O Peso da Honra . Морган Райс
quando eles passaram pelo portão oriental, misturando-se com a multidão.
Marco deu-lhe uma cotovelada.
"Ali", Marco fez um sinal com a cabeça para um grupo de soldados Pandesianos. "Eles estão a verificar as caras. Tenho a certeza que estão à procura das nossas. "
Alec reflexivamente agarrou a sua adaga com mais força e Marco estendeu a mão, agarrando-lhe firmemente o pulso.
"Não aqui, meu amigo", advertiu Marco. "Esta não é uma aldeia do campo, mas uma cidade de guerra. Matas dois Pandesianos ao portão e um exército se seguirá. "
Marco olhou para ele com intensidade.
"Preferes matar dois?", pressionou. "Ou dois mil?"
Alec, apercebendo-se da sabedoria nas palavras do seu amigo, soltou a adaga, convocando toda a sua vontade de reprimir a sua paixão por vingança.
"Haverá muitas hipóteses, meu amigo", disse Marco, à medida que passavam apertados pela multidão, de cabeças baixas. "Os meus amigos estão aqui e a resistência é forte."
Eles fundiram-se com a multidão ao passar pelo portão e Alec baixou os olhos para os Pandesianos não os verem.
"Ei, tu!", vociferou um Pandesiano. Alec sentiu o seu coração a bater ao manter a sua cabeça baixa.
Eles apressaram-se pelo seu caminho e ele agarrou com força a sua adaga, preparando-se. Mas, em vez disso, eles pararam um rapaz ao lado dele, que grosseiramente segurava o seu ombro e verificava a sua cara. Alec respirou fundo, aliviado por não ser ele e passou pelo portão rapidamente, sem ser detetado.
Finalmente entraram na praça da cidade e, quando Alec puxou o capuz para trás e olhou para a cidade, ficou em êxtase com a vista diante dele. Ali, à sua frente, em toda a sua extensão estava toda a magnificência arquitetónica e agitação de Ur. A cidade parecia estar viva, pulsante, brilhando ao sol, parecendo realmente cintilar. Ao princípio Alec não conseguia entender porquê, mas depois ele percebeu: a água. Em toda a parte havia água, a cidade ligada por canais, a água azul a brilhar ao sol da manhã, fazendo com que a cidade sentisse que era uma só com o mar. Os canais estavam repletos de todos os tipos de embarcações – barcos a remo, canoas, barcos à vela – até elegantes navios de guerra pretos a navegar as bandeiras amarelas e azuis da Pandesia. Os canais estavam cercados por ruas de paralelepípedos, pedras antigas, desgastadas, sendo pisadas por milhares de pessoas em todos os tipos de guarda-roupa. Alec viu cavaleiros, soldados, civis, comerciantes, camponeses, mendigos, malabaristas, comerciantes, agricultores e muitos outros, todos juntos. Muitos usavam cores que Marco nunca tinha visto, claramente visitas do outro lado do mar, visitas de todo o mundo que estavam a visitar Ur, o porto internacional de Escalon. De facto, cores e insígnias estrangeiras brilhantes voavam em todos os diferentes navios que se amontoavam no canal, como se o mundo inteiro estivesse reunido num só lugar.
"As arribas que circundam Escalon são tão altas, são elas o que mantem a nossa terra inexpugnável", explicou Marco enquanto caminhavam. "Ur tem a única praia, o único porto para embarcações de grande porte que desejam ancorar. Escalon tem outros portos, mas nenhum tão fácil de aceder. Então, quando eles querem visitar-nos, vêm todos para aqui", acrescentou movendo a sua mão, olhando para todas as pessoas, todos os navios.
"É ao mesmo tempo uma boa e uma má coisa", continuou ele. "Isto traz-nos trocas e comércio de todos os quatro cantos do reino."
"E a má?", perguntou Alec, enquanto eles faziam apertados o seu caminho através da multidão e Marco parou para comprar um pedaço de carne.
"Isso deixa Ur propensa a ataques por mar", respondeu ele. "É um local natural para uma invasão."
Alec examinou deslumbrado o horizonte da cidade, assimilando todos os campanários, a infindável variedade de edifícios altos. Ele nunca tinha visto nada parecido.
"E as torres?", perguntou ele, olhando para uma série de torres altas e quadradas coroadas com baluartes, colando-se sobre a cidade e viradas de frente para o mar.
