Amor Como O Nosso. Софи Лав

Amor Como O Nosso - Софи Лав


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medida que a tarde foi se desenhando, Keira levou Cristiano ao SOHO, onde almoçaram em um dos cafés. Cristiano pareceu gostar dessa parte da cidade em particular, principalmente dos fashionistas e das interessantes lojas de roupas. De fato, ele se encaixava muito bem com suas roupas italianas e encontrou uma jaqueta nova, notavelmente similar à que eles tinham comprado na loja em promoção depois do aeroporto, a maior diferença sendo que essa custava cinquenta dólares ao invés de dez.

      Enquanto eles almoçavam, o telefone de Keira começou a tocar. Seu primeiro instinto foi achar que era Bryn tentando encontrar uma maneira de atrai-los de volta para o apartamento. Mas quando Keira olhou para seu telefone, viu que era sua mãe ligando. Ela atendeu a ligação.

      – Querida, acabei de falar com a sua irmã – sua mãe anunciou. – Você precisa trazer o Cristiano para o jantar hoje à noite.

      – Não, mãe – Keira disse, estremecida. – Queremos passar o dia juntos. Está tudo planejado.

      – Mas eu já fui às compras – Mallory respondeu com um triste lamento na voz. – Comprei tudo para fazer lasanha.

      – Por quê? – Keira chiou. – Você nem me perguntou.

      Ela sabia por que. Se sua mãe tivesse lhe perguntando antes, ela não teria nenhuma vantagem, nenhuma barganha e nada para fazer Keira se sentir culpada. Dessa forma, ela tinha a vantagem. A recusa de Keira a fazia parecer mimada e ingrata.

      Do outro lado da mesa, Cristiano parecia preocupado. – Está tudo bem? – ele perguntou.

      Keira assentiu, tentando fingir calma. Ela falou ao telefone de novo – Mãe, tenho que ir agora. Marcamos o jantar outra hora.

      Sua mãe suspirou alto. – Você ao menos perguntou ao Cristiano se ele gostaria de me conhecer? Porque não parece que você lhe deu escolha.

      Keira rangeu os dentes. Revirando os olhos, ela levantou o olhar para Cristiano. – Minha mãe quer nos receber para jantar hoje à noite. Mas estávamos planejando ir ao restaurante da almôndega, não era? Então estou dizendo a ela que deixamos para outra hora.

      Mas ao contrário da resposta que ela estava esperando tirar dele, Cristiano pareceu animado pela perspectiva de conhecer a mãe de Keira.

      – Podemos comer as almôndegas qualquer outra hora – ele disse, dando de ombros. – Se sua mãe quer cozinhar para nós, realmente deveríamos deixar. Eu adoraria conhecê-la.

      Keira largou a cabeça em suas mãos. Com um suspiro, ela cedeu.

      – Está bem – ela disse ao telefone. – Você venceu, mãe. Nós vamos chegar às oito.

      – Sete – sua mãe corrigiu.

      – Sete – Keira repetiu com mau-humor.

      – Que maravilha! – sua mãe irrompeu. Mas Keira encerrou a ligação antes mesmo que ela acabasse de falar. Ela olhou para Cristiano. – Você não precisa ser tão educado, sabe.

      Ele riu. – Ser educado não é meu motivo, Keira. Eu gostaria muito de conhecer sua mãe.

      – Ela vai fazer lasanha. – Keira adicionou em voz seca. – Só posso presumir que é porque você é italiano.

      – Isso é perfeito – ele respondeu. – Porque eu amo lasanha.

      Keira suspirou. Cristiano podia estar preparado para conhecer mais membros de sua família pazza, mas ela não estava. Tê-lo aqui estava se tornando mais e mais estressante para ela a cada segundo.

      CAPÍTULO CINCO

      Mallory Swanson ainda morava no mesmo apartamento em que havia criado suas duas filhas. Keira sempre sentia uma estranha sensação de nostalgia quando voltava para casa. Apesar de sua infância ter sido cheia de amor e risadas, a ausência de seu pai estava sempre presente. O fato de ele ter morado naquela casa com sua mãe e Bryn antes dela ter nascido era algo que estava sempre no fundo de sua mente, porque logo após ela ter nascido ele abandonara a família. Ela tinha crescido sempre sentindo que as sombras dele espreitavam pela casa, como se as coisas não estivessem exatamente como elas deveriam.

