A Cidade Sinistra. Scott Kaelen

A Cidade Sinistra - Scott Kaelen


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cento divididos entre os três” — ela acenou com a cabeça para indicar Maros — “e as fatias do chefe e da sede; é bom, mas não vai levá-los longe.”

      Ao lado de Alari, o novato sob sua responsabilidade bufou. “Em vez disso, eles poderiam ter conseguido um punhado de trabalhos servis, no mês ou mais, em que estarão ausentes, como você me disse para fazer.”

      Maros franziu o cenho para o jovem. “Kirran, esta é a atitude certa para um novato, mas não se você quer permanecer um pelo resto dos seus dias como freeblade.”

      “Uh, sinto muito, chefe.”

      “Não se desculpe. Estes trabalhos servis precisam ser feitos por alguém e agora esta pessoa é você.”

      Kirran pressionou os lábios juntos e não disse mais nada.

      Na frente dele, Henwyn deu uma risada sincera. “O chefe te pegou aí, rapaz.” Ele tomou um gole do seu vinho. “Mas sério, chefe, você acredita que este contrato valerá a pena?”

      Maros grunhiu. “Seu palpite é tão bom quanto o meu, Hen. A verdade é que tenho pensado sobre a intenção da mulher Chiddari. Este é um dinheiro sério que ela entregou, mas algo não está parecendo certo para mim. Você já conheceu alguém que se importa tanto com uma bugiganga que nunca viu? Na idade dela?”

      Henwyn deu de ombros e olhou para Alari. “Eu, eu teria aceitado o contrato só pelos dez por cento. Ainda é uma quantia considerável. Verdade seja dita, estou um pouco chateado por não estar aqui quando você postou no quadro. Eu o teria arrebatado. Um mês sozinho no deserto? Sim, eu faria isso.”

      “Sozinho?” A garota ao lado de Henwyn fixou-o com um olhar desanimado. “O que aconteceu sobre você me ensinar o trabalho?”

      “Bah.” Henwyn sorriu através da sua barba curta. “Não me interprete mal, garota, mas você ainda não diferencia alhos de bugalhos lá fora. Você ainda não está pronta para ser uma com a terra por este período de tempo.”

      A garota olhou para ele friamente. “Conheço o deserto,” ela disse, em seguida virou a cara.

      Alari pigarreou. “Você tem fé na lenda?” ela perguntou. “Quero dizer, só espero que nossos amigos estejam completamente preparados, só isso.”

      “Não sei,” Maros admitiu, deslocando seu peso na banqueta. “Sei que alguns discordam, mas acredito que histórias são tudo que elas são. Se eu fosse capaz, estaria lá fora com eles em vez de confinado no Folly. Nunca estive inclinado a me aventurar nas Terras Mortas e não estou muito curioso sobre a Cidade Sinistra, mas...” Uma tosse catarrenta foi emitida da mesa ao lado deles. Maros olhou para Jerrick, um cliente do Mascate, sentado sozinho como de costume e balbuciando na sua caneca. “Esta tosse está piorando, meu velho,” Maros disse. “Você deveria conseguir uma infusão para isso.”

      “Heh.” Jerrick olhou para cima, seus olhos remelentos disparando para Maros. “Não ajuda quando ouço sobre o que vocês, jovens, estão falando.”

      “Isso é assunto dos freeblades,” Maros repreendeu. “Não é para você estar ouvindo.”

      “Aye, bem, quando um homem ouve o que ele ouve, ele tem de falar, não é? Eu tive um amigo nos blades uma vez, sabe? Difícil de entender que um coroa velho como eu pudesse ter tido amigos, não é? Bem, eu tinha. Todos mortos agora e Eli foi o primeiro a ir. Ele era um bom homem.” Jerrick suspirou e franziu o cenho pensando. “Deixe-me ver agora… Deve ter se passado cinquenta anos quando Eli e eu estávamos sentados nesta taverna e ele disse que estava saindo em uma missão. Aye, eles chamavam de missão naquela época.”

      Maros olhou para Alari e deu um discreto encolher de ombros.

