Predestinada . Морган Райс

Predestinada  - Морган Райс


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mesma faculdade, seriam dama de honra do casamentos uma da outra e que morariam sempre perto.

      Maria sempre tivera tanta certeza sobre suas amizades, sobre Scarlett, sobre tudo.

      E então, nas últimas semanas, tudo de repente caiu por terra, sem aviso prévio. Scarlett tinha roubado Sage bem debaixo de seu nariz, o único garoto por qual Maria tinha ficado realmente obcecada em muito tempo. O rosto de Maria corou ao se lembrar da humilhação; Scarlett a fizera parecer uma idiota. Ela ainda estava tão brava com sua amiga por isso, achava que nunca iria perdoá-la.

      Maria se lembrou de sua última briga, Scarlett se defendera, disse que Sage gostava dela e que ela não queria roubá-lo. No fundo, uma parte de Maria sabia que provavelmente ela estava certa. Ainda assim, ela precisava culpar alguém, era muito mais fácil do que culpar a si mesma.

      Alguém esbarrou nela e Maria escorregou da pilha de abóboras, caindo no chão, sua calça jeans ficou suja de barro.

      “Cuidado!”, ela gritou, irritada.

      Ela olhou e viu que era um dos garotos bêbados. Várias pessoas de sua classe estavam reunidas ali, como sempre faziam por tradição. Um dia após a festança de outono, havia o evento de colheita de abóboras da escola. Todo mundo sabia que ninguém realmente colhia abóboras, todos apenas se sentavam ao redor do campo de abóboras, enchiam a barriga de cidra de maçã quente e donuts, enquanto uma parte da classe misturava sua cidra com gin. E foi um desses rapazes que tinha esbarrado nela. Ele sequer havia percebido o que fizera, aumentando mais ainda o insulto, e saiu cambaleando por ai. Maria o conhecia e sabia que todos aqueles meninos daquela idade que já bebiam assim acabariam não fazendo nada com suas vidas de qualquer maneira e, pelo menos por isso, ela se consolava.

      Maria precisava esfriar a cabeça. Ela não agüentava mais passar por tudo aquilo. Só queria fugir. Ela ainda estava muito chateada e agora ela sequer sabia o porquê. Perder sua melhor amiga, mesmo com Jasmine e Becca ali, a fazia se sentir deslocada. E, para piorar, ela ainda se sentia atraída por Sage. Pensar nele a estava deixando louca.

      Maria se levantou e começou a andar.

      “Onde você vai?”, perguntou Jasmine.

      Maria deu de ombros.

      “Só vou tomar um pouco de ar fresco.”

      Maria abriu caminho através da multidão, indo cada vez mais longe, para fora no campo da fazenda nos arredores da cidade, ela olhou para todos aqueles alunos segurando canecas, sentados por ali e rindo, todos pareciam tão felizes. Todos, menos ela. Naquele momento, ela odiava todos eles.

      Maria chegou à beira da multidão e continuou andando, até encontrar um bloco de feno solitário na base da plantação de milho.

      Ela colocou a cabeça entre as mãos e segurou as lágrimas. Estava se sentindo deprimida e não sabia o porquê. Principalmente, ela pensou, era porque Scarlett estava fora de sua vida. Ela costumava mandar lhe mensagens de texto centenas de vezes por dia. Ela também não entendia por que tudo tinha acontecido daquele jeito. E ela não podia parar de pensar em Sage, mesmo sabendo que ele não gostava dela. Ela fechou os olhos e desejou fortemente que ele aparecesse.

      Sage, eu daria qualquer coisa, ela pensou. Venha aqui. Eu quero você. Eu preciso de você.

      “O que uma garota tão bonita como você está fazendo sentada aqui sozinha?”, veio uma voz sombria e sedutora.

      Maria se encolheu ao abrir os olhos e ficou completamente chocada quando viu o que estava a sua frente. Não era Sage. Mas era um rapaz, se possível, ainda mais belo que Sage. Ele usava botas de couro pretas, calças de couro pretas, camiseta preta, um colar preto de dentes de tubarão e uma jaqueta de couro também preta. Ele possuía olhos castanhos, cabelos castanhos e ondulados e tinha um pequeno sorriso, perfeito. Tinha mais sex appeal do que qualquer outro garoto que ela já tinha visto: parecia uma estrela do rock que tinha pisado fora do palco apenas para ela.

