Apenas os Dignos . Морган Райс

Apenas os Dignos  - Морган Райс


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lentamente ficou de pé, com os braços tremendo e, enquanto Manfor baixava o punhal, ele, de repente, esquivou-se para o lado e girou o braço dele ao redor, usando a sua força contra ele. Manfor continuou a mover-se, não disposto a parar, mas, desta vez, quando Royce se desviou, ele mergulhou o punhal no seu próprio estômago.

      Manfor arfava. Ele estava ali, a olhar para Royce, com os olhos arregalados, com o sangue a escorrer-lhe da boca. Ele estava a morrer.

      Royce sentiu a solenidade do momento. Ele havia matado um homem. Pela primeira vez na sua vida, ele havia matado um homem. E não um homem qualquer mas sim um nobre.

      O último gesto de Manfor foi um sorriso cruel, com o sangue a escorrer-lhe da boca.

      "Recuperaste a tua noiva", ele ofegou, "à custa da tua vida. Vais juntar-te a mim em breve."

      Dito isso, Manfor sucumbiu e caiu no chão com um baque.

      Morto.

      Royce virou-se e olhou para Genevieve, que estava sentada na cama, atordoada. Ele conseguia ver o alívio e gratidão no seu rosto. Ela saltou da cama, correu pelo quarto, diretamente para os seus braços. Ele abraçou-a com força. Era tão bom. Tudo fazia sentido no mundo outra vez.

      "Oh, Royce", disse ela ao seu ouvido. E isso era tudo o que ela precisava de dizer. Ele entendeu.

      "Vamos, temos de ir", disse Royce. "O nosso tempo é curto."

      Ele pegou-lhe na mão e os dois saíram a correr pela porta do quarto para os corredores.

      Royce correu pelo corredor com Genevieve ao seu lado. O coração dele batia com força ao ouvir soar as cornetas reais, uma e outra vez. Ele sabia que era o som do alarme – e sabia que era por causa dele.

      Ao ouvir o barulho da armadura abaixo, Royce sabia que o forte estava fechado e que ele estava cercado. Os seus irmãos tinham feito um bom trabalho ao conseguir mantê-los fora, mas a incursão de Royce tinha demorado muito tempo. Enquanto corriam, ele olhou para baixo para o pátio e ficou aterrorizado ao ver dezenas de cavaleiros já a passar pelos portões.

      Royce sabia que não havia saída. Não só ele havia invadido a casa deles, como também tinha matado um deles, um nobre, um membro da família real. Ele sabia que eles não o iam deixar viver. Hoje seria o dia em que sua vida mudaria para sempre. Que ironia, pensou; esta manhã, ele tinha acordado tão cheio de alegria, antecipando o dia. Agora, antes do sol se pôr naquele mesmo dia, ele provavelmente estaria, ao invés, enfrentando a forca.

      Royce e Genevieve correram sem parar, aproximando-se do fim do corredor e da entrada para a escada em espiral, quando de repente uma meia dúzia de cavaleiros apareceu, emergindo das escadas, bloqueando o seu caminho.

      Royce e Genevieve pararam imediatamente, viraram-se e correram para o outro lado, enquanto os cavaleiros os perseguiam. Royce ouvia a armadura deles a ressoar atrás dele e sabia que a sua única vantagem era a sua falta de armadura, o que lhe dava a velocidade suficiente para se manter à frente deles.

      Eles corriam sem parar, percorrendo os corredores. Royce esperava desesperadamente encontrar uma escada traseira, outra saída – quando, de repente, ao viraram noutro corredor, deram por eles diante de uma parede de pedra. Royce ficou desesperado ao chegarem ao fim.

      Um beco sem saída.

      Royce voltou-se e sacou da espada ao mesmo tempo que colocou Genevieve atrás dele, preparado para marcar uma posição contra os cavaleiros, embora ele soubesse que seria a última.

      De repente, ele sentiu Genevieve a agarrar-lhe o braço freneticamente, gritando: "Royce"

      Ele voltou-se e viu para onde ela estava a olhar: uma grande janela ao lado deles. Ele olhou para baixo e ficou apavorado. Era uma longa queda, demasiado longa para sobreviver.

      Porém, ele viu que ela estava a apontar para uma carroça cheia de feno que passava devagar por baixo deles.

      "Nós podemos saltar!", gritou ela.

      Ela agarrou na mão dele e, juntos, aproximaram-se da janela. Ele virou-se e olhou para trás, viu os cavaleiros a aproximarem-se, e, de repente, antes de ter tempo para pensar o quão louco aquilo era, sentiu a sua mão a ser puxada – e foram transportados pelo ar.

