Apenas os Dignos . Морган Райс

Apenas os Dignos  - Морган Райс


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permitir-se a ouvir aquilo. Aquela era a sua noiva e, independentemente do que estivesse em jogo, ele não tinha escolha. Ele não podia abandoná-la, mesmo que isso significasse a sua morte. Era assim que ele era.

      Royce esporeou o seu cavalo com mais força, não querendo ouvir mais, galopando mais rapidamente pelos campos, em direção ao horizonte, em direção à extensa cidade, onde estava o forte de Manfor. Na direção do que certamente iria ser a sua morte.

      Genevieve, pensou Royce. Eu vou salvar-te.

*

      Royce cavalgou com toda a sua veemência pelos campos, com os seus três irmãos ao seu lado, subindo a última colina e, depois, avançando para a extensa cidade que ficava lá em baixo. No seu centro havia um enorme forte, a casa da Câmara dos Nors, os nobres que governavam a sua terra com um punho de ferro, que haviam tirado tudo à sua família, exigindo dízimo após dízimo de tudo o que eles cultivavam. Eles tinham conseguido manter os camponeses pobres durante gerações. Eles tinham dezenas de cavaleiros à sua disposição, de armadura completa, com armas reais e cavalos reais; eles tinham grossas paredes de pedra, um fosso, uma ponte e eles vigiavam a cidade como uma mulher ciumenta, sob o pretexto de manter a lei e a ordem – mas na verdade apenas para lhes sacarem tudo.

      Eles faziam a lei. Eles aplicavam as cruéis leis que lhes eram passadas por todos os nobres de todo o território, leis que só os beneficiavam a eles. Eles funcionavam sob o disfarce de oferecer proteção, mas todos os camponeses sabiam que apenas precisavam de ser protegidos dos próprios nobres. O reino de Sevania, afinal de contas, era um reino seguro, isolado de outros territórios por água dos três lados, no extremo norte do continente Alufen. Um forte oceano, rios e montanhas eram as suas grossas paredes de segurança. O território não era invadido há séculos.

      O único perigo e tirania vinha lá de dentro, da aristocracia nobre e do que eles sugavam dos pobres. De pessoas como Royce. Já nem os bens eram suficientes, eles tinham de ter as suas esposas também.

      O pensamento trouxe cor às bochechas de Royce. Ele baixou a cabeça e preparou-se ao agarrar com mais força a sua espada.

      "A ponte está para baixo!", Raymond gritou. "A grade de ferro do forte está aberta!"

      Royce reparou nisso ele próprio e considerou isso um sinal encorajador.

      "Claro que está!", Lofen respondeu. "Achas realmente que eles estão à espera de um ataque? Ainda por cima nosso?"

      Royce cavalgou mais rápido, grato pela companhia dos seus irmãos, sabendo que todos os seus irmãos tinham um sentimento tão forte por Genevieve quanto ele. Ela era como uma irmã para eles e uma afronta a Royce era uma afronta a todos eles. Ele olhou em frente e sobre a ponte levadiça viu alguns dos cavaleiros do castelo, sem entusiasmo a olharem para os pastos e campos que rodeavam a cidade. Eles não estavam preparados. Eles não eram atacados há séculos e não tinham nenhum motivo para esperar serem naquele momento.

      Royce puxou da espada com um toque diferenciado, baixou a cabeça e ergueu a espada. O som das espadas ecoou no ar quando os seus irmãos puxaram das suas, também. Royce saiu primeiro para a frente para assumir a liderança, querendo ser o primeiro na batalha. O seu coração batia com a excitação e medo, não medo por ele mesmo, mas por Genevieve.

      "Vou entrar, encontrá-la e sair!", Royce gritou para os seus irmãos, formulando um plano. "Vocês ficam todos fora do perímetro. Esta é a minha luta."

      "Não vamos deixar que entres sozinho!", Garet respondeu.

      Royce sacudiu a cabeça, inflexível.

      "Se algo correr mal, não quero que vocês paguem o preço", ele gritou. "Fiquem aqui e distraiam aqueles guardas. Isso é o que eu mais preciso."

      Ele apontou com a sua espada para uma dúzia de cavaleiros que estavam na guarita ao lado do fosso. Royce sabia que, assim que ele cavalgasse por cima da ponte, eles iriam reagir; mas se os seus irmãos os distraíssem, talvez desse para os manter alheios apenas o tempo suficiente para Royce entrar e encontrá-la. Ele calculava que apenas precisava era de uns minutos. Se ele conseguisse encontrá-la depressa, poderia agarrar nela rapidamente, fugir e ver-se livre daquele lugar. Ele não queria matar ninguém se o conseguisse evitar; ele nem sequer queria magoá-los. Ele só queria a sua noiva de volta.

