Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7). Amy Blankenship
e as copas rendadas do sutiã puxadas para baixo, revelando os seios nus na luz matinal. Aquela foi a primeira vez que se apercebeu de que Alicia não estava a usar cuecas… e também não estavam enredadas nas calças amontoadas no chão.
“Como explicamos a camisa?”, perguntou Alicia quando viu o estado em que se encontrava.
“Não explicamos”, respondeu Damon com um sorriso.
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Warren e Devon andavam em torno do Skitter que tinha atravessado o caminho deles. Silvava ferozmente e lançava golpes com as garras longas. Com uma troca de olhares, os dois jaguares atacaram. Devon conseguiu agarrar um braço entre os dentes e Warren apanhou uma perna. O Skitter lançou um berro quando começaram a puxar em direções opostas.
Fazendo mais força, Devon sacudiu abruptamente a cabeça para a esquerda. O braço cedeu e Devon recuou, com o braço desmembrado na boca. Warren largou a perna e deu alguns passos quando Devon se lançou e enterrou os caninos no pescoço do demónio.
Warren sentou-se e começou a limpar-se, até que ouviu o som inconfundível de outro Skitter para lá de um grupo de árvores. Olhando de volta para o Skitter que Devon estava a liquidar, decidiu que a situação estava em boas mãos e foi investigar.
Devon viu Warren sair pelo canto do olho e matou rapidamente o Skitter, saltando-lhe depois das costas. Deixando cair a cabeça, sacudiu-se e virou-se na direção em que Warren tinha ido. Trabalhavam em equipa desde o momento em que se tinham associado e Devon estava a divertir-se imensamente.
Tinha percorrido alguns metros quando outro Skitter caiu de uma árvore mesmo à sua frente. Um rugido profundo irrompeu da garganta de Devon, que se agachou bem junto ao chão, preparando-se para atacar. Os seus olhos felinos estreitaram-se ao reparar que aquele Skitter parecia extremamente agitado.
Olharam-se nos olhos, irados, e o Skitter agachou-se, imitando o jaguar. Devon rugiu e saltou em direção ao demónio, com a intenção de o matar rapidamente. O Skitter saltou em simultâneo e os dois colidiram no ar.
As garras de Devon tentaram golpear o demónio, mas falharam. No entanto, o golpe com que o Skitter lhe atingiu a cabeça foi certeiro. O demónio aterrou de quatro, ileso, enquanto o corpo inconsciente de Devon caiu com um baque… derrotado.
O Skitter soltou um silvo de vitória, andando sobre o jaguar e agarrando-lhe uma das patas traseiras com uma mão de garras compridas. Arrastando o enorme felino atrás de si pelo cemitério, na direção oposta à do companheiro de Devon, o Skitter aproximou-se de uma cripta pequena. Abriu a porta e colocou o jaguar no interior, recuou e olhou para o animal durante uns instantes.
Inclinou a cabeça num ângulo estranho, como que a decidir qual a melhor forma de matar a sua presa… em vez disso, saiu simplesmente da cripta. A criatura regressou momentos depois, arrastando dois dos seus irmãos mortos pela erva húmida. Largando-os ao lado do jaguar inconsciente, voltou a retirar-se da cripta e fechou a porta, trancando-a com o trinco que pendia folgadamente.
Sem olhar para trás, atravessou o cemitério a toda a velocidade, evitando os caçadores de demónios espalhados pela propriedade. Chegando a uma estrada secundária, parou e pareceu respirar fundo, começando depois a mudar de forma.
Em poucos segundos, o Skitter tinha desaparecido e no seu lugar estava Trevor.
Rodando o pescoço e os ombros antes de se baixar para apanhar a roupa de que se desenvencilhara, Trevor avançou calmamente para o campo de visão de Evey. Ele tinha feito o caminho de volta para o cemitério e estacionara-a ali, voltando depois a entrar no cemitério e dizendo que ia verificar o progresso da batalha. Assim que ficou fora da vista do seu carro, transformou-se num dos Skitters e pôs o seu plano em ação. Tudo o que precisava de fazer agora era vestir-se e terminar a sua missão.
Agitado, Trevor passou os dedos pelo cabelo… não lhe agradava o que acabara de fazer, mas permitiu-se sorrir. Quando Evey lhe abriu a porta do condutor, aproximou-se. Parou ao ouvir um assobio vindo do carro.
