A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2). Johannes Biermanski
de tôdas as hostes celestiais. O Filho do homem virá em Sua glória, "e todos os santos anjos com Êle." S. Mateus 25:31. "Êle enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos." S. Mateus 24:31.
A Sua vinda, os justos que estiverem mortos ressuscitarão, os vivos serão transformados. "Nem todos dormiremos," diz S. Paulo, "mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade." ICoríntios 15:51-53. E em sue carte aos tessalonicenses, depois de descrever a vinda do Senhor, diz êle: "Os que morreram no Messias ressuscitarão primeiro. Depois nós os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com êles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, a assim estaremos sempre com o Senhor." ITessalonicenses 4:16 e 17.
Não poderá o Seu povo receber o reino antes do advento pessoal do Messias. Disse o Salvador: "E quando o Filho do homem vier em Sua glória, a todos os santos anjos com Êle, então Se assentará no trono da Sua glória; a tôdas as nações serão reunidas diante dÊle, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à Sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo." S. Mateus 25:31-34. Vimos pelos textos citados, que, quando o Filho do homem vier, os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e os vivos serão transformados. Por esta grande mudança ficam preparados pare receberem o reino; pois S. Paulo diz: "A carne e o sangue não podem herdar o reino de YAHWEH, nem a corrupção herda a incorrupção." ICoríntios 15:50. O homem, em seu estado presente, é mortal, corruptível; o reino de Deus [YAHWEH], porém, será incorruptível, permanecendo pare sempre. Portanto, o homem, em sua condição atual, não pode entrar no reino de Deus [YAHWEH]. Mas, em vindo Yahshua confere a imortalidade a Seu povo; e então os chama para possuírem o reino de que até ali têm sido apenas herdeiros.
Estas a outras passagens provaram claramente ao espírito de Miller que os acontecimentos que geralmente se esperava ocorrerem antes da vinda do Messias, como seja o reino universal de paz e o estabelecimento do domínio de Deus sôbre a Terra, deveriam ser subseqüentes ao segundo advento. Além disso, todos os sinais dos tempos a as condições do mundo correspondiam à descrição profética dos últimos dias. Foi levado, sòmente pelo estudo das Escrituras, à conclusão de que estava prestes a terminar o período de tempo concedido para a existência da Terra em sua condição presente.
"Outra espécie de prova que vivamente me impressionava o espírito," diz êle, "era a cronologia das Escrituras … Notei que os acontecimentos preditos, que se haviam cumprido no passado, muitas vêzes ocorreram dentro de um dado tempo. Os cento e vinte anos do dilúvio (Gênesis 6:3), os sete dias que o deviam preceder, com quarenta dias de chuva predita (Gênesis 7:4), os quatrocentos anos da permanência temporária da semente de Abraão (Gênesis 15:13), os três dias do sonho do copeiro-mor e do padeiro-mor (Gênesis 40:12-20), os sete anos de Faraó (Gênesis 41:28-54), os quarenta anos no deserto (Números 14:34), os três anos a meio de fome (I Reis 17:1; ver S. Lucas 4:25); o cativeiro de setenta anos (Jeremias 25:11), os sete tempos de Nabucodonozor (Daniel 4:13-16), e as sete semanas, sessenta e duas semanas, e a semana, perfazendo setenta semanas, determinadas aos judeus (Daniel 9:24-27) - são tempos que limitaram acontecimentos que antes eram apenas assuntos de profecia, cumprindo-se de acôrdo com as predições." Bliss.
Quando, portanto, encontrou em seu estudo da Bíblia vários períodos cronológicos que, segundo a sua compreensão dos mesmos, se estendiam até à segunda vinda do Messias, não pôde senão considerá-los como os "tempos já dantes ordenados," que Deus revelou a Seus servos. "As coisas encobertas," diz Moisés, "são para YAHWEH nosso Elohim (Deus): porém, as reveladas são para nós a para nossos filhos para sempre" (Deuteronômio 29:29); e YAHWEH declara pelo profeta Amós que "não fará coisa alguma, sem ter revelado o Seu segrêdo aos Seus servos, os profetas." Amós 3:7. Assim, os que estudam a Palavra de Deus podem confiantemente esperar que encontrarão nas Escrituras da verdade, claramente indicado, o acontecimento mais estupendo a ocorrer na história da humanidade.
