Em Busca de Heróis . Морган Райс

Em Busca de Heróis  - Морган Райс


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poder.”

      “Mas eu não tenho o poder de curar.” Thor respondeu perplexo.

      “Não tem?” Argon replicou.

      “Eu não entendo. Nada disso faz sentido.” Thor disse cada vez mais impaciente… “Por favor, diga-me.”

      Argon desviou o olhar.

      “Algumas coisas você deverá aprender ao longo do tempo.”

      Thor pensou em algo.

      “Isso significa que eu posso se unir à Legião do rei?” Ele perguntou, animadamente.

      “Certamente, se eu posso matar um Sybold, então eu posso me sair bem junto com os outros meninos.”

      “Certamente você pode.” Ele respondeu.

      “Mas eles escolheram meus irmãos – eles não me escolheram…”

      “Seus irmãos não poderiam ter matado esta fera.”

      Thor olhou em volta, pensando.

      “Mas eles já me rejeitaram… Como posso me juntar a eles?”

      “Desde quando um guerreiro precisa de convite?” Argon perguntou.

      Suas palavras mergulharam bem no íntimo de Thor. Thor sentiu seu corpo aquecer-se.

      “Você está dizendo que eu deveria simplesmente aparecer? “Sem ser convidado?”

      Argon sorriu.

      “Você cria o seu destino. Os outros não o fazem.”

      Thor piscou – e um momento depois, Argon já se havia ido. Outra vez.

      Thor girou ao redor, olhando em todas as direções, mas não havia nenhum vestígio dele.

      “Por aqui!” ouviu-se uma voz.

      Thor se virou e viu uma enorme rocha diante dele. Ele sentiu que a voz vinha de lá em cima e imediatamente escalou a pedra gigantesca.

      Ele subiu até o topo e ficou confuso ao não ver nenhum sinal de Argon.

      Porém, desde essa posição vantajosa, ele era capaz de ver por cima das copas das árvores de Darkwood. Ele via onde terminava Darkwood, viu o segundo sol de um verde escuro e mais além, a estrada que levava até a corte do rei.

      “Esse é o seu caminho.” Disse a voz. “Se você se atrever.”

      Thor virou-se, mas não viu nada. Era só uma voz ecoando. Mas ele sabia que Argon estava, em algum lugar, incitando-o. E sentia, bem no fundo, que ele estava certo.

      Sem hesitar por mais um momento, Thor desceu da rocha e tomou o rumo do bosque, em direção à estrada distante.

      Ele corria para o seu destino.

      CAPÍTULO TRÊS

      O Rei MacGil – corpulento, o peito forte como um barril, de barba cinzenta e espessa, com a qual seu longo cabelo combinava perfeitamente e uma testa larga, marcada por muitas batalhas – estava de pé nas muralhas mais altas do seu castelo e ao lado dele estava a rainha, ele presenciava as florescentes festividades do dia. Os jardins reais se estendiam abaixo em toda a sua glória, chegando até onde a vista podia alcançar, uma cidade próspera, amuralhada por antigas fortificações de pedra. A Corte do Rei. Interligados por um labirinto de ruas sinuosas assentavam-se edifícios de pedras de todas as formas e tamanhos. – destinavam-se aos guerreiros, zeladores, cavalos, ao Exército Prata, à Legião, aos guardas do quartel, à Casa de Armas, ao arsenal – e entre eles, havia centenas de moradias para a multidão de pessoas que tinha escolhido viver dentro das muralhas da cidade. Entre essas ruas se estendiam hectares de grama, jardins reais, praças pavimentadas, fontes transbordantes. A corte do rei havia melhorado durante os séculos, graças a seu pai e ao pai dele – e encontrava-se agora no auge de sua glória. Sem dúvida, era agora a fortaleza mais segura no seio do Reino Ocidental do Anel.

      MacGil foi abençoado com os melhores e mais leais guerreiros que qualquer rei já tinha conhecido e em sua vida, ninguém tinha ousado um ataque. O sétimo MacGil a ocupar o trono. Ele o havia ocupado bem por trinta e dois anos de reinado, tinha sido um rei bom e sábio. A terra tinha prosperado grandemente em seu reinado. Ele havia duplicado o seu exército, expandido suas cidades, brindando ao seu povo muitos benefícios e nem uma única reclamação poderia ser ouvida entre o seu povo. Ele era conhecido como o rei generoso e nunca tinha havido um período de graça e paz assim, desde que ele assumira o trono.

