Uma Jóia Para Realezas. Морган Райс

Uma Jóia Para Realezas - Морган Райс


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se moveu para pegar o lugar deste.

      Emeline não havia pensado nisso. O mais poderoso deles obteve seu poder canalizando energia de outros lugares. Ela já havia ouvido falar de bruxas que roubavam vidas de outros, e Sophia parecia obter poder da própria terra. Isso até que fazia sentido, considerando quem ela era. Porém, isto… isto era uma vila inteira de pessoas com poderes canalizando-os juntos para se tornarem mais do que a soma das partes. Quanto poder eles conseguiam criar fazendo isso?

      “Olha, Cora,” ela disse, apontando. “Eles estão protegendo a vila inteira.”

      Cora observou. “Isso… qualquer um consegue fazer isso?”

      “Qualquer um com uma faísca de poder,” disse Vincente. “Se alguém normal fosse tentar, ou nada aconteceria, ou…”

      “Ou?” perguntou Emeline.

      “Sua vida seria sugada. Não é seguro tentar.”

      Emeline podia ver o desconforto de Cora ouvindo isso, mas não pareceu durar. Ela estava ocupada observando a vila a sua volta, como se tentando entender como tudo funcionava.

      “Venham,” disse Vincente. “Há uma casa vazia por aqui.”

      Ele mostrou o caminho até um chalé de pedra que não era muito grande, mas parecia grande o suficiente para as duas. A porta rangeu quando Vincente a abriu, mas Emeline acreditava que isso poderia ser consertado. Se ela conseguia aprender a guiar um barco ou um vagão, ela conseguia aprender a consertar uma porta.

      “O que nós faremos aqui?” perguntou Cora.

      Vincente sorriu. “Vocês vão viver aqui. Nossas fazendas produzem comida suficiente, e nós dividimos com qualquer um que ajude com o trabalho da vila. As pessoas contribuem com o que elas podem. Aqueles que conseguem trabalhar com metal ou madeira o fazem para construir ou vender. Aqueles que conseguem lutar, trabalham protegendo a vila, ou caçam. Nós achamos uso para qualquer talento.”

      “Eu passei minha vida passando maquiagem em nobres enquanto eles se preparavam para festas,” disse Cora.

      Vincente deu de ombros. “Bom, tenho certeza que você encontrará alguma coisa. E temos celebrações aqui também. Você encontrará um jeito de se encaixar aqui”.

      “E se a gente quiser partir?” perguntou Cora.

      Emeline olhou à sua volta. “Por que alguém iria querer partir? Você não quer, não é?”

      Ela fez o impensável então, e mergulhou na mente de sua amiga sem pedir permissão. Ela conseguia sentir suas dúvidas lá, mas também a esperança de que ficaria tudo bem. Cora queria conseguir ficar. Ela só não queria se sentir como um animal engaiolado. Ela não queria estar presa novamente. Emeline conseguia entender isso, e relaxou. Cora iria ficar.

      “Eu não,” disse Cora, “mas… eu preciso saber que isso tudo não é um truque, ou um tipo de prisão. Eu preciso saber que eu não sou uma contratada de novo, mesmo que não me chamem disso.

      “Você não é,” disse Vincente. “Nós esperamos que você fique, mas se você decidir partir, nós só pedimos que mantenha nossos segredos. Esses segredos protegem Stonehome, mais do que a névoa, mais do que nossos guerreiros. Agora, vou deixa-las se familiarizarem. Quando estiverem prontas, venham para a casa redonda no centro da vila. Flora cuida da cantina lá, e teremos comida para vocês.”

      Ele partiu, e agora Emeline e Cora podiam checar sua casa nova.

      “É pequena,” disse Emeline. “Eu sei que você costumava morar em um palácio.”

      “Eu costumava morar em qualquer canto de um palácio que eu pudesse encontrar para dormir,” respondeu Cora. “Comparado com uma dispensa ou qualquer canto vazio, isso é enorme. Apesar de que precisa de uns consertos.”