      Jerrick tossiu, depois gargalhou na mão antes de limpá-la na calça e erguer uma sobrancelha grossa e branca. “Disse que se ausentaria por um tempo, que estava indo para o sul para encontrar uma pedra para uma garota. Você sabe, a busca absurda habitual que vocês, freeblades, fazem. Pergunto a ele para onde e ele diz para a Cidade Sinistra, de todos os lugares. Bem, ele foi. Nunca mais voltou. Consenso era que ele se perdeu, atacado por monstros ou algo assim, caiu em um pântano, algo assim. Eu, eu não tenho tanta certeza. Lias era velhaco.”

      Alari moveu sua banqueta e esperou enquanto Jerrick pigarreava ruidosamente na mão retorcida. Quando ele terminou, ela se aproximou e disse, “Quem era a garota?”

      “Amaldiçoado se eu sei.”

      Maros balançou a cabeça. “Isso é novidade para mim.”

      “Nenhum motivo para você ter ouvido,” Henwyn comentou. “Um contrato entre milhares, de meio século atrás?”

      “Verifique os registros,” Alari sugeriu.

      “Não encontrará nada lá,” Maros disse. “Os arquivos aqui remontam a somente dez anos atrás. A sede em Brancosi tem todos os registros dos contratos mais antigos e dos membros.”

      Jerrick balbuciou outra crise de tosse, em seguida pegou um cachimbo de madeira e uma algibeira do que Maros sabia ser de tobah com nepente do seu casaco. Apesar das juntas retorcidas, ele enfiou habilmente as folhas úmidas no cachimbo, em seguida tomou um gole de cerveja. “Viva pela espada, morra pela espada, vocês jovens dizem, não é? Aye, bem, reconheço que estas são minhas espadas.” Ele brandiu seu cachimbo e caneca, tomou o resto da sua cerveja, em seguida se levantou da sua cadeira. “Foi muito bom conversar com vocês, rapazes.” Ele acenou com a cabeça para Alari. “E você, moça.”

      “Ei, Jerrick,” Maros chamou.

      Uma expressão intrigada atravessou o rosto do velho. “Ah, sobre o que estávamos falando?”

      Maros sorriu com tristeza. “Vida e morte, eu acredito.”

      “Ah, sim.” O velho deu um sorriso cheio de dentes. “Dois tópicos sobre os quais eu sei o suficiente. Bem, então.” Ele levantou uma mão com manchas hepáticas como se inclinando um chapéu, em seguida atravessou lentamente a sala comunal e saiu para a noite.

      Quando as portas da taverna se fecharam, Maros ficou sentado pensativo. A revelação de Jerrick o incomodou. Isso o incomodou muito.

      Henwyn estava olhando para ele. “Quando o mensageiro chegar, mande-o de volta com um pedido pelos arquivos de cinquenta anos atrás.”

      “O mensageiro não retornará por uma quinzena,” Maros disse. “Depois, ele terá rodadas para terminar antes de voltar para a Baía. E provavelmente serão mais algumas semanas até que ele retorne novamente. Isso é tempo demais.”

      “Tempo demais para que, chefe?” a garota ao lado de Henwyn perguntou.

      Maros franziu o cenho para ela. “Sinto muito, moça, esqueci seu nome.”

      “Leaf,” ela disse.

      “Hm. Bem, então, Leaf. O que você acharia de um pequeno contrato de mensageiro? Mostrar a Henwyn do que você é capaz.”

      Os olhos de Leaf arregalaram. “Um trabalho meu? É claro.”

      “Certo, então. Encontre-me aqui ao meio-dia amanhã. Terei o formulário de solicitação redigido então.”

      “Para onde vou?”

      “Sede da guilda em Baía Brancosi.”

      Leaf ficou de queixo caído. “Nunca estive na capital antes.”

      “Bem, agora é a sua chance. Mas não demore, porque quero aqueles documentos o mais rápido possível.”

      “Qual é a pressa?” Kirran perguntou, mantendo o tom de voz cuidadoso.

      Maros olhou para o novato. “A pressa, menino, é que eu tenderia a concordar com Jerrick, que seu amigo não morreu simplesmente na estrada. Se um freeblade é enviado em missão” — ele balançou a cabeça ao se pegar usando a palavra antiquada de Jerrick — “então a probabilidade é que ele ou ela seja um veterano – um oficial,


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