      Genevieve era ainda mais valente do que ele. Ela tinha sempre sido, até mesmo em criança, ele lembrou-se.

      Eles saltaram, caindo uns bons trinta pés pelo do ar, com Royce apavorado e Genevieve a gritar, visando o vagão. Royce preparava-se para morrer e estava grato por, pelo menos, não ir morrer nas mãos dos nobres – e com o seu amor ao seu lado.

      Para grande alívio de Royce eles caíram na pilha de feno, provocando uma enorme nuvem à volta deles. Apesar de estar sem fôlego e magoado com a queda, para sua surpresa, ele não tinha partido nada. Sentou-se imediatamente e olhou para ver se Genevieve estava bem; ali estava ela, atordoada, mas sentou-se, também, e, ao escovar o feno, viu com imenso alívio que não se tinha ferido.

      Sem dizer uma palavra, ambos, ao mesmo tempo, lembraram-se da sua difícil situação e saltaram do carro, com Royce a agarrar-lhe a mão. Royce correu para o seu cavalo, que ainda o aguardava no pátio, montou, agarrou Genevieve e ajudou-a a subir para trás dele. Com um pontapé, os dois partiram a galope, com Royce a apontar para o portão aberto para o castelo, enquanto os cavaleiros continuavam a entrar, passando a correr por eles, sem sequer se aperceberem que eram eles.

      Eles aproximaram-se do portão aberto. O coração de Royce batia com força; eles estavam tão perto. Tudo o que tinham a fazer era transpô-lo e, com alguns passos largos eles estariam fora, no campo. Lá eles poderiam reunir-se com os irmãos dele, os seus primos e homens, e, juntos, podiam todos fugir daquele lugar, e começar uma nova vida algures. Ou melhor ainda, eles poderiam juntar o seu próprio exército e lutar contra aqueles nobres de uma vez por todas. Por um glorioso momento, o tempo parou e Royce sentia-se à beira de mudança, da vitória, da mudança de paradigma. O dia para a revolta tinha chegado. O dia para as suas vidas nunca mais voltarem a ser as mesmas.

      Ao aproximar-se do portão, Royce ficou congelado de medo quando viu a grade de ferro, que estava aberta novamente para deixar os cavaleiros entrar, de repente, a baixar e a fechar-se diante dele. O seu cavalo empinou-se e eles pararam mesmo a tempo.

      Royce virou-se, olhando para trás para o pátio. Lá ele viu cinquenta cavaleiros, que agora percebiam quem eles eram, a aproximarem-se. Royce preparava-se para cavalgar para a frente e encontrá-los no campo de batalha, por muito imprudente que isso fosse, quando, de repente, sentiu uma corda a cair sobre ele, vinda de trás, ouvindo Genevieve a gritar.

      As cordas apertaram-se ao redor da sua cintura e, com uma sacudidela, Royce sentiu-se a ser atirado para trás do seu cavalo. Ele caiu com força no chão, sem fôlego, atado por trás. Ele olhou e viu Genevieve atada com cordas e puxada para o chão, também.

      Royce rebolava e tropeçava, tentando freneticamente libertar-se, com as cordas apertadas à volta dos seus braços e ombros. Ele alcançou a sua cintura, agarrou no punhal e, com um empurrão, conseguiu soltá-las.

      Livre, ele desviou-se a rebolar de um taco que vinha na direção da sua cabeça. Agarrou a espada do seu atacante, virando-se e depois, ficou de pé no centro do pátio, cercado por aquilo que era naquele momento quase uma centena de cavaleiros. Eles cercaram-no de todos os lados.

      Eles atacaram. Royce levantou a sua espada e lutou também, defendendo-se à medida que eles golpeavam, golpeando também, sentindo-se invencível, mais forte e mais rápido do que todos eles. Ainda assim, eles cercavam-no cada vez mais, com as suas fileiras a crescerem.

      Royce ergueu a sua espada e bloqueou um golpe apontado para a sua cabeça; então ele girou e golpeou outra espada apontada para as suas costas, arrancando a espada das mãos do seu atacante. Ele então inclinou-se para trás e pontapeou outro cavaleiro no peito quando ele se aproximou, forçando-o a largar o seu taco.

      Royce lutava como um homem possuído, golpeando e defendendo-se, conseguindo manter dezenas deles afastados, à medida que as espadas soavam e as faíscas choviam à sua volta. Ele respirava com dificuldade, mal capaz de ver por causa do suor que lhe fazia arder os olhos. E durante todo aquele tempo, ele pensava


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