A Esposa Perfeita . Блейк Пирс
cuidado a fita, ela começou pensando no encontro para tomar café na casa de Kim. Tinha sido estranho. Mas ela não conseguia entender porquê.
Kimberly era uma querida. Jessie verdadeiramente gostava dela e apreciava especialmente o esforço que ela estava fazendo para ajudar a nova garota do bairro. E as outras mulheres eram todas simpáticas e gentis, se bem que um pouco sem graça. Mas tinha algo... misterioso em suas interações, como se todas compartilhassem um segredo do qual Jessie não estava a par.
Parte dela se achava paranoica por suspeitar de algo assim. Não seria a primeira vez que ela tiraria conclusões precipitadas. Mas todos seus instrutores do programa de Psicologia Forense da USC a tinham elogiado pela sua intuição. Eles não pareciam pensar que ela era mais paranoica do que 'suspeitosamente curiosa', como um professor a tinha chamado. Na época, isso tinha parecido um elogio.
Ela abriu a caixa e tirou o primeiro objeto, uma foto emoldurada de seu casamento. Ela olhou para ela por um momento, olhando para as expressões felizes em seu rosto e no de Kyle. De cada lado deles estavam familiares, todos radiantes também.
Enquanto seus olhos vagueavam pelo grupo, de repente, ela sentiu a melancolia de antes surgir novamente dentro dela. Ela sentiu no peito um aperto de ansiedade. Tentou respirar fundo, mas nenhuma quantidade de inalação ou exalação a acalmou.
Ela não tinha a certeza exatamente do que tinha causado isso - as memórias, o novo ambiente, a discussão com Kyle, uma combinação de tudo isso? O que quer que fosse, ela reconheceu uma verdade fundamental. Ela era incapaz de controlar isso sozinha. Ela precisava falar com alguém. E apesar do sentimento de fracasso que começou a se apoderar dela quando ela pegou o telefone, ela discou o número que tinha desejado nunca ter que utilizar novamente.
CAPÍTULO SETE
Jessie marcou uma consulta com sua antiga terapeuta, Dra. Janice Lemmon. Ela ficou mais relaxada só de saber que iria visitar seus antigos lugares. Seu pânico diminuiu quase imediatamente depois de agendar a sessão.
Quando Kyle chegou em casa naquela noite - cedo - eles encomendaram comida e assistiram a um filme piegas mas divertido sobre realidades alternativas chamado O 13º Andar. Nenhum dos dois se desculpou formalmente, mas eles pareciam ter redescoberto sua zona de conforto. Após o filme, eles nem sequer subiram para o quarto para fazer sexo. Em vez disso, Kyle simplesmente foi para cima dela bem ali no sofá. Isso fez com que Jessie se lembrasse de seus dias de recém-casados.
Ele até tinha feito o café da manhã dela nessa manhã antes de sair para o trabalho. Estava horrível - torrada queimada, ovos quase crus e bacon mal passado - mas Jessie gostou da tentativa. Ela se sentiu um pouco mal por não lhe contar seus planos para o dia. Mas, mais uma vez, ele não perguntou, portanto ela não estava propriamente mentindo.
Jessie só se sentiu nervosa no dia seguinte, na autoestrada, com os arranha-céus do centro de Los Angeles no horizonte. Ela tinha feito a viagem de meio-dia desde o Condado de Orange em menos de uma hora, tendo chegado à cidade cedo só para poder dar uma volta por lá um bocado. Ela estacionou no estacionamento perto do escritório da Dra. Lemmon, em frente à Original Pantry, na esquina da Figueroa com a West 9th.
Então ela teve a ideia de ligar para sua ex-colega de quarto da USC e sua mais antiga amiga da faculdade, Lacey Cartwright, que morava e trabalhava na área, para ver se ela poderia encontrá-la. Ela deixou mensagem no correio de voz. Quando ela começou a descer a Figueroa na direção ao Hotel Bonaventure, Lacey mandou uma mensagem dizendo que estava muito ocupada naquele dia, mas que elas sairiam da próxima vez que Jessie estivesse por perto.
Quem é que sabe quando isso vai ser?
Ela esqueceu a decepção e se concentrou na cidade ao seu redor, observando as vistas e os sons agitados que eram tão diferentes do novo ambiente onde ela agora vivia. Quando ela chegou à 5ª Avenida, ela virou para a direita e continuou andando.