      Royce baixou a cabeça, galopando tão rápido quanto conseguia, tão rápido que ele mal conseguia respirar, com o vento a bater-lhe no seu cabelo e rosto. Ele aproximou-se da ponte, a trinta, a vinte, a dez jardas de distância, ouvindo o som do seu cavalo e o seu batimento cardíaco. Sentia-se inquieto ao cavalgar, percebendo o quão louco aquilo era. Ele estava prestes a fazer o que a classe camponesa nunca sonhara fazer: atacar a aristocracia. Era uma guerra que possivelmente não conseguiria ganhar e uma maneira certa de ser morto. Mas, no entanto, a sua noiva estava por detrás daquelas portas e isso era o suficiente para ele.

      Royce estava tão perto agora, a apenas a algumas jardas de alcançar a ponte. Olhou para cima e viu os olhos dos cavaleiros arregalarem-se de surpresa e a ficarem atrapalhados com as armas, apanhados de surpresa, claramente não estando à espera de nada daquilo.

      A sua reação tardia era exatamente o que Royce precisava. Ele correu para a frente e, quando eles levantaram as suas alabardas, baixou a espada e, apontando para os fustes, cortou-os ao meio. Ele golpeava de um lado para o outro, destruindo as armas dos cavaleiros que estavam em ambos os lados da ponte, com cuidado para não os magoar se tal não fosse necessário. Ele só queria desarmá-los e não propriamente envolver-se num combate.

      Royce ganhou velocidade, incitando o seu cavalo. Cavalgava cada vez mais rápido, usando o seu cavalo como uma arma, embatendo nos restantes guardas com força suficiente para atirá-los para o ar, na sua armadura pesada, por cima da ponte estreita e fazendo-os cair no fosso de água abaixo. Seria preciso algum tempo para que eles conseguissem de lá sair, Royce apercebeu-se. E esse era todo o tempo que ele precisava.

      Atrás dele, Royce ouvia os seus irmãos ajudando à sua causa; do outro lado da ponte eles cavalgaram para a guarita, golpeando os guardas, desarmando-os antes de eles terem qualquer hipótese de se reagruparem. Eles conseguiram bloquear e barrar a guarita, mantendo os desconcertados cavaleiros desprevenidos e dando a Royce a cobertura de que precisava.

      Royce baixou a cabeça e avançou para a grade de ferro, que estava aberta, cavalgando mais rápido e vendo que ela começava a baixar. Ele baixou a cabeça e conseguiu passar rapidamente pelo arco aberto exatamente antes de a grade se fechar de uma vez por todas.

      Royce entrou no pátio interno, com o coração aos pulos. Fez um balanço, olhando ao redor. Ele nunca tinha estado lá dentro e estava desorientado, encontrando-se cercado por grossas paredes de pedra por todos os lados, com vários andares de altura. Servos e pessoas comuns movimentavam-se de um lado para o outro, carregando baldes de água e outros produtos. Felizmente, nenhum cavaleiro o aguardava. Claro, eles não tinham nenhum motivo para esperar um ataque.

      Royce examinou as paredes, desesperado por qualquer sinal da sua noiva.

      No entanto, ele não encontrou nenhum. Ele entrou em pânico. E se eles a tivessem levado para outro lugar?

      "GENEVIEVE!", gritou ele.

      Royce olhava para todos os lados, freneticamente a girar no seu cavalo que relinchava. Ele não fazia a mínima ideia para onde olhar e não tinha nenhum plano. Ele não tinha sequer pensado que conseguiria chegar tão longe.

      Royce atormentava o seu cérebro, precisando pensar novamente. Os nobres provavelmente viviam lá em cima, ele imaginou, longe do mau cheiro, das multidões, onde o vento e a luz do sol eram fortes. Naturalmente, seria para ai que eles levariam Genevieve.

      Aquele pensamento enraiveceu-o.

      Forçando-se a controlar as suas emoções, Royce esporeou o seu cavalo e galopou pelo pátio, passando por servos em choque que paravam e olhavam, largando o trabalho à sua passagem. Ele viu uma grande escadaria de pedra, em espiral, do outro lado e cavalgou até lá, desmontando do cavalo ainda antes de ele parar, correndo a grande velocidade pelas escadas acima. Ele correu espiral acima sem parar, subindo lance após lance. Ele não tinha ideia para onde estava a ir, mas imaginava ter quando chegasse ao


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