      Ela e Cristiano pegaram um táxi direto do centro. Keira não quis voltar ao apartamento de Bryn primeiro e ter que aguentar a viagem com os três em condições apertadas, então tinha dito a sua irmã para encontrá-los lá. Pelo menos a capacidade de Bryn em ser pontual era nula, portanto eles teriam um pouco de espaço para respirar depois de chegar.

      Eles subiram os degraus do prédio de tijolos vermelhos. O apartamento do porão ainda tinha a mesma proprietária, uma mulher que havia vivido lá sua vida toda. Seus inúmeros gatos deitavam na calçada ou se empoleiravam no corrimão, miando para eles.

      Keira tocou a campainha e, no momento seguinte, sua mãe apareceu à porta. Ela vestia um avental manchado por cima das roupas e seu cabelo estava em desalinho.

      – Aqui está ela! Minha filha nômade ambulante! – Mallory exclamou. Ela lançou os braços ao redor de Keira e a apertou bem. Em seguida, soltou-a e olhou para Cristiano. – Olhe só, como você é bonito! – ela aclamou. Ela o abraçou também. – Agora, rápido, todos para dentro. Eu deixei a lasanha no forno e não quero que queime.

      Ela os conduziu para dentro. Keira subiu a escadaria sombria que levava ao apartamento no primeiro andar. Parecia mais estreita que o normal, as paredes verde-escuras mais manchadas do que ela se lembrava. Não ajudava que a maior parte das lâmpadas do corredor tinha queimado. Dava ao corredor uma atmosfera de filme de terror.

      Eles chegaram ao apartamento e foram acometidos de imediato pelo calor irradiando do forno. O cheiro de queijo forte permeava o ar.

      – Então aqui é onde você cresceu? – Cristiano perguntou, olhando educadamente o entorno do modesto apartamento de Mallory.

      Keira assentiu. Estava muito distante da casa dos pais dele nas encostas de Florença. Não havia um único móvel na casa que parecia pertencer às páginas de uma revista de decoração. Nem mesmo podia ser afirmado que a casa era um estilo rústico-chique. Era só rústico.

      Keira sentiu o peso do constrangimento pressionando-a para baixo. Ela tinha se esforçado tanto na escola e na faculdade justamente para deixar esse tipo de vida para trás. Estava preocupada que a impressão que Cristiano estava tendo dela estivesse milhões de quilômetros de distância do que ele estivera esperando quando concordou em entrar no avião com ela. Lá se vai a imagem da repórter de Nova Iorque que voa alto. Não tinha como esconder que ela tinha origens humildes agora.

      – Por que não se sentam? – Mallory gritou por cima dos ombros enquanto se ocupava na cozinha.

      Keira gesticulou para a mesa. Sua mãe havia a coberto com uma toalha estranha de vinil. Cristiano sentou em uma das cadeiras. Keira notou que ela balançou sob ele, mas claro que ele era educado demais para dizer algo.

      Mallory aproximou-se com uma travessa fumegante, colocando-a sobre a mesa. A lasanha parecia uma bagunça: o molho de tomate borbulhava através da massa, o queijo tinha queimado nas bordas. Era provavelmente um mundo de distância do que Cristiano estava acostumado a comer na Itália!

      – O que é aquilo? – Keira perguntou, apontando para pequenas bolinhas por cima.

      – Avelãs – Mallory disse.

      – Em uma lasanha? – Keira perguntou, franzindo a testa.

      – Eu li em uma revista – Mallory respondeu de forma ambivalente.

      Keira sentiu seu corpo pesando mais e mais.

      – Não devíamos esperar a Bryn? – ela perguntou a sua mãe.

      – Sete horas, eu falei – Mallory respondeu – Ela sabe ver as horas. É culpa dela se não está aqui a tempo – ela sorriu de lado para Cristiano e serviu uma taça de vinho para ele. – Espero que goste de rosé.

      Keira se encurvou em seu lugar, lembrando como


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