Isso fez com que ela se lembrasse dos dias, não tinha muito tempo, em que ela fazia exatamente o mesmo várias vezes por semana. Se ela estivesse se debatendo com um estudo de caso para a aula, ela simplesmente saía para passear pelas ruas, usando o tráfego como um ruído branco, enquanto dava voltas ao caso em sua mente até encontrar uma maneira de o abordar. Seu trabalho era quase sempre mais sólido se ela tivesse tido tempo de passear pelo centro e pensar um pouco.
Ela mantinha em sua cabeça a discussão iminente com a Dra. Lemmon enquanto fazia mentalmente uma revisão sobre o café de ontem na casa de Kimberly. Ela ainda não conseguia identificar a natureza do misterioso secretismo das mulheres que conheceu lá. Mas se deu conta de uma coisa em retrospectiva - como todas estavam desesperadas para ouvir os detalhes de seus estudos de perfil.
Ela não entendia se era porque a profissão em que ela estava a entrar parecia tão fora do comum ou se era simplesmente porque nem sequer parecia uma profissão. Olhando para trás, ela tomou consciência que nenhuma das mulheres trabalhava.
Algumas costumavam trabalhar. Joanne tinha experiência em marketing. Kimberly disse que tinha sido agente imobiliária quando eles viviam em Sherman Oaks. Josette tinha gerido uma pequena galeria em Silverlake. Mas agora elas eram todas mães que não trabalhavam. E, embora parecessem felizes com suas novas vidas, também pareciam famintas por detalhes do mundo profissional, avidamente, quase que devorando culposamente qualquer intriga.
Jessie parou, dando conta que, de alguma forma, chegara ao Hotel Biltmore. Ela tinha estado aqui muitas vezes antes. Este hotel era famoso por, entre outras coisas, ser anfitrião de alguns dos primeiros Oscares da Academia em 1930. Também lhe tinham dito que foi o local onde Robert Kennedy foi assassinado por Sirhan Sirhan em 1968.
Antes de decidir fazer sua tese sobre a DNR, Jessie tinha brincado com a ideia de traçar o perfil de Sirhan. Então ela apareceu um dia sem avisar e perguntou ao porteiro se eles tinham excursões pelo hotel que incluíssem o local do tiroteio. Ele ficou perplexo.
Foi embaraçoso até ele entender o que ela estava procurando. Ele educadamente explicou que o homicídio não ocorrera lá, mas no agora demolido Hotel Ambassador.
Ele tentou suavizar a situação dizendo que JFK conseguiu a nomeação democrata para presidente no Hotel Biltmore em 1960. Mas ela estava muito humilhada para ficar por perto para ouvir essa história.
Apesar da vergonha, a experiência ensinou a ela uma lição valiosa que ficou com ela desde então: não fazer suposições, especialmente numa linha de trabalho em que assumir o erro pode ser fatal. No dia seguinte, ela mudou os tópicos da tese e resolveu que a partir de então ela faria sua pesquisa antes de aparecer num local.
Apesar desse fracasso, Jessie voltava com frequência, já que adorava o glamour antiquado do lugar. Desta vez, ela imediatamente se acomodou em sua zona de conforto enquanto percorreu os corredores e salões de baile por uns bons vinte minutos.
Ao passar pela recepção quando estava saindo, reparou num homem jovem, engravatado, indiferente, perto do local do paquete do hotel, folheando um jornal. O que lhe chamou a atenção foi em como ele estava suado. Com o ar-condicionado funcionando no hotel, ela não via como isso era fisicamente possível. E ainda assim, a cada poucos segundos, ele tocava levemente nas gotas de suor que constantemente se formavam em sua testa.
Porque é que um sujeito tão suado está simplesmente lendo um jornal de uma forma tão descontraída?
Jessie se aproximou um pouco e pegou em seu telefone. Ela fingiu ler uma coisa qualquer, mas colocou o telefone no modo de câmera e o inclinou para conseguir observar o homem sem na verdade olhar para ele. De vez em quando ela tirava uma foto depressa.
Na verdade, ele não parecia estar lendo o jornal, mas sim a usá-lo como um adereço enquanto olhava intermitentemente na direção das malas que estavam a ser colocadas no carrinho de bagagem. Quando um dos funcionários começou a empurrar o carrinho na direção do elevador, o homem engravatado colocou o jornal debaixo do braço e seguiu atrás dele.
O funcionário empurrou o carrinho de bagagem para o elevador e o homem engravatado o seguiu e parou do