Rastro de Morte . Блейк Пирс
ela perguntou.
Ray assentiu.
"A placa está coberta", ele notou. "Eu colocaria isso na categoria 'suspeita'".
"Eu também".
O celular de Keri tocou. Era Mia Penn. Ela foi direto ao assunto, sem nem dizer olá.
"Acabo de receber uma ligação da amiga de Ashley, Thelma. Ela disse que acha que acaba de receber uma ligação acidental do celular de Ashley, como se o telefone estivesse no bolso de alguém. Ela ouviu um monte de gritos, como se uma pessoa estivesse gritando com outra. Havia música alta tocando, então, ela não podia dizer exatamente quem estava gritando, mas ela acha que era Denton Rivers".
"O namorado de Ashley?"
"Sim. Eu liguei para o celular de Denton para ver se ele tinha notícias de Ashley, sem contar que havia falado com Thelma. Ele disse que não tinha visto ou falado com Ashley desde a escola, mas parecia inquieto. E a música ‘Summer Sixteen’, de Drake, estava tocando ao fundo quando eu liguei. Liguei para Thelma novamente para ver se essa era a música que ela ouviu quando recebeu a ligação. Ela disse que era. Então, liguei imediatamente para você, detetive. Denton Rivers está com o celular da minha filhinha e eu acho que ele também está com ela."
"Certo, Mia. Isso vai ajudar muito. Você fez um ótimo trabalho. Mas preciso que permaneça calma. Quando eu desligar, me envie uma mensagem com o endereço de Denton. E lembre-se, isso pode ser totalmente inocente".
Ela desligou e olhou para Ray. O olho bom dele sugeria que ele estava pensando o mesmo que ela. Em segundos, seu celular vibrou. Ela encaminhou o endereço para Ray enquanto ele descia apressadamente as escadas.
"Precisamos correr", ela disse, enquanto entravam em seus carros. "Isso não é inocente de jeito nenhum".
CAPÍTULO QUATRO
Segunda-feira
Início da noite
Keri tentou manter a calma quando, dez minutos depois, chegou na casa de Denton Rivers. Ela diminuiu a velocidade do carro, examinando-a, e então estacionou um quarteirão depois, Ray logo atrás dela. Ela sentiu aquele latejar em seu estômago, que lhe dizia quando algo ruim estava para acontecer.
E se Ashley está nessa casa? E se ele fez algo com ela?
A rua de Denton tinha uma série de casas térreas muito parecidas, bem próximas umas das outras. Não havia árvores na rua e a grama na maioria dos minúsculos gramados na frente das casas há muito tempo tinha se tornado marrom. Denton e Ashley claramente não tinham o mesmo padrão de vida. Esta parte da cidade, ao sul da Venice Boulevard e alguns quilômetros para dentro, não tinha nenhuma casa que valesse milhões de dólares.
Keri e Ray caminharam rapidamente juntos pelo quarteirão, e ela conferiu seu relógio: passava pouco das seis horas. O sol estava começando sua longa e lenta descida sobre o oceano para o oeste, mas não ficaria realmente escuro por mais duas horas.
Quando chegaram na casa, ouviram música alta vindo de dentro. Keri não a reconheceu.
Ela e Ray se aproximaram em silêncio, agora ouvindo gritos — raivosos e sérios, uma voz masculina. Ray pegou sua arma e sinalizou para ela contornar e ir pelos fundos, e então indicou com a mão o número "1", sinalizando que eles entrariam na casa em exatamente um minuto. Ela olhou para seu relógio para confirmar o tempo, assentiu, pegou sua arma e correu ao redor da casa na direção dos fundos, abaixando-se quando passava por janelas abertas.
Como detetive sênior, Ray geralmente era o mais cauteloso dos dois quando se tratava de entrar numa propriedade privada. Mas ele claramente pensou que estas eram circunstâncias exigentes que não requeriam um mandato. Havia uma garota desaparecida, um suspeito potencial dentro e uma gritaria raivosa. Era justificável.
Keri checou o portão lateral. Destrancado. Ela abriu-o o mínimo possível, para evitar o ranger das dobradiças.
