O Segredo Da Mente E Do Corpo. Gianluca Pistore
Das Duas Américasâ.
"Devagar rapaz, vamos com uma coisa de cada vez. Já lhe disse que não faço milagres, você quer vencer o concurso mais importante de pesos americano em menos de um ano e partindo sem nenhuma base?" Que pessoa hilariante. Talvez nunca tenha se visto no espelho, eu nunca teria nem permitido de se inscrever no torneio de braço de ferro do bairro.
"O senhor não entende. Eu preciso disso. Quer me ajudar ou não?" apressou-se em dizer com raiva nos olhos que eu nunca tinha visto antes.
O primeiro instante de confusão esvaneceu logo depois: âRapaz, você não consegue, deixa para lá. Se quer fazer esporte, posso lhe ajudar mas tire da cabeça estas paranóias estúpidasâ.
Olhou para mim com lágrimas nos olhos: âo senhor não é bom para nada! O senhor de esporte não entende nada! Limita-se a olhar como estou agora, não consegue me imaginar mais forte e não consegue nem ver além deste meu corpo a raiva, a motivação e a dor que tenho dentro de mim....â Acenou como se fosse dizer mais alguma coisa, depois se virou e se dirigiu com passo firme para a saÃda.
Eu o chamei âRapaz! Espere um minuto... qual seria esta grande motivação? Então, vejamos... para que lhe serve vencer a competição mais importante de levantamento de pesos americana, você quer por acaso demonstrar alguma coisa à sua namorada?â "Não me importo de vencer coisa nenhuma. Eu preciso do prêmio de 80 mil dólares em disputa, para salvar meu irmão mais novo da rua! Eu e meu irmão nascemos em uma famÃlia extremamente pobre, como tantas aqui nas comunidades do Rio. Na nossa comunidade, acontecem invasões de equipes da polÃcia, os esquadrões da morte, quase todo santo dia. Tento manter meu irmão mais novo afastado do bando, mas é difÃcil. O nosso pai morreu em uma ronda da polÃcia, morto por um tiro perdido dirigido a um traficante de drogas que vivia a cinquenta metros depois de nós. A nossa mãe, depois da sua morte, caiu em um estado de depressão forte e não consegue manter toda a famÃlia. Quem nos dá uma mão são os missionários de São Francisco, mas não pode continuar assim. Tento conseguir alguma coisa trabalhando com um carpinteiro amigo do meu pai, mas o que eu ganho não me permite nem me matricular na academia! Meu irmão, a poucos meses, começou a fazer parte de um bando de traficantes sob o controle de Ramires, um dos maiores e mais cruéis traficantes de drogas da nossa comunidade", enquanto falava, os olhos se iluminaram, transparentes e eu entendi o que ele estava sentindo no seu coração. A sua era a encarnação de uma tristeza de uma história como muitas. Os punhos cada vez mais cerrados sobre suas pernas. "Eu tento explicar para ele que continuando assim, fará mal só a ele e nós que lhe queremos bem, mas ele ignora as minhas sugestões. Tentei ir falar com o pessoal do bando dele mas recebi antes advertências de não meter meu nariz e depois, um nariz partido!" fechou os olhos com a lembrança daquelas experiências desagradáveis. "Quero vencer por ele, pela nossa mãe... Quero levá-los para longe daqui! E o senhor é o único que pode me fazer alcançar este objetivo e é o único que nunca se dobrou aos abusos e que os bandidos respeitam..."
Parecia diferente dos comuns valentões que vinham na academia. "Rapaz, a vida não é fácil para ninguém. Saiba que se for treinado por mim, você vai cuspir sangue. Serão os 10 meses mais duros da sua vida. A sua mãe lhe deu a vida, eu vou reprogramá-la. Eu transformo moleques em verdadeiros homens, independente da idade. Você vai se tornar um homem, mas antes terá que voltar a ser criança, chorar, pedir piedade e ninguém vai lhe ajudar. Estará em luta com você mesmo antes de ficar pronto para combater com o mundo. Não haverá ninguém que irá levantá-lo do chão. Terá que fazer isso sozinho. Terá que reagir e aprender a se levantar sobre suas próprias pernas. Vou lhe ensinar que na vida, nunca devemos nos render. Nunca deve abaixar a guarda, nunca deve se render, nunca amolecer. Entendeu, garoto? Você é capaz de resistir a tudo isso?"
