Rastro de Morte . Блейк Пирс
passaram aos fatos.
Mia tinha visto Ashley pela última vez naquela manhã. Estava tudo bem. Ela comeu iogurte com granola e morangos fatiados no café. Foi para a escola de bom humor.
A melhor amiga de Ashley era Thelma Gray. Mia ligou para ela quando a filha não apareceu após a escola. De acordo com Thelma, Ashley estava na aula de geometria do terceiro período, como era esperado, e tudo parecia normal. A última vez que ela viu Ashley foi no corredor, por volta das 14h. Ela não tinha ideia de por que a amiga ainda não tinha chegado em casa.
Mia também falou com o namorado de Ashley, um garoto com pinta de atleta chamado Denton Rivers. Ele disse que havia visto Ashley na escola de manhã, e só. Ele escreveu algumas mensagens para ela algumas vezes depois da escola, mas ela nunca respondeu.
Ashley não tomava nenhuma medicação; não tinha problemas de saúde. Mia falou que havia averiguado o quarto da filha há algumas horas, e que estava tudo normal.
Keri registrou tudo apressadamente num caderninho, fazendo anotações específicas de nomes que ela contactaria mais tarde.
"Meu marido deve voltar do escritório a qualquer minuto. Sei que também vai querer falar com você".
Keri levantou os olhos do seu caderno. Algo na voz de Mia havia mudado. Parecia mais cautelosa.
Seja lá o que for que ela está escondendo, aposto que tem relação com isto".
"E como se chama o seu marido?" ela perguntou, tentando parecer casual.
"O nome dele é Stafford".
"Espere", Keri disse. "Seu marido é Stafford Penn, o senador americano Stafford Penn?"
"Sim".
"Essa informação é bem importante, Srª Penn. Por que não a mencionou antes?"
"Stafford me pediu para não dizer", ela se desculpou.
"Por quê?"
"Ele disse que queria falar sobre isso com você quando chegasse".
"Quando mesmo ele vai chegar?"
"Daqui a menos de dez minutos, com certeza".
Keri a encarou, tentando decidir se forçava um pouco as coisas. Por fim, ela preferiu se conter por ora.
"Você tem uma foto de Ashley?"
Mia Penn deu a ela seu celular. O protetor de tela era a foto de uma adolescente em um vestido de verão. Ela parecia a irmã mais nova de Mia. A não por Ashley ter os cabelos loiros, era difícil diferenciar quem era quem. A garota era um pouco mais alta, com uma estrutura mais atlética e um bronzeado mais intenso. O vestido não escondia suas pernas musculosas e ombros fortes. Keri suspeitou que ela surfava.
"Seria possível que ela apenas tenha se esquecido da consulta e esteja pegando ondas lá fora?" Keri perguntou.
Mia sorriu pela primeira vez desde que Keri a conheceu.
"Estou impressionada, detetive. Você teve esse palpite com base apenas na foto? Não, Ashley gosta de surfar de manhã, quando as ondas são melhores e há menos bagunceiros. Mas conferi a garagem. A prancha dela está lá".
"Você poderia também me enviar esta foto, assim como alguns closes de sua filha com e sem maquiagem?"
Enquanto Mia fazia isso, Keri fez outra pergunta.
"Qual a escola dela?"
"É a West Venice High".
Keri não pôde esconder sua surpresa. Ela conhecia bem o lugar. Era uma grande escola pública de ensino médio, um caldeirão de milhares de jovens, com tudo o que isso envolvia. Ela havia prendido vários alunos da West Venice.
Por que diabos a filha rica de um senador americano estuda lá ao invés de numa escola privada sofisticada?
Mia deve ter lido a surpresa no rosto de Keri.
"Stafford nunca gostou disso. Ele sempre a quis em escolas privadas, a caminho de Harvard, onde ele estudou. Mas não apenas para dar a ela um melhor ensino. Ele também queria mais segurança", ela disse. "Eu sempre quis que ela estudasse em escolas públicas, misturada com crianças de verdade, onde pudesse aprender sobre a vida real. É uma das poucas batalhas que realmente ganhei dele. Se Ashley terminar machucada por causa de algo na escola, será minha culpa".
Keri queria cortar aquele tipo de pensamento rápido.
"Primeiro, Ashley vai ficar bem. Segundo, se algo acontecesse com ela, seria culpa da pessoa que a machucou, não da mãe que a ama".
Keri observou para ver se Mia Penn havia acreditado naquilo, mas não soube dizer. A verdade era que sua frase tranquilizadora tinha o objetivo de evitar que uma fonte valiosa entrasse em colapso mais do que para demonstrar apoio. Ela decidiu continuar pressionando.
"Vamos falar um pouco mais sobre isso. Havia alguém que quisesse fazer mal a ela, ou a você ou a Stafford, aliás?"
"À Ashley, não; a mim, não; a Stafford, nada específico, que eu saiba, a não ser o que se relaciona ao território de fazer o que ele faz. Quero dizer, ele recebe ameaças de morte de eleitores que afirmam ser alienígenas. Então, é difícil saber o que levar a sério".
"E você não recebeu nenhuma ligação pedindo resgate, certo?"
O súbito estresse no rosto da mulher era palpável.
"Você acha que foi isso?"
"Não, não, não, estou só checando todas as possibilidades. Não acho que seja nada ainda. Essas são apenas perguntas de rotina".
"Não. Ninguém ligou exigindo resgate".
"É óbvio que vocês têm algum dinheiro..."
Mia concordou com a cabeça.
Venho de uma família muito rica. Mas ninguém sabe disso, na verdade. Todo mundo imagina que nosso dinheiro vem de Stafford".
"Só por curiosidade, de quanto estamos falando, exatamente?" Keri perguntou. Às vezes, esse emprego tornava a discrição impossível.
"Exatamente? Eu não sei... temos uma casa à beira-mar em Miami e uma casa num condomínio em São Francisco, ambas estão no nome de empresas. Estamos no mercado de ações e temos muitos outros bens. Você viu as obras de arte na casa. Se contarmos tudo, provavelmente estaremos falando de cerca de 55 a 60 milhões".
"Ashley sabe disso?"
A mulher deu de ombros.
"Até certo ponto... ela não sabe o valor exato, mas sabe que tem muito dinheiro e que o público não deve ficar sabendo de quanto. Stafford gosta de projetar uma imagem de 'homem do povo'".
"Ela poderia falar sobre isso? Talvez, apenas para suas amigas?"
"Não. Ela recebeu instruções estritas para não fazer isso". A mulher suspirou e então disse, "Deus, vou me calar realmente. Stafford ficaria lívido se me ouvisse".
"Vocês dois se dão bem?"
"Sim, é claro".
"E quanto à Ashley? Você se dá bem com ela?"
"Não há mais ninguém no mundo mais próxima a mim".
"Certo. Stafford se dá bem com ela?"
"Eles se dão bem".
"Haveria alguma razão pela qual ela quisesse fugir de casa?"
"Não. De jeito nenhum. Não é o que está acontecendo aqui".
"Como estava o humor dela recentemente?"
"Bom. Ela é feliz, estável, tudo isso".
"Nenhum problema com garotos..."
"Não".
"Drogas ou álcool?"
"Não posso dizer nunca. Mas, em geral, ela é uma moça responsável.