      “Nós podemos consertar,” disse Emeline, já olhando a sua volta para as possibilidades. “Nós atravessamos metade do reino. Nós podemos fazer um chalé melhor para morarmos.”

      “Você acha que Kate ou Sophia algum dia virão pra cá?” perguntou Cora.

      Emeline estava se perguntando a mesma coisa. “Eu acho que Sophia estará ocupada em Ishjemme,” ela disse. “Com sorte, ela realmente encontrou sua família.”

      “E você encontrou a sua, mais ou menos,” disse Cora.

      Isso era verdade. As pessoas lá fora talvez não fossem seus familiares de verdade, mas pareciam ser. Eles haviam sentido o mesmo ódio do mundo, a mesma necessidade de esconder-se. E agora, eles estavam lá um para o outro. Era o mais próximo de uma família que Emeline havia encontrado.

      Isso fazia de Cora família também. Emeline não queria que ela se esquecesse disso.

      Emeline a abraçou. “Essa pode ser uma família para nós duas, eu acredito. É um lugar em que nós duas seremos livres. É um lugar em que nós duas estaremos seguras.”

      “Eu gosto da ideia de estar segura,” disse Cora.

      “Eu gosto da ideia de não ter mais que atravessar o reino inteiro procurando esse lugar,” respondeu Emeline. Ela estava farta de viajar a essa altura. Ela olhou para cima. “Nós temos um teto.”

      Depois de tanto tempo viajando, até isso parecia um luxo.

      “Nós temos um teto,” concordou Cora. “E uma família.”

      Parecia estranho poder dizer isso depois de tanto tempo. Era suficiente. Mais do que suficiente.

      CAPÍTULO QUATRO

      A Viúva Rainha Maria da Casa de Flamberg estava sentada no seu saguão de entrada, tentando com dificuldade conter a fúria que ameaçava consumi-la. Fúria pela vergonha dos últimos dias, fúria pelo modo que seu corpo a traía, tossindo sangue em um lenço de renda. Acima de tudo, fúria por filhos que não faziam o que ela havia ordenado.

      “Príncipe Rupert, sua majestade,” anunciou um criado, enquanto seu filho mais velho adentrava o saguão de entrada, olhando para todos como se esperando elogios por tudo que havia feito.

      “Parabenizando-me pela minha vitória, Mãe?” perguntou Rupert.

      A Viúva adotou seu tom de voz mais seco. Era a única coisa que a impedia de gritar nesse momento. “É costumeiro curvar-se em reverência.”

      Isso foi o suficiente para que Rupert parasse de repente, encarando-a com um misto de surpresa e raiva antes de tentar uma breve reverência. Bom, que ele se lembre quem é que manda aqui. Ele parecia ter se esquecido completamente nos últimos dias.

      “Então, você quer que eu o parabenize, é isso?” perguntou a Viúva.

      “Eu ganhei!” insistiu Rupert. “Eu fiz o ataque recuar. Eu salvei o reino.”

      Ele fez parecer como se fosse um cavaleiro voltando de uma grande missão dos velhos tempos. Bem, aqueles tempos já haviam se passado.

      “Seguindo o seu próprio plano irresponsável ao invés do que havíamos combinado,” disse a Viúva.

      “Funcionou!”

      A Viúva esforçou-se para conter seu humor, pelo menos por enquanto. Embora estivesse cada vez mais difícil.

      “E você acha que a estratégia que eu havia escolhido não teria funcionado?” ela reivindicou. “Você acha que eles não teriam se rompido contra nossas defesas? Você acha que eu deveria estar orgulhosa do massacre que você causou?”

      “Um massacre dos inimigos, e daqueles que não queria lutar,” argumentou Rupert. “Você acha que eu não ouvi histórias sobre as coisas que você já fez, Mãe? Histórias sobre as matanças dos nobres que apoiavam os Danses? Do seu acordo que permitia que a Igreja da Deusa Mascarada matasse qualquer um que eles julgassem maus?”

      Ela não deixaria seu filho comparar essas coisas. Ela não discutiria sobre as duras necessidades do passado com um garoto que não havia sido mais que um bebê de colo durante a mais recente delas.

      “Era


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