"Elas foram construídas para ver o mar", respondeu Marco. "Contra a invasão. Embora, com a rendição do Rei Fraco, pouco de bom nos fez. "
Alec questionou-se.
"E se ele não se tivesse rendido?", perguntou Alec. "Poderia Ur defender-se de um ataque por mar?"
Alec encolheu os ombros.
"Eu não sou um comandante", disse ele. "Mas eu sei que temos formas. Nós certamente podíamo-nos defender de piratas e invasores. A frota é outra história. Mas, na sua história de mil anos, Ur nunca caiu – e isso quer dizer alguma coisa. "
Sinos distantes soavam no ar enquanto eles continuavam a andar, misturando-se com o som de gaivotas lá em cima, a circular, a gritar. Enquanto eles iam empurrando a multidão, Alec deu pelo seu estômago a roncar ao cheirar no ar todos os tipos de comida. Os seus olhos arregalaram-se ao passaram por fileiras de barracas de comerciantes, todas alinhados com mercadoria. Ele viu objetos exóticos e iguarias nos quais nunca antes tinha posto os olhos em cima, ficando maravilhado com a vida cosmopolita desta cidade. Tudo ali era mais rápido, todos com tanta pressa, as pessoas movimentavam-se tão rapidamente que ele mal conseguia assimilar tudo antes de passaram por ele. Isto fê-lo aperceber-se de quão pequena era a cidade de onde tinha vindo.
Alec olhou fixamente para um vendedor que vendia os maiores frutos vermelhos que já tinha visto e enfiou a mão no bolso para comprar um – quando sentiu baterem-lhe de lado com força no ombro.
Ele virou-se e viu um homem grande, mais velho, elevando-se sobre ele, com uma barba preta desalinhada, a olhar carrancudo para baixo. Tinha um rosto estrangeiro que Alec não conseguia reconhecer e praguejava numa linguagem que Alec não entendia. O homem, em seguida, empurrou-o, atirando Alec para trás a voar, para sua surpresa, para cima de uma barraca, caindo no chão da rua.
"Não há necessidade disso", disse Marco, dando um passo à frente e colocando a mão para parar o homem.
Mas Alec, normalmente passivo, nutriu um novo sentimento de raiva. Era uma sensação desconhecida, uma raiva latente dentro dele desde a morte da sua família, uma raiva que precisava de uma saída. Ele não conseguia controlar-se. Colocou-se de pé e lançou-se para a frente. Com uma força que ele não sabia que ele tinha, esmurrou o homem na cara, deixando-o cair para trás, atirando-o sobre outra barraca.
Alec ficou ali, espantado por ter derrubado o homem muito maior, enquanto Marco ficou ao lado dele, de olhos bem abertos, também.
Um tumulto irrompeu no mercado quando os amigos imbecis do homem começaram a correr para lá e um grupo de soldados Pandesianos veio a correr do outro lado da praça. Marco parecia em pânico e Alec sabia que eles estavam numa posição precária.
"Por aqui!" Marco incitou, agarrando Alec e puxando-o com força.
Os idiotas juntaram forças e os Pandesianos aproximaram-se. Alec e Marco correram pelas ruas, Alec seguindo o seu amigo enquanto este navegava por esta cidade que ele tão bem conhecia, tomando atalhos, ziguezagueando entre barracas e fazendo curvas apertadas pelos becos. Alec mal podia continuar com todos os ziguezagues apertados. No entanto, quando se virou e olhou para trás, viu o grande grupo a aproximar-se e ele sabia que tinham um combate nas mãos que não conseguiriam vencer.
"Aqui!", gritou Marco.
Alec observou Marco a saltar para fora da borda do canal e, sem pensar, seguiu-o, esperando aterrar na água.
Ele ficou surpreendido, porém, por não ouvir salpicos. Em vez disso, deu por ele a aterrar numa pedra pequena saliente no fundo, que não tinha detetado lá de cima. Marco, a respirar com dificuldade, bateu quatro vezes numa porta de madeira desconhecida, construída na pedra, sob a rua – e um segundo depois a porta abriu-se e Alec e Marco foram puxados para a escuridão e a porta fechou-se atrás deles. Antes, Alec tinha visto homens a correr em direção à borda do canal, questionando, incapazes de ver lá para baixo quando a porta se fechou.
Alec deu por ele no subsolo, num canal escuro e subterrâneo. Correu, estupefacto, com água a salpicar-lhe até aos tornozelos. Eles ziguezaguearam e, logo depois, a luz solar apareceu novamente.
Alec