Pickle Pie. George Saoulidis
“Este pendrive simplesmente carrega o paramone, a chave hash de propriedade da atleta designada. Neste caso, de uma tal de Patty Roo,” Tony apresentou a imagem de uma atleta.
Nome | Patricia Georgiou |
Pseudônimo | Patty Roo |
Força | 2 |
Velocidade | 1 |
Estratégia | 3 |
Sensualidade | 1 |
Dimensões de Bojo | D |
Modificações Corporais | 21% |
Time | Pinup Girls (Substituição Temporária) |
Posição | Enforcer (Espada e Escudo) |
Vitórias | 4 |
Derrotas | 67 |
Rendimento | 4500 |
Patrocínios | Nenhum |
Hector se inclinou para a frente, de repente não mais entediado. “4.500 de rendimentos, tipo, em euros por mês?” Ele assobiou. Não era uma fortuna, mas ele precisava de três pedidos completos para chegar a esse nível de renda com sua loja, e também tinha despesas e custos de material para pensar.
“Sim. Deixe-me carregar o Cyberpink Owners App no seu véu...”
Hector apertou o botão de instalação assim que apareceu, seus olhos sem desgrudar da página de estatísticas.
“E agora a chave hash de propriedade...” Tony digitou em seu teclado. “Vamos esperar por alguns segundos. Três confirmações. Sete. Concluído.” Ele virou a cadeira e brindou com um suco de laranja cheio de açúcar. “Você é agora o orgulhoso proprietário de uma atleta Cyberpink. Seu contrato paramone pertence à você.”
Hector recostou-se e respirou fundo. “E eu acabei de me tornar um proprietário de escravo? Fácil assim? Como isso pode ser legalizado?”
“Débito,” disse Tony, pinçando o ar diante dele como se a palavra estivesse pendurada em seus dedos. “Dívida maciça e esmagadora. Não é escravidão, não tecnicamente. É servidão por dívida. As garotas estão apenas pagando de volta o que devem às corporações, produzindo renda. Naturalmente, as lesões e os custos de manutenção continuam se acumulando, junto com os juros e as taxas de atraso. É tudo perfeitamente legal de acordo com os contratos que todos assinamos, e elas simplesmente competem no Cyberpink por anos antes mesmo de chegar perto de pagar suas dívidas.”
“Então, eu não possuo uma escrava, eu apenas possuo sua dívida, então até que ela pague, ela é tecnicamente minha para fazer o que eu quiser.”
Tony lambeu os lábios de uma maneira repugnante. “Tendo idéias?”
“Sim!” Hector cuspiu as palavras, com os olhos arregalados. “Vou colocá-la para trabalhar e pagar minhas dívidas.”
GOTA ONZE
Eles pegaram o caminhão de Hector e chegaram ao estádio Cyberpink. As ruas estavam cheias de pessoas que chegavam, ônibus esvaziavam filas inteiras de fãs, carros estacionados em todos os lugares e em qualquer lugar.
Barulho, música eletrônica, carrinhos de cachorro-quente e de loukoumades, pessoas gritando, excitadas.
“Eu nunca entendi toda essa coisa de ser fã de esportes,” admitiu Hector, acenando ao redor.
Tony comprou um punhado de refrigerantes. “Ah, você está perdendo. Seu pai não te trazia para nenhum jogo?”
“Meu pai me ensinou como fazer armaduras.”
“Parece empolgante. Além de ser um ganha-pão, certo? Vamos lá, portão C, lá estão nossos lugares.”
Hector seguiu o homem acima do peso enquanto ele atravessava a multidão. Ele nunca gostou de multidões, o faziam se sentir desconfortável. Inseguro. Ele poderia se contentar com pelo menos duas de suas armaduras em exibição agora, mesmo as mais leves. O colete que ele usava quase não parecia proteção suficiente. As pessoas caíam sobre ele, um esguichou um pouco de ketchup de seu cachorro-quente nele e nem sequer se desculpou, crianças se debatiam enquanto eram carregadas por seus pais, chutando pessoas ao seu redor, impunemente.
Loucura.
As garotas Cyberpink estavam por toda parte ao redor deles. Em cartazes gigantescos, em projeções holográficas realistas, em ORAs que incluíam um prático botão ‘Comprar Agora’ pra conseguir uma versão animada de alta resolução para bater punheta, tudo.
Cores, carne, seios, junk food, bebida alcoólica, mas tudo ainda permitido para crianças por algum motivo, adequado para toda a família. Traga seu filho para uma partida de Cyberpink, tenha algo para se lembrar quando o pirralho de merda se tornar um adolescente e não quiser mais sair com você.
Excesso.
Pão e circo.
Hector sacudiu a cabeça. A quem ele estava enganando? Ele, no mínimo, era parte do sistema agora, um orgulhoso proprietário de atleta. Ele mal podia acreditar.
“Vamos!” Tony gritou e acenou para que ele subisse as arquibancadas.
O lugar estava lotado. Hector sentou-se, tendo que acotovelar Tony que ocupava muito espaço. O estádio era muito menor que um campo de futebol, uma cúpula fechada, mas com as mesmas luzes ofuscantes que brilhavam na grama, o placar gigante, os fotógrafos e cinegrafistas que flanqueavam o campo.
Claro, você poderia carregar tudo no seu véu e assistir de qualquer ângulo que desejasse. Tudo por uma assinatura baratinha de 14,99 euros. O anúncio explodiu no rosto de Hector, completamente ilegal em outras áreas, você não podia simplesmente invadir os véus das pessoas assim sem a permissão deles, mas eles aceitaram os termos e condições da Dionysos Entertainment ao comprar o ingresso.
Sua casa, suas regras.
Uma atleta Cyberpink peituda agitou os seios em seu rosto, e ele tentou ignorar o irritante ORA.
Tony lhe deu uma cotovelada, sorrindo. “Você acha que isso é bobo.”
“Bem, sim.”
“Mas você também está se empolgando.” Ele ofereceu um refrigerante.
“Eu tenho que admitir que estou. Não, obrigado, eu realmente não quero ter que usar o banheiro aqui. Então, me conte tudo sobre essa porcaria. Eu não sei merda nenhuma sobre isso.”
“Nada? Wow. Ok, vejamos. O Jugger é um esporte simples, mas muito divertido.”
“É como futebol com armas medievais, certo?”
“Bem parecido. Duas equipes de cada lado, cinco atletas em cada equipe. Uma Qwik, uma Chain, três Enforcers.”
“Só isso?”
“Isso é tudo que é preciso. Mas fica complicado rapidinho, então deixe-me explicar.”
A partida estava prestes a começar. Cornetas soaram, a música tocou, fãs se organizavam para se sentar.
“A única que pode carregar o crânio é a Qwik de cada equipe. Então as outras tentam protegê-la, enquanto acertam a equipe adversária.”
O logo da Dionysos apareceu no meio do estádio. Os fãs urraram.