Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7). Amy Blankenship

Sangue Contaminado (Laços De Sangue Livro 7) - Amy Blankenship


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Syn de forma conspirativa, fazendo Angelica desviar o olhar para esconder um sorriso divertido.

      *****

      “Viste aquilo?”, bradou a voz de Nick de trás de uma cripta. “Acabei de ver uma cabeça voadora a passar por aqui a toda a velocidade.”

      Por aquela altura um Skitter surgiu aos tropeções, tentando escapar à morte. Havia algo de engraçado em ver um bicho-papão com um olhar assustado.

      “Sim, Nick, vi”, respondeu Kriss, surgindo no seu campo de visão.

      Nick fitou as pernas do Skitter com uma expressão que roçava o sádico. “Vamos lá. Vamos ver se sabes dançar.”

      “Nick, para de brincar com essa maldita coisa”, rosnou Steven, revirando depois os olhos ao aperceber-se de que estava a auxiliar um monstro.

      Jewel avançou até ao Skitter e rebentou-lhe a cabeça com a espingarda, sorrindo depois para Nick com doçura. “O teu parceiro de dança acabou de morrer.”

      “Ei!”, choramingou Nick. “Devia ter sido eu a matá-lo.”

      “Na verdade, devia ter sido eu”, disse Kriss, com os braços cruzados. “De quem acham que estava a fugir?”

      “Caçadores abundantes e presas escassas”, disse Dean, saindo das sombras de uma árvore próxima.

      “Ao menos o Nick livrou-se daquele braço”, murmurou Steven, simulando depois um arrepio percorrendo-lhe o corpo enquanto acrescentava “Que nojo.”

      Kriss fez má cara. “Não menciones o braço… NUNCA mais.”

      “Porquê?”, perguntou Jewel, não percebendo o gracejo.

      Nick sorriu. “Bem, eu…”

      Kriss virou-se para ele e rosnou. “Diz mais uma palavra e eu mesmo te darei uma viagem de ida para o São Pedro.”

      Dean sorriu. “Não o provoques, gatinho… ele parece ser suficientemente maluco para o fazer.”

      Kriss perscrutou Dean, e ergueu as sobrancelhas ao ver o desejo latente nos olhos dele. Não conseguiu resistir… os seus olhos desceram pelo corpo de Dean e um leve rubor aflorou-lhe no rosto, fazendo-o desviar o olhar.

      Jewel sorriu, ciente daquilo que os dois homens estavam a pensar. No entanto, Steven e Nick não faziam a mais pequena ideia.

      Os olhos de Dean escureceram sedutoramente enquanto observava a reação que provocara em Kriss. Avançando atrás do outro Caído, Dean pôs-lhe o braço à volta da cintura e aproximou os lábios da sua orelha sensível. “Penso que vocês conseguem lidar com as coisas a partir daqui.” Sorriu quando Kriss estremeceu levemente, em reação ao toque do seu hálito quente.

      Os três piscaram, enquanto os dois Caídos desapareciam sem deixar rasto.

      “Como é que eles fazem aquilo?”, perguntou Steven suavemente.

      “Não sei”, respondeu Nick, tentando apagar da mente o facto de que Dean enlaçara Kriss com tanta proximidade.

      Sons de passos fizeram-nos olhar, enquanto Quinn e Kat surgiam de trás da cripta.

      “Bem, está quase toda a gente aqui”, disse Nick. “Estou pronto para deixar o resto desta confusão para o PIT.”

      “Tudo o que falta agora são a Envy e o Devon”, disse Steven.

      Jewel olhou em volta. “Onde estarão?”

      “Da última vez que os vi, estavam com o irmão da Envy e com o nosso ursinho de peluche portador de armas preferido. Tenho a certeza de que conseguem apanhar boleia dele”, afirmou Nick. “Então, se querem vir comigo, não percam o comboio.”

      “Pronta?”, perguntou Quinn a Kat, agarrando-a pela cintura. “Há horas que estou pronta”, sorriu-lhe Kat. Fariam uma equipa magnífica nessa noite, mas toda aquela luta pô-la com disposição para outras coisas.

      Steven deslizou o braço pelo ombro de Jewel e conduziu-a para a parte da frente do cemitério.

