de Lacey; ela sentiu as tábuas do assoalho vibrarem.
"Ivan?" Lacey chamou, voltando para o corredor. "Está tudo bem?"
A voz dele surgiu através da porta aberta do porão. "São apenas os canos. Eu acho que não são usados há anos. Pode demorar um pouco para se acomodarem".
Outro grande estrondo fez Lacey dar um salto. Mas, conhecendo a causa inofensiva, desta vez ela não pôde deixar de rir.
Ivan ressurgiu da escada do porão.
"Está tudo resolvido. Eu realmente espero que os canos não demorem muito para se ajustar", disse ele, com seu jeito preocupado.
Lacey balançou a cabeça. "Isso só aumenta o charme".
"Então, você pode ficar aqui o tempo que precisar", acrescentou ele. "Vou ficar de olho e informar se algum dos hotéis estiver disponível".
"Não se preocupe", disse Lacey. "Este chalé é exatamente o que eu não sabia que estava procurando".
Ivan deu a ela um de seus sorrisos tímidos. "Então, dez libras por noite está bom?"
As sobrancelhas de Lacey se ergueram. "Dez libras? Isso dá doze dólares, ou algo assim?"
"Muito alto?" Ivan interrompeu, corando intensamente. "Cinco, então?"
"Muito baixo!" exclamou Lacey, ciente de que estava 'pechinchando' com ele para aumentar o valor em vez de baixar. Mas a taxa ridiculamente subestimada que ele estava sugerindo equivalia a um roubo, e Lacey não se aproveitaria daquele homem doce e trapalhão que a salvara de seu momento donzela-em-perigo. "É um chalé de dois quartos. Pode ser usado até por uma família. Depois que tirar a poeira e