De Volta À Terra. Danilo Clementoni
uma pessoa terna e sensível. Devo confessar que não sentia meu coração bater tão forte há muito tempo. Sei que já não sou mais uma garotinha, mas não quero fazê-lo subir comigo agora e estragar tudo — Fez uma longa pausa, depois acrescentou: — eu gostaria muito de vê-lo de novo.
Ela o beijou mais uma vez, saiu do carro e entrou correndo no hotel. Tinha medo de olhar para trás e não conseguir manter sua palavra.
Jack a seguiu com os olhos até desaparecer além porta giratória do hotel. Ficou observando as portas girando até pararem completamente. Nesse ponto, deu uma última olhada no letreiro cintilante do hotel, apertou o acelerador e, com um cantar de pneus, desapareceu na noite.
As duas figuras sombrias, que seguiam o casal, estacionaram o carro na parte de trás do hotel, tomando cuidado para não serem notados. De lá, podiam ver a janela do quarto de Elisa. Depois de quase um minuto, a luz foi acesa.
— Ela entrou e está sozinha — disse o gordo.
O magro logo lembrou ao outro que tinha perdido a aposta. — Amigo, passa a grana pra cá — e esfregou o indicador e o polegar.
— Bem, esperava de tudo, menos que fosse acabar assim — disse o homem obeso. — nosso querido Coronel parece estar caidinho.
— Sim, e ela também.
— Realmente um lindo casal — disse o homem gordo com risada habitual. — agora vamos esperar até que a garota vá pra cama, depois, entramos no quarto dela e copiamos todos os dados do tablet — Saiu do carro e acrescentou: — enquanto isso, prepare o equipamento. Fique atento para ver se ela apagou a luz.
Elisa se sentia torturada por mil pensamentos. Tinha feito bem em deixá-lo assim? O que ele estaria pensando? Ele realmente queria vê-la novamente? Afinal, foi ele mesmo a propor um adiamento. Sem dúvida, Jack tinha lhe dado uma ótima demonstração de seriedade. Eram realmente sinceros os sentimentos que, com tantas palavras maravilhosas, tinha expressado ou eram apenas uma estratégia para jogá-la cada vez mais em uma rede inteligentemente preparada? Não suportaria outra decepção amorosa, mais dor, mais sofrimento. Decidiu não pensar, por enquanto. O objetivo que estabelecera para si mesma fora alcançado: o Coronel concedeu mais duas semanas para concluir a sua pesquisa. O resto eram apenas expectativas e agora ela tinha aprendido a não ter muitas ilusões. Ela não podia dar-se o luxo de cair em armadilhas novamente. Não seria capaz de levantar-se mais uma vez.
Tirou a roupa e se jogou na cama. O álcool tinha surtido seu efeito. Agora, seu maior desejo era apenas dormir profundamente. Apagou a luz e quase no mesmo instante adormeceu.
Jack, enquanto dirigia em direção à base, pensava mais ou menos as mesmas coisas. Havia decepcionado ela? Ela realmente queria vê-lo novamente? Apesar de tudo, estava certo de ter causado uma boa impressão, adiando, nobremente, a oportunidade de ir para a cama com ela. Poucos o fariam e ela tinha apreciado. Afinal, se realmente estavam começando alguma coisa, teriam todo o tempo do mundo para ficar juntos. Um dia a mais ou a menos não teria feito qualquer diferença.
— Ela apagou a luz — disse o magro em voz baixa, como se tivesse medo de acordá-la. Pegou um grande saco do porta-malas e disse: — Podemos ir.
Os dois, com passo ligeiro, foram em direção à entrada da casa ao lado do hotel, onde haviam alugado um quarto.
— Tem que ser agora — disse o mais gordo. — Ela mantém aquele maldito tablet consigo como se fosse lingerie. A única maneira de conseguir tocar nele é quando ela dormir.
Subiram as escadas devagar evitando fazer barulhos desnecessários. Um clique da fechadura e a porta se abriu, rangendo. O quarto estava cheio de caixas, envelopes e tralha de todos os tipos. Era quase como um armazém abandonado. Um lampadário sujo de poeira depositada ao longo dos anos mal iluminava o ambiente.
— Vamos entrar saltando o divisor entre o nosso terraço e o dela — disse o obeso.
— Vamos entrar? Quer dizer que eu vou entrar — exclamou o outro. — Como você vai conseguir saltar do outro lado com toda essa banha?
— Está questionando minhas qualidades atléticas?
— Não, imagina. Nem em sonho — disse o esguio, com um tom sarcástico. — Chega de besteira e me dê essa corda. Se eu escorregar pelo menos tente me segurar. Não quero morrer despedaçado na calçada desta cidade miserável."
— Não se preocupe, eu vou segurar.
Ele passou a corda em torno da cintura e amarrou-a no corrimão.
— Segura isso — acrescentou, enquanto passava uma pequena arma de tranquilizantes com mira laser. — Uma alfinetada desta coisa e a nossa garota vai dormir como um bebê por toda a noite. A agulha é tão pequena que, na pior das hipóteses, ela vai achar que foi picada por um pernilongo.
O magro subiu no parapeito e com um salto ágil aterrou na varanda do quarto ao lado. Agachou-se o máximo possível e, muito lentamente, se aproximou da grande janela do quarto de Elisa.
Ele olhou para dentro com prudência, espiando entre o batente e a tenda. Mesmo com a fraca iluminação, podia ver que Elisa estava deitado de bruços, com a cabeça virada para o outro lado, de calcinha e sutiã.
Olha só, que belo traseiro! O nosso Coronel tem bom gosto.
Ele inseriu o microdardo cheio do poderoso tranquilizante na arma e colocou o cano na fresta da janela aberta. O pequeno ponteiro laser projetou um ponto vermelho exatamente na nádega esquerda de Elisa. Prendeu a respiração por um instante e puxou o gatilho. Com um som abafado, o dardo partiu e entrou na carne macia dela. Elisa, somente bateu, com a mão esquerda, o ponto onde o dardo entrou como se para afastar um inseto, e logo em seguida, voltou a dormir profundamente.
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