      Maria piscou várias vezes e olhou ao seu redor, se perguntando se aquilo era uma piada. Mas ela era a única lá, ele estava falando com ela e com mais ninguém. Ela tentou responder, mas suas palavras ficaram presas em sua garganta.

      “Bonita?”, foi tudo o que ela conseguiu responder, seu coração batia rápido em seu peito.

      Ele riu, e foi mais o som bonito que ela já tinha ouvido.

      “Vamos lá, eles estão se divertindo tanto. Por que você não?”

      Rapidamente, ele se aproximou dela graciosamente, estendeu-lhe a mão e, mesmo sem perceber, ela pegou a mão dele, se levantou da pilha de feno e o seguiu, logo, os dois estavam andando de mãos dadas pela plantação de milho. Ela estava tão atraída por ele que sequer parou para pensar nem percebeu que aquilo não era exatamente normal. Sua fantasia havia se materializado e a tinha surpreendido completamente. Mas ela não estava exatamente a ponto de começar a fazer perguntas.

      “Um… Quem é você?”, ela perguntou, hesitante, com a voz trêmula, arrebatada pela sensação de sua mão na dela.

      “Eu estava procurando um par para a plantação de milho,” ele disse com um sorriso quando eles adentraram a plantação. “Este é o meu dia de sorte. Maria, certo?”

      Ela olhou para ele, admirada.

      “Como você sabe o meu nome?”

      Ele abriu um sorriu e riu.

      “Você vai logo saber mais sobre mim”, disse ele, “eu sei quase tudo. E, sobre o meu nome: você pode me chamar de Lore.”

*

      Lore caminhou lado a lado com a amiga de Scarlett, impressionado de como fora fácil seduzi-la. Os seres humanos eram muito frágeis, muito ingênuos, aquilo realmente não era justo. Ele  quase não precisara usar seus poderes e, em poucos segundos, ele a tinha na palma de sua mão. Uma parte dele queria se alimentar dela, drenar a energia de seu corpo e depois descartá-la como ele tinha feito com outros seres humanos.

      Mas outra parte lhe dizia para ser paciente. Afinal, ele tinha voado por todo o campo e pousara apenas para ela. Lore estava procurando uma maneira de conseguir Scarlett e, ao voar, ele sentiu fortes sentimentos de Maria pairando no universo; ele sentiu seu desejo por Sage, seu desespero. Isto o atraiu como um ímã.

      Lore tinha visto Maria com seus olhos de águia no alto e, ao mergulhar, ele percebeu que ela seria a armadilha perfeita, afinal, alguém tão só, tão vulnerável e tão próxima de Scarlett. Se alguém conhecia uma maneira de encontrar Scarlett, este alguém era ela. Lore decidiu que faria amizade com ela, a usaria para encontrar Scarlett e, depois de usá-la, ele iria matá-la. Nesse meio tempo, ele poderia muito bem se divertir com ela. Aquela humana patética iria acreditar em qualquer fantasia que ela quisesse.

      “Hum… Eu não entendo…”, disse Maria, enquanto caminhavam, com a voz trêmula, nervosa. “Explique-me novamente. Você disse que você é tipo… novo por aqui?”

      Lore riu.

      “De certa forma”, disse ele.

      “Então, você vai tipo frequentar nossa escola?”, perguntou ela.

      “Eu não acho que eu tenha tempo para escola”, ele respondeu.

      “O que você quer dizer? Você não é da minha idade? “, ela indagou.

      “Sou. Mas eu terminei a escola há muito tempo.”

      Lore quase disse séculos atrás, mas ele se deteve no último segundo, por sorte.

      “Muito tempo atrás? O que você quer dizer? Você é um gênio ou algo assim?”, ela o olhou  com olhos arregalados e admirados, e ele sorriu de volta para ela.

      “Algo parecido com isso”, disse ele. “Então, suas amigas estão lá atrás, na festa?”, acrescentou.

      Maria assentiu.

      “Sim, todas, exceto… Bem, eu não sou amiga dela mais, então sim, todas.”

      “Exceto o que?”, perguntou Lore, intrigado.

      Maria corou.

      “Bem,


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