"Como eu estivesse plenamente convicto," diz Miller, "de que 'tôda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa'; de que ela não veio nunca pela vontade do homem, mas foi escrita ao serem homens santos inspirados pelo Espírito Santo / santo (o Espírito de YAHWEH)) (II S. Pedro 1:21), e dada 'para nosso ensino', 'para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança', não poderia deixar de considerar as porções cronológicas da Bíblia senão como uma pane da Palavra de Deus [YAHWEH], e com tanto direito à nossa séria consideração como qualquer outra porção dela. Senti, pois, que, esforçando-me por compreender o que Deus em Sua misericórdia achou conveniente revelar-nos, eu não tinha direito de omitir os períodos proféticos." - Bliss.
A profecia que mais claramente parecia revelar o tempo do segundo advento, era a de Daniel 8:14: "Até duas mil a trezentas tardes a manhãs; e o sàntuário será purificado." Seguindo sua regra de fazer as Escrituras o seu próprio intérprete, Miller descobriu que um dia na profecia simbólica representa um ano (Números 14:34; Ezequiel 4:6); viu que o período de 2.300 dias proféticos, ou anos literais, se estenderia muito além do final da dispensação judaica, donde o não poder êle referir-se ao santuário daquela dispensação. Miller aceitou a opinião geralmente acolhida, de que na era cristã a Terra é o santuário, e, portanto, compreendeu que a purificação do sántuário predita em Daniel 8:14 representa a purificação da Terra pelo fogo, à segunda vinda do Messias. Se, pois, se pudesse encontrar o exato ponto de partida para os 2.300 dias, concluiu que se poderia facilmente determinar a ocasião do segundo advento. Assim se revelaria o tempo daquela grande consumação, tempo em que as condições presentes, com "todo o seu orgulho e poder, pompa e vaidade, impiedade e opressão, viriam ao fim"; em que a maldição "se removeria da Terra, a morte seria destruída, dar-se-ia o galardão aos servos de Deus, os profetas e os santos, e aos que temem o Seu nome, e seriam destruídos os que devastam a Terra." - Bliss.
Com um novo e mais profundo fervor, Miller continuou o exame das profecias, dedicando dias e noites inteiras ao estudo do que agora lhe parecia de tão estupenda inaportância e absorvente interêsse. No capítulo oitavo de Daniel êle não pôde achar nenhum fio que guiasse ao ponto de partida dos 2.300 dias; o anjo Gabriel, conquanto tivesse recebido ordem de fazer com que Daniel compreendesse a visão, deu-lhe apenas uma explicação parcial. Quando a terrível perseguição a recair sôbre a igreja foi desvendada à visão do profeta, abandonou-o a fôrça física. Não pôde suportar mais, e o anjo o deixou por algum tempo. Daniel enfraqueceu a estêve enfêrmo alguns dias. "Espantei-me acêrca da visão," diz êle, "e não havia quem a entendesse."
Deus ordenou, contudo, a Seu mensageiro: "Dá a entender a êste a visão." A incumbência devia ser satisfeita. Em obediência a ela, o anjo, algum tempo depois, voltou a Daniel, dizendo: "Agora saí pare fazer-te entender o sentido;" "toma, pois, bem sentido na palavra, e entende a visão." Daniel 9:22 a 23. Havia, na visão do capítulo oito, um ponto importante que tinha sido deixado sem explicação, a saber, o que se refere ao tempo, ou seja, ao período dos 2.300 dias; portanto o anjo, reencetando a explicação, ocupa-se principalmente do assunto do tempo:
"Setenta semanas estão determinadas sôbre o teu povo e sôbra a tua santa cidade. ... Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Principe, sete semanas, e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será tirado o Messias, e não será rnais. ... E Êle firmará um concêrto com muitos por uma semana: e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares." Daniel 9:24-27.
O anjo fôra enviado a Daniel com o expresso fim de lhe explicar o ponto que êle tinha deixado de compreender na visão do capítulo oito, a saber, a declaração relativa ao tempo: "Até duas mil a trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado." Depois de mandar Daniel tomar bem sentido na palavra e entender a visão, as primeiras declarações do anjo foram: