Guerreiro Místico. Brenda Trim

Guerreiro Místico - Brenda Trim


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grand finale. Ora, aposto que foi registrado na escala Richter dos humanos.

      Ouviu-se o som de pedras se atritando e Jace percebeu que era Elvis falando.

      — Essa é a caverna mais doce que saqueei por um bom tempo, querida. Tenho certeza de que está feliz por ter se transferido para cá – trovejou Elvis.

      Essa era a ideia que ele fazia de uma conversa íntima? De repente, sua grande cabeça cinza girou na direção deles.

      — Rei Vampiro, você tem sorte de não nos ter interrompido, ou perderia um membro ou dois – continuou Elvis, enquanto se afastava do ogro fêmea.

      — Maldição. Perder um membro seria preferível a ter minhas órbitas sangrando pelo que vi. Elvis, você arruinou a felicidade da minha Véspera. Estou surpreso que a Rainha permita que você use seu portal dessa forma – rebateu Zander.

      — A mágica que o portal tem provoca uma vibração irresistível. Não é verdade, Priscilla? – murmurou Elvis, ignorando Zander.

      Jace estremeceu ao pensar onde aquele fusca tinha estado. Não havia alvejante suficiente para remover aquela imagem de seu cérebro.

      — Hmmm, sim, provoca. Quem são essas criaturas bonitas, Elvis? – ronronou o ogro fêmea.

      — Seu nome é Priscilla? Assim como Elvis e Priscilla Presley? – Jace deixou escapar.

      — Sim, mas sou muito mais bonito do que aquela doninha humana. O que você quer? – perguntou Elvis, lacônico. – Temos muito que fazer antes que o amanhecer nos transforme em pedra.

      Zander tirou um grande pingente de rubi do bolso e estendeu a oferenda para o ogro.

      — Houve um incidente com a irmã da minha rainha e precisamos de uma audiência com sua Alteza.

      — Oooh, isso é lindo – gritou Priscilla, e Jace estremeceu ao ouvir o tom.

      Era como ouvir unhas arranhado um quadro-negro e o tom agudo não combinava com seu grande corpo.

      Aparentemente, Elvis estava ansioso para voltar às suas atividades extracurriculares, pois não perdeu tempo, pegando o rubi e chamando a Rainha. Os olhos de Elvis brilhavam como prata, tornando-se maiores do que calotas e uma névoa envolveu a área ao redor do fusca.

      O coração de Jace saltou de esperança quando Zander se inclinou e sussurrou:

      — A Rainha virá se encontrar conosco.

      Jace reprimiu o desespero quando a encantadora Rainha Fada emergiu do veículo. Distraído, ele se perguntou se a engenhoca cheirava mal, dado onde estivera.

      — Zander Tarakesh, que surpresa. Não esperava vê-lo em uma noite tão importante. Espero que sua cerimônia de acasalamento não tenha sido interrompida – murmurou Zanahia, chamando sua atenção.

      Os longos cabelos loiros da rainha fluíam livremente por suas costas e sua coroa de prata combinava com os olhos prateados. Jace nunca a tinha visto e teve que admitir que a Rainha Fada era hipnotizante.

      — Vossa Alteza. – Zander curvou-se e pegou a mão de Zanahia, beijando os dedos pálidos. – A cerimônia foi concluída, mas nossa noite foi interrompida quando Elsie teve uma visão sobre a irmã, Cailyn. Vou direto ao ponto. Meus feiticeiros me disseram que Cailyn está sob algum tipo de feitiço das fadas, e como sabe, Aquiel é o responsável. Preciso da sua ajuda para revertê-lo.

      — Fico feliz em saber que a cerimônia correu bem. Você deve me contar sobre a experiência. Certamente, há algo novo a ser aprendido, dada a singularidade de sua companheira. – O interesse da Rainha era sincero, mas Jace sentiu uma certa inquietação percorrer sua espinha com esse interesse.

      Jace entendia a necessidade de política e sutilezas, mas sentia vontade de gritar. Não tinham tempo para aquela conversa. Cailyn precisava de ajuda naquele momento. Ele não havia sentido ansiedade ou medo desde sua prisão, mas havia sido golpeado por ambos em relação à condição de Cailyn. Quanto mais Cailyn ficava sob a magia, pior se tornava. Ele temia que quanto mais demorassem, maior a chance de ela não sobreviver. Era humana, e o tempo não era amigo dela.