"Vamos começar!" Respondeu apreensivo, Carlos.
"Bom, venha amanhã de manhã cedo, antes de ir trabalhar, aqui, na minha arena e falaremos sobre o que iremos fazer. à tudo por enquanto."
Pouco antes de sair da academia, porém, eu o parei. "Daqui a uma semana, você fará contato com uma pessoa especial que lhe poderá dar uma grande ajuda. à um treinador de mentes."
"à um desses médicos de loucos?" acrescentou logo, Carlos com ar depreciativo.
"Não, pior. Por enquanto, vá para casa e descanse. Amanhã, nos veremos."
Eu olhei para ele pelas vidraças da academia, saindo com os ombros curvos, o peito parece que não o tinha. Cabeça baixa. âHá
muito trabalho a fazerâ pensei. O primeiro que deveria acreditar em conseguir era ele mesmo.
CAPITOLO 2
No dia seguinte, Carlos chegou pontualmente na academia. Usava um macacão, sapatos de ginástica e arrastava uma grande bolsa.
"Pelo amor de Deus, meu filho, o que você carrega naquela bolsa?" Eu lhe perguntei.
"Bem, eu peguei todo o dinheiro que tinha guardado e gastei com a roupa e por isso... aqui está o que encontrei como integração, o cinto de contenção para pesos, alguns livros que eu trouxe para lhe mostrar e a minha troca de roupa..."
"Uhm, em primeiro lugar, dividiremos tempo e emoções juntos, assim é importante que me veja como um amigo. Depois, acho que esta sessão vamos dedicá-la completamente às explicações."
"Mas como, não começamos? Mas temos pouco tempo à disposição!" Disse com veemência o rapaz.
"Carlos, Carlos, eu treinei tantas pessoas antes de você. Conheço o tempo que é necessário para se tornar mais forte. Sei que sem uma boa base mental, você será destinado ao insucesso e tenho conhecimento que você, agora como é, está cheio de convicções erradas." E continuei logo. "Em primeiro lugar, não quero mais ver você entrar aqui com aqueles sapatos de fitness boy. Nunca mais permita-se profanar este templo. Sabe que aqui lutaram os melhores gladiadores e pioneiros do nosso amado esporte? Comece a sentir as suas almas dentro de você quando estiver treinando! Use uma roupa decente quando colocar os pés aqui. Use estes!" Disse jogando aos seus pés sapatos comuns de trabalho com a ponta reforçada com ferro.
Carlos se dobrou para pegá-las e fez uma cara de aborrecido "Ouh, mas o que... Quanto pesam! Para que servem?"
"Servem para lhe fazer voltar para casa com os seus pés! Se tivesse que acidentalmente cair um disco de 25 quilos sobre seus dedos do pé, você seria obrigado a andar sobre os calcanhares pelo resto da sua vida e não seria uma bela cena a ser vista".
Carlos, com o rosto perturbado, se apressou em calçar os sapatos de trabalho.
"Bom, como primeira lição faremos a "Liberação do lixo cerebral". Explique-me como treinou neste perÃodo, se algum dia o fez, como se sustentou com a alimentação e conte-me o seu estilo de vida geral." Animei-o a contar.
"Sim, tenho hoje aqui comigo alguns livros para lhe mostrar..." e abri a bolsa para pegar alguns livros cuja capa já não prometia nada de bom.
"Mmmh, entendo. E, observando estes textos vou entender como você treinou?" Respondeu prontamente.
"Sim, segui o programa do super campeão do Mr. Olympia para ter braços de fazer medo, depois esta outra ficha, do bombeamento quântico, do Mr. Universo e..." disse enquanto segurava com muito entusiasmo todas aquelas revistas brilhantes da sua bolsa e as vomitava sobre a mesa.
"Pelo amor de Deus, meu filho, chega. Eu já lhe