Predestinada . Морган Райс
mais um castelo do que uma casa. Suas quinze chaminés se projetavam para o céu como um farol para o paraíso. Scarlett nunca tinha percebido o quão bela era casa de Sage até vê-la do alto.
Scarlett voou para baixo, mergulhando, seu coração batia forte, estava nervosa. Será que Sage ainda queria vê-la de novo? E se ele não quisesse? Se não, ela não saberia para onde ir.
Scarlett desembarcou diante da porta da frente, descendo suavemente, suas asas foram retraindo, ela olhou para o edifício de pedra – e ao fazê-lo, ela sentiu seu coração congelar por dentro. Ela não conseguia entender o que estava vendo: a casa inteira, cada parte dela, estava com tábuas de madeira na frente. No lugar dos belos vidros ornamentados, havia madeiras compensadas, apressadamente pregadas; no lugar de toda a atividade que ocorrera lá na última em sua última visita, não havia nada.
Estava deserto.
Scarlett ouviu um rangido. Ela olhou para o lado e viu um portão enferrujado balançando levemente, chiando com o vento. Era como se ninguém vivesse ali há mil anos.
Scarlett voou até os fundos da casa, pousando na grande praça de mármore e olhou para a fachada; a mesma coisa. A casa estava completamente vazia, cheia de tábuas. Como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivesse acontecido.
Scarlett se virou e olhou para as terras ao seu redor, que iam até o rio, olhou para o horizonte cheio de nuvens, o céu escurecia, ameaçando uma tempestade, e ela olhou para todos os lados em busca de Sage.
Ela não o sentia ali. Não na casa. Nem em nenhum outro lugar.
Ele se fora.
Scarlett não podia acreditar. Ele realmente não estava lá.
Scarlett se sentou, colocou as mãos sobre seus joelhos e chorou. Será que ele realmente a odiava tanto assim? Será que ele nunca a amara de verdade?
Scarlett ficou ali, chorando, até se sentir vazia, entorpecida. Ela olhou fixamente para o nada, pensando no que fazer. Uma parte dela queria invadir a casa, apenas pelo motivo de obter calor e abrigo. Mas ela sabia que não poderia fazer isso. Ela não era uma criminosa.
Scarlett ficou sentada com a cabeça entre as mãos pelo que parecia uma eternidade, sentindo uma pressão intensa entre os olhos, sabendo que ela tinha que ir a algum lugar, fazer alguma coisa. Mas onde?
Por alguma razão, Scarlett pensou em suas amigas mais uma vez. Maria a odiava; mas não havia nenhuma razão para que as outras também a odiassem. Elas já foram eram tão próximas. Mesmo que ela não pudesse falar com Maria, talvez ela pudesse conversar com Becca ou Jasmine. Afinal, Scarlett não tinha feito nada para elas. E para que serviam os amigos, se não fosse para ajudar em um momento como este?
Scarlett se levantou, enxugou as lágrimas, deu três passos e saltou para o ar. Ela iria encontrar suas amigas, pedir-lhes que a acolhessem, apenas por uma noite e depois descobriria o que fazer com sua vida.
CAPÍTULO OITO
O padre McMullen ajoelhou-se diante do altar, suas mãos tremiam quando ele apertou o rosário, rezando por esclarecimento. E também, ele tinha que admitir, orando por proteção. Sua mente ainda mostrava imagens daquela menina, Scarlett, trazida por sua mãe alguns dias antes, daquele momento em que, mesmo ali, em um lugar santo, cada janela fora estilhaçada. O padre olhou para cima e olhou ao seu redor, como se quisesse saber se aquilo havia realmente acontecido – e ele sentiu um nó no seu estômago quando lhe veio a dolorosa lembrança, as antigas janelas agora estavam tapadas com madeira compensada.
Por favor, Pai. Envie-nos proteção. Envie sua proteção. Salve-nos dela. E salve-a de si mesma. Peço um sinal.
O padre McMullen não sabia o que fazer. Ele era um padre de uma pequena cidade, com uma pequena paróquia, e ele não tinha as habilidades para lidar com uma força espiritual daquela magnitude. Ele havia lido lendas a respeito, mas nunca soubera se eram verdadeiras, e certamente nunca havia testemunhado algo assim com os próprios olhos.
Agora, depois de passar toda a sua vida orando a Deus, depois de passar a vida falando com as pessoas sobre as forças do bem e do mal, ele havia testemunhado algo daquele tipo por si mesmo. Forças espirituais verdadeiras estavam batalhando, ali na terra, expostas para que todos pudessem vê-las. Agora, ele havia realmente tido uma experiência sobre o assunto – tudo o que ele já tinha lido e conversado com outros – ele mesmo.
E isso o assustava demais.
Pode tal mal realmente existir na terra? ele perguntou. Da onde que ele vem? O que ele quer? E por que tudo foi para o seu caminho, caiu em seu colo?
O padre McMullen tinha contatado o Vaticano imediatamente, relatando o que havia acontecido, pedindo ajuda, orientação. Acima de tudo, ele queria saber a melhor forma de ajudar aquela pobre moça. Havia alguma antiga oração, alguma cerimônia, que ele não conhecesse?
Mas, para seu espanto, ele não recebera retorno.
O padre se ajoelhou ali, orando, como fazia todas as tardes, agora, rezava com mais empenho que nunca.
De repente, o padre estremeceu quando as enormes portas de madeira em arco da igreja se abriram, a luz invadia o ambiente atrás dele, uma brisa fria tocava suas costas. Ele sentiu um arrepio – e não era apenas devido ao tempo.
Ele sentiu que algo sombrio havia entrado no lugar.
O padre, com o coração acelerado, ficou rapidamente em pé e se virou, de frente para a entrada, perguntando-se o que poderia ser. Ele apertou os olhos contra a luz.
Entraram as silhuetas de três homens com seus sessenta anos, de cabelos brancos, todos vestiam preto, usavam golas altas pretas e batinas. Ele os examinou com espanto; havia algo diferente neles, algo sinistro. Eles não se pareciam com nenhum dos sacerdotes que ele já tinha visto.
“Padre McMullen?”, perguntou um deles.
O padre se manteve firme quando eles se aproximaram, e acenou de volta, trêmulo.
“Quem é você?”, perguntou. “Como posso ajudá-lo?”
“Você entrou em contato conosco”, disse um deles.
O pai olhou para ele, intrigado.
“Eu entrei?”
Eles chegaram perto dele e, ao fazê-lo, um deles estendeu-lhe um pedaço de papel.
O padre o pegou. Era do Vaticano.
“Eles nos mandaram aqui para investigar”, disse um deles.
O pai sentiu algum alívio, mas, mesmo assim, ele os examinou com apreensão, atentando-se à suas aparências austeras.
“Sinto-me honrado por vocês terem vindo da Itália para cá”, disse ele. “Obrigado por terem vindo. Como posso ajudá-los?”
Porém, os homens o ignoraram, todos se viraram, examinando as tábuas nas janelas, trocando olhares pensativos, como se tivessem visto aquilo antes, como se soubessem exatamente o que havia acontecido.
“Esta menina que você descreve,” disse um deles, sua voz era sinistra e baixa. “Qual é o nome dela?”
“O nome dela é Scarlett,” o padre McMullen respondeu.
“E sobrenome?”, o mesmo homem perguntou.
O pai olhou para ele, incerto do que responder. Ele não sabia se deveria proteger sua paróquia, proteger a privacidade daquela garota. Mas ele sabia que era bobagem; aqueles homens pertenciam à Igreja.
“Paine”, respondeu ele, sentindo-se cada vez mais hesitante.
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