Era improvável que qualquer pessoa dentro da casa pudese ouvi-la, mas não queria arriscar.
Quando chegou no quintal, abraçou a parede de trás da casa, mantendo-se alerta. Uma barraca suja e caindo aos pedaços perto da cerca nos fundos da propriedade a deixou desconfortável. A porta ondulada enferrujada parecia que ia cair a qualquer momento.
Ela caminhou agachada pelo quintal e ficou parada ali por um momento, tentando ouvir a voz de Ashley. Mas não ouviu nada.
Nos fundos da casa, havia uma porta de madeira com tela, destrancada, que levava a uma cozinha no estilo dos anos 70, com uma geladeira amarela. Keri podia ver alguém no final do corredor, na sala, gritando ao som da música e sacudindo seu corpo, como se ele estivesse batendo a cabeça em uma roda de punk rock invisível.
Ainda não havia nenhum sinal de Ashley.
Keri olhou novamente para seu relógio — eles entrariam a qualquer momento.
Bem na hora combinada, ela ouviu uma batida forte na porta da frente. Abriu a porta de tela dos fundos ao mesmo tempo em que ouviu o som, abafando o clique surdo do ferrolho. Ela esperou — um segundo barulho alto a permitiu fechar a porta de trás ao mesmo tempo. Ela se movia suavemente pela cozinha e pelo corredor, olhando para cada porta aberta à medida que passava.
Na porta da frente, que estava aberta, exceto pela tela, Ray bateu com força, e então, com mais força ainda. De repente, Denton Rivers parou de dançar e foi até a porta. Keri, escondendo-se no limite da sala de estar, podia ver seu rosto no espelho ao lado da porta.
Ele parecia visivelmente confuso. Era um garoto bonito — cabelo castanho curto, olhos azuis escuros, um corpo esbelto, uma estrutura forte que sugeria que ele era provavelmente um lutador, ao invés de jogador de futebol americano. Sob cirscunstâncias normais, ele era provavelmente um gato, mas agora essa bela aparência estava mascarada por uma expressão horrível, olhos vermelhos e um corte em sua têmpora.
Quando ele abriu a porta, Ray mostrou o distintivo.
"Ray Sands, Unidade de Pessoas Desaparecidas do Departamento de Polícia de Los Angeles", ele disse, com uma voz baixa, mas firme. "Gostaria de entrar e perguntar algumas coisas sobre Ashley Penn".
O pânico passou pelo rosto do garoto. Keri já havia visto aquela expressão — ele ia correr.
"Você não está em apuros", Ray falou, sentindo a mesma coisa. "Eu só quero conversar".
Keri notou algo preto na mão direita do rapaz, mas como seu corpo bloqueava parcialmente a visão, ela não podia dizer o que era. A policial levantou sua arma, mirando nas costas de Denton. Lentamente, ela destravou a pistola.
Ray a viu fazer isso com o canto do olho e olhou para a mão de Denton. Ele tinha uma visão melhor do item que o garoto estava segurando e não havia ainda levantado sua própria arma.
"Isto é o controle remoto do aparelho de som, Denton?"
"Hã-han".
"Você poderia por favor colocá-lo no chão à sua frente?"
O garoto hesitou e então disse, "Certo". Ele abaixou o aparelho. Era realmente um controle remoto.
Ray guardou sua arma no coldre e Keri fez o mesmo. Quando Ray abriu a porta, Denton Rivers se virou e ficou surpreso ao ver Keri de pé na sua frente.
"Quem é você?" ele perguntou.
"Detetive Keri Locke. Trabalho com ele", ela disse, apontando para Ray com a cabeça. "Bela casa, Denton".
Dentro, a casa estava um lixo. Lâmpadas haviam sido arremessadas contra a parede. Os móveis estavam fora do lugar. Uma garrafa de uísque estava numa mesa lateral, meio vazia, perto da fonte da música — um alto-falante com bluetooth. Keri desligou o som. Com a sala subitamente em silêncio, ela olhou para o lugar mais meticulosamente.
Havia sangue no carpete. Keri registrou o fato mentalmente, mas não disse nada.
Denton