      Nick revirou os olhos. Começava a sentir-se um estorvo.

      Noutra área do cemitério, as quatro pessoas em questão faziam patrulha, capturando demónios, um por um. Trevor dava ordens pelo telemóvel às pessoas que colocara no recinto.

      “Sim, vamos precisar de alguns sistemas de bloqueio de estradas para manter os humanos afastados do Cemitério Hollywood. Certifiquem-se de que todos os sistemas de bloqueio de estradas estão cobertos.” Trevor ficou em silêncio durante um minuto, enquanto o agente no outro lado da linha falava.

      “Instalem tudo o mais cedo possível”, continuou Trevor. “Vamos em nove… precisamos de ter tudo instalado dentro de dez a quinze minutos. Já começam a aparecer espetadores, mas, por sorte, enviei pessoas para lá, para os bloquearem. A questão é que não são polícias, então isso está a causar um grande transtorno. Não podemos ter qualquer um a interferir com a cena do crime… se é que me entendes… vândalos e fogo posto… cerca de três dias… Não, se alguma coisa tentar sair, não creio que vá usar as estradas.”

      Trevor massajou a têmpora. “Olha, se vires alguma coisa que nunca tenhas visto antes… dá-lhe um tiro.” Desligou o telemóvel e soltou um suspiro pesado. “Detesto ter que explicar tudo letra por letra.”

      “Letra por letra? És capaz de soletrar?”, perguntou Chad, com os olhos arregalados de maneira cómica.

      Devon roncou de riso e Envy sorriu abertamente.

      “Não”, respondeu Envy rapidamente, sentindo-se um pouco pateta. “Mas consegue pronunciar palavras.”

      “Deixa-me adivinhar”, interrompeu Chad. “Ele pronuncia ‘da’ como soa?”

      Envy anuiu. “Sim, d…a...h.”

      Chad quase caiu de riso, enquanto Trevor amuava.

      “Importam-se de parar com isso?”, rugiu Trevor.

      “Parar com o quê?”, disseram em simultâneo Envy e Chad, o que provocou um coro de risadinhas entre os irmãos.

      Envy sorriu para o irmão, recordando todas as vezes em que, enquanto cresciam, se tinham metido em sarilhos por não conseguirem parar de rir e não ficarem sossegados. Agora que pensava nisso, isso acontecia normalmente quando iam dormir. Olhou com atenção para Chad. Sim, os olhos dele estavam vítreos.

      Devon já não estava a prestar muita atenção à provocação. Localizara Warren à distância, desmembrando um demónio, e resistiu ao impulso de se transformar para poder correr ao lado dele.

      Envy detetou a expressão de Devon e vislumbrou o anseio na forma como os seus olhos mudaram de cor. Seguiu-lhe o olhar, viu o jaguar e, pela primeira vez, percebeu que transformar-se estava na natureza dele. Era provável que Devon se mantivesse na forma humana por sua causa, e isso não era justo para ele.

      “Por que não vais ajudar?”, disse Envy, pousando a mão no seu braço. “Eu fico bem.”

      Devon olhou para ela. “Como é que vais para casa?”

      “Eu levo-a para minha casa”, ofereceu Chad, agradado com a ideia. O apartamento não era a mesma coisa desde que ela se fora embora. “Seja como for, estou pronto para me ir embora daqui. Podes passar por lá para a ires buscar quando terminares aqui.” E acrescentou rapidamente: “E leva o tempo que precisares, porque provavelmente vamos estar a dormir.”

      Devon estava a preparar-se para contestar, mas olhou para os dois irmãos, constatando pela primeira vez que estavam tão cansados que quase deliravam. Sentiu uma pontada de culpa por não ter percebido mais cedo. Os humanos precisam do dobro da quantidade de sono em relação a um metamorfo… se não fosse mais ainda.

      “Está bem”, cedeu Devon, e deu a Envy um beijo demorado. “Eu apareço para te ir buscar… vai dormir um pouco.”

      Envy anuiu e ficou a observar enquanto Devon se despia e mudava para a forma de um jaguar. Correu pelo cemitério atrás de Warren, e Envy maravilhou-se com a graça que


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