Olhando para o corpo nu, perguntou-se o que estaria Ren a pensar quando deu a Evey uma personalidade tão humana. Era bom que o carro não fizesse a menor ideia do que ele acabara de fazer… caso contrário, estaria na merda.
“Que exemplar magnífico”, provocou Evey.
“Cala-te”, rosnou Trevor, e vestiu-se rapidamente. Sentou-se ao volante, sabendo que tinha apenas algumas horas antes de Devon acordar. Tinha de ser rápido se queria safar-se com aquilo.
Trevor estava em silêncio enquanto conduzia Evey para outro local isolado. Desligou o carro e ficou ali sentado durante alguns minutos, com os olhos fechados, perguntando-se se estava a fazer a coisa certa.
“Está tudo bem, Trevor?”, perguntou Evey brandamente.
“Estou bem, Evey”, disse Trevor. “Preciso que faças uma coisa muito importante por mim. Tenho uma missão secreta que preciso de levar a cabo. Mais ninguém no PIT pode saber disto… é segredo absoluto.” Encolheu-se, incomodado com aquilo que estava prestes a dizer. “O Storm não quer quaisquer relatórios sobre isto e não podes contar a ninguém.”
Evey ficou calada durante alguns instantes. “Quanto tempo vais demorar?”, perguntou ela.
“Apenas algumas horas”, respondeu Trevor. “Não vai ser preciso muito tempo.”
“Tem cuidado”, disse Evey, e de seguida as luzes do painel apagaram-se.
Trevor saiu do carro e começou a descer a rua. Quando ficou fora da vista de Evey, mudou novamente de forma… transformando-se desta vez em Devon Santos, e percorreu a correr o resto do caminho até à casa de Chad. Entrando na casa com a chave sobresselente que Envy se esquecera de lhe pedir de volta, avançou pelo apartamento silencioso.
Sabia que Chad estava a dormir e contornou o quarto do amigo, dirigindo-se à porta fechada do quarto de Envy. Empurrou a porta, entrou e ficou a olhar para Envy dormindo. As suas sobrancelhas enrugaram-se numa expressão triste quando sentiu o cheiro de sal no quarto. Sentiu-se mal por tê-la feito chorar, mas estava a lidar com os ciúmes da melhor forma que conseguia.
Antes, no cemitério… tinha havido um breve momento em que considerara matar Devon. Com Devon morto, será que Envy se teria virado para si na sua dor? Trevor afastara o pensamento tentador. Alarmou-o a rapidez com que a tentação malévola tinha surgido.
Ele jamais magoaria Envy dessa forma e assustou-o o facto de ter ponderado em tal coisa, mesmo que vagamente. Além disso… vê-la chorar pela morte de outro homem seria tão mau quanto vê-la amar outro homem. E por mais que lhe causasse sofrimento, Trevor sabia que Envy os amava aos dois. Não estivera a mentir quando, horas antes, salientou a Envy essa realidade incómoda.
Movimentando-se silenciosamente, despiu-se devagar e deslizou para dentro da cama, por trás de Envy. Se era necessário recorrer a este meio para que pudesse ter uns momentos a sós com ela… então ele não se importava com quem ela pensava que ele era. Aceitava a ideia de que não existiam regras no amor nem na guerra… e, naquele momento, sentia que estava no meio de ambas as coisas.
Envy sentiu o colchão afundar atrás de si e virou-se instantaneamente para Devon, abraçando-o firmemente e escondendo o rosto no seu peito. Durante a última hora, a sua mente estivera repleta de pensamentos sobre Trevor e isso fê-la sentir-se extremamente culpada.
Agora que tinha visto o PIT em ação, Envy percebeu que Trevor escondera segredos dela por não ter outra alternativa. Fora insensível ao ponto de terminar o seu relacionamento com ele por algo que ele não conseguia controlar… até o eletrocutara por isso, injustamente. Como pôde ser tão cruel?
O desgosto de Trevor era culpa sua e ela não ia puni-lo por isso… quando muito, tinha de tentar tornar-se sua amiga novamente, e talvez assim o coração dele sarasse. Roçou a cabeça na mão de Devon, que lhe acariciava o cabelo carinhosamente.
“Voltaste”, sussurrou ela, desejando que o peso que sentia no peito diminuísse.
“O que se passa, Envy?”, perguntou ele delicadamente.
“Nada”, mentiu Envy, e afrouxou o abraço, de