      O que, paradoxalmente, era precisamente o que mantinha MacGil desperto à noite. Visto que MacGil conhecia sua história: em todas as épocas, nunca houve uma fase tão longa sem uma guerra. Ele já não se perguntava se haveria um ataque – mas quando ocorreria. E de quem seria.

      A grande ameaça, claro, provinha de mais além dos limites do Anel, do império de selvagens que governava as regiões selvagens mais afastadas, os quais tinham subjugado todos os povos de fora do Anel, além do Canyon. Para MacGil e as sete gerações anteriores a ele, os selvagens nunca representaram uma ameaça direta. Devido à geografia única de seu reino, em forma de perfeito círculo – um anel— separado do resto do mundo por um profundo desfiladeiro de uma milha de largura e protegido por um escudo de energia que tinha estado ativo desde que o primeiro MacGil governou. Eles tinham pouco a temer os selvagens. Eles tinham tentado atacar muitas vezes e penetrar o escudo, cruzar o desfiladeiro; nunca foram bem sucedidos. Enquanto ele e seu povo permanecessem dentro do Anel, não haveria nenhuma ameaça externa.

      No entanto, isso não significava que não houvesse nenhuma ameaça interna. E isso era o que mantinha MacGil em vigília à noite, ultimamente. Esse, na verdade, era o propósito das festividades do dia de hoje: o casamento de sua filha mais velha. Um casamento arranjado especificamente para apaziguar seus inimigos, para manter a frágil paz entre os Reinos do lado Oriental e Ocidental do Anel.

      Enquanto o Anel estendia-se por cerca de quinhentas milhas em cada sentido, estava dividido ao meio por uma cadeia de montanhas. As Highlands. Do outro lado das Highlands situava-se o Reino Oriental, o qual governava a outra metade do Anel. E esse reino, governado por séculos por seus rivais, os McClouds, sempre tentou quebrar sua frágil trégua com os MacGils. Os McClouds estavam descontentes, insatisfeitos com a sua sorte, convencidos de que as terras do seu lado do reino eram menos férteis. Eles contestaram as Highlands também, insistindo que toda a cadeia de montanhas lhes pertencia, quando pelo menos metade dela era propriedade dos MacGils. Havia atritos perpétuos na fronteira e constantes ameaças de invasão.

      Quando MacGil ponderava sobre tudo isso, ele se irritava. Os McClouds deveriam estar felizes; eles estavam seguros dentro do Anel, protegidos pelo desfiladeiro; eles situavam-se em terras privilegiadas e não tinham nada a temer. Por que eles não podiam contentar-se com sua própria metade do Anel? Pela primeira vez na história, os McClouds não tinham ousado realizar um ataque, mas isso era apenas porque MacGil tinha constituído um exército muito poderoso. Porém MacGil, como rei sábio que era, sentia algo no horizonte; ele sabia que essa paz não poderia durar por muito tempo… Assim, ele tinha arranjado esse casamento: o de sua filha mais velha com o príncipe mais velho dos McClouds. E agora havia chegado o dia.

      Quando ele olhou para baixo, viu espalhados milhares de súditos vestidos com túnicas coloridas, em grupos de todos os cantos do reino, de ambos os lados das Highlands. Praticamente todo o Anel afluía à suas fortificações. Seu povo tinha se preparado durante meses, ele mandou fazer tudo parecer próspero e forte. Esse não era apenas o dia de um casamento; era um dia para enviar uma mensagem para os McClouds.

      MacGil supervisou suas centenas de soldados alinhados estrategicamente ao longo das muralhas, nas ruas, ao longo dos muros, mais soldados do que ele jamais poderia precisar – e se sentiu satisfeito. Era a demonstração de força que ele desejava. Mas ele também se sentia a beira de um conflito; o ambiente estava carregado, pronto para uma escaramuça. Ele esperava que ninguém de cabeça quente, exaltado pela bebida, se levantasse em nenhum dos lados.

      Ele examinou os campos de torneios, campos de jogos e pensou no dia seguinte, cheio de jogos, torneios e todos os tipos de festas. Eles seriam intensos. Os McClouds certamente apareceriam com o seu próprio pequeno


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