      — Com todo o respeito, Zanahia, não tenho tempo para compartilhar nada sobre meu acasalamento agora. Cailyn está com problemas e precisamos agir rapidamente para ajudá-la – interrompeu Zander. Jace ficou aliviado por Zander ter ido direto ao assunto.

      — Sim, claro. Peço desculpas, estou tão curiosa sobre seu acasalamento quanto todos os demais. Afinal, foi um acontecimento importante. Com relação a Cailyn, temo não ser de muita ajuda. Tudo o que posso dizer é que a sua única opção é procurar a Rainha Vudu. No entanto, é uma viagem perigosa, quase impossível. Não posso dizer mais nada. Devo me proteger e proteger o meu povo, você entende – divulgou Zanahia, e então um sorriso irônico se espalhou por seu adorável rosto.

      O sorriso continha mais veneno do que suas palavras inofensivas. Jace não parou para considerar o humor dela. Eles tinham um lugar por onde começar e, se os boatos fossem verdadeiros, a viagem para Marie Laveau seria mortal.

      Até onde sabia, a Rainha Vudu era um mito. assim, ele não fazia ideia de como encontrá-la. Vasculhou o cérebro por outras opções, mas não havia nenhuma.

      — Não temos tempo para ir a Nova Orleans e procurar Marie Laveau. Cailyn não está estável o suficiente para fazer o que certamente será uma jornada traiçoeira. Se não nos ajudar, ela vai morrer – praguejou Jace, impetuosamente.

      O suor escorria por suas costas enquanto o coração martelava de ansiedade contra as costelas.

      — Calma, Jace. Zanahia, certamente há algo mais que possa oferecer. Sei que não quer ver uma inocente sofrer – implorou Zander, tentando apelar para a empatia da Rainha.

      Zander perdera a cabeça, se achava que aquela mulher iria dar-lhes alguma informação útil.

      A Rainha fez uma pausa e juntou as mãos na frente do corpo.

      — Realmente sinto muito, Zander. Não tenho mais nada a dizer – declarou, subindo mais uma vez no fusca e desaparecendo.

      — Ah, isso é muito ruim, rapaz das presas. Agora, saia, a menos que vocês dois queiram nos observar – afirmou Elvis, enquanto agarrava os seios enormes de Priscilla e os apertava.

      Eles não conseguiriam sair de lá rápido o suficiente.

      Capítulo Cinco

      Elsie sentou-se na cama ao lado de Cailyn e colocou a cabeça no colo da irmã, como faziam inúmeras vezes quando eram crianças. Foi necessário algum esforço, mas Cailyn estendeu a mão e acariciou os longos cabelos cacheados de Elsie. Elas compartilhavam um vínculo especial devido às suas habilidades únicas. Quando eram pequenas, era Cailyn a quem Elsie procurava quando era provocada pelos colegas, o que acontecia constantemente. Era a irmã mais velha, e protegia Elsie como uma leoa protegendo os filhotes.

      Elsie tinha premonições desde que Cailyn conseguia se lembrar, e as outras crianças a xingavam e a rejeitavam por causa disso. Cailyn aprendeu desde cedo a manter a ocultar dos outros a sua capacidade telepática e, na sequência, disse a Elsie para não dividir suas premonições com ninguém, além dela.

      Não precisou de muito tempo para que os pais de Cailyn a ameaçassem de levá-la a um psiquiatra, então ela passou a fingir que era normal. Não tinha ninguém cuidando dela e garantiu que a sanidade de Elsie nunca fosse questionada. Cailyn era o sistema de apoio de Elsie e lutaria contra qualquer um que desafiasse a estabilidade da irmã.

      Não era fácil ser diferente. Tinha sido difícil para Cailyn fazer amigos quando criança, quando sabia o que as outras crianças estavam pensando, tanto as boas quanto as más. A coisa só piorou quando se tornou uma adolescente e podia sair para namorar. Na maioria das vezes, os namoros eram de curta duração porque ela não fazia o tipo que se sentava para jantar com alguém que ficava pensando em seus seios ou em fazer